18 de nov. de 2010

A polêmica no setor de Agenciamento continua

Desde março deste ano, quando foi divulgado que as companhias aéreas internacionais que atuam no Brasil (pelo menos 20) não mais pagariam às Agências de Viagens a comissão pela venda de passagens, o assunto se arrasta pelo ano.

O fato é que são os próprios agentes de viagens que estão divididos.

No mercado nacional, todas as companhias aéreas já deixaram de pagar as comissões aos agentes e incluíram uma taxa de serviço no preço final, paga pelo passageiro. Na prática isso é como pagar os 10% do garçom nos bares e restaurantes. Porém, caso passageiro compre a passagem pela internet, ou seja, direto na companhia aérea, sem intermediários, estes 10% não são cobrados.

Em suma, ao consumidor, é mais barato comprar passagens direto pela internet do que comprá-la do agente de viagens.

Porém, esta prática não foi criada no Brasil. Na Europa e Estados Unidos já é praxe há alguns anos.

No entanto, para vôos internacionais, as companhias aéreas ainda comissionavam os agentes de viagem, seja em 3%, 6% ou 7%, dependendo de cada empresa aérea. Esta prática, para muitos, era mantida por se tratar da dificuladade de atingir o público de outro país para os vôos das companhias aéreas.

Por exemplo, como saber quem faz vôos para China, se nenhuma empresa aérea chinesa opera no Brasil? Contudo, o agente de viagens o faz chegar à China, a partir do Brasil.

Mas esta realidade mudou de forma anunciada e desde então tem gerado muitas polêmicas. O presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens - ABAV, vem lutando bravamente e usando armas políticas como pedindo interferência da Agência Nacional de Aviação Civil - ANAC. sem contar as críticas pela interferência da Associação Internacional de Transporte Aéreo - IATA.

O presidente da ABAV propõe que as empresas internacionais ao menos incluam a remuneração dos agentes de viagem nos bilhetes. Por outro lado, as companhias internacionais querem que os agentes de viagens cobrem suas remunerações sem incluir este valor no bilhete aéreo.

Alegando perda de mercado e concorrência com os próprios fornecedores, alguns agentes de viagens compram a briga de forma efusiva. Outros agentes, preferem não dar tal importância ao assunto, uma vez que a prática já é mundial e que a remuneração pela consultoria em viagem é justa e comum.

"Assim como pagamos comissão ao advodgado e ao garçom da esquina, remuneramos médicos e engenheiros, porque não podemos cobrar esta remuneração? Enquanto os próprios agentes de viagens não se valorizarem, nenhuma companhia aérea irá nos valorizar", comenta Fernanda, agente de viagens que não vê razão para tanta polêmica e briga.

Sabendo da importância das agências de viagens para a atividade turística, como você vê esta questão? Há necessidade desta briga e polêmica para inclusão da remuneração no valor do bilhete? Cobrar o mesmo valor do cliente e distribuidor é justo? O futuro do mercado de agenciamento é a remuneração independente das comissões?