8 de dez. de 2008

Pespectivas Profissionais


Caros colegas,

Quais são suas perspectivas profissionais? Em qual das várias áreas do turismo você pretende atuar?

O turismólogo vem se tornando cada vez mais necessário no mercado como um todo. Habilidades de liderança de equipes e relacionamento fazem do perfil dos turismólogos um profissional funcional e de grande valia nos cargos onde é necessário lidar com pessoas, motivar equipes, fiscalizar serviços, etc.

O Turismo vem se tornando cada vez mais parecido com o curso superior de Administração, ou seja, uma profissão de meio e não de fim. Esses profissionais se engajam no processo, no todo, no sistema e não em uma atividade específica, que tem um papel claro no mercado.


Tanto na Administração quanto no Turismo, o profissional não sai da faculdade habilitado para trabalhos específicos como hotelaria, eventos, agenciamento ou planejamento no caso do Turismo, ou logística, finanças, marketing na Administração.

Enquanto muitos dizem que esta situação é um agravante para as profissões, outros, por sua vez, consideram um diferencial.

Assim como o inglês já deixou de ser um diferencial e se tornou um pré-requisito, a especialização também vem se tornando uma necessidade para os profissionais que querem se destacar.

Logo, a justificativa dos que consideram o cenário positivo para os turismólogos é a de que a partir do conhecimento de todo o processo, que é apresentado durante a graduação em Turismo, o profissional se especializa na área em que mais se identifica e trabalha de forma específica, mas a partir do todo, relevando todo o sistema Turístico, pois, sabe onde se localiza dentro do processo. Fato este que não existe nos profissionais de fim, ou seja, os profissionais que lidam direto com hotelaria, eventos ou planejamento na graduação, tecnologia ou ensino técnico.

Visto isto, qual é a sua posição no momento? Você atuou no mercado na área em que deseja trabalhar? Qual é a importância desta experiência durante a graduação? Já se decidiu em qual área deseja trabalhar? Sabe qual especialização fazer? Tais questões devem servir apenas para reflexão.

O exercício do blog, porém, é de se imaginar em uma entrevista de emprego daqui a 5 anos e outra daqui a 10 anos. Nas duas situações, vocês devem relatar suas experiências anteriores no mercado, qualificações, publicações, etc.

Portanto, identifique onde querem fazer a entrevista daqui 5 anos e daqui 10 anos e descreva o porque deve ser contratado. Caso queira estar neste tempo, fazendo entrevistas, fique à vontade para descrever seu negócio e como fez para chegar onde está.

Lembrem-se: através deste exercício, poderemos formar nossos objetivos profissionais e vislumbrar o que devemos fazer para alcançá-los.

Abraços, parabéns e até quinta!

1 de dez. de 2008

Um hoteleiro a seu dispor


Bancos, shoppings, hospitais e grandes empresas passaram a contratar esses profissionais para conferir ao serviço nível de hotel de luxo.


O que a jovem hoteleira Luciana Brandt, 32 anos, faz como funcionária de um shopping center de São Paulo? "Treino o pessoal que atende os clientes, vigio a limpeza, defino o lugar dos móveis... É como se estivesse num hotel." Ela, que já colecionava no currículo passagens por vários cinco-estrelas, beneficia-se agora de uma novidade: os hoteleiros, no Brasil e nos demais países emergentes, passaram a ser requisitados (e muito bem pagos) para prestar atendimento a clientes de todo tipo e reproduzir a rotina de um hotel de luxo nos lugares mais improváveis. Sob a supervisão deles, em grandes hospitais os lençóis (de fios egípcios, juram) são esticados com obsessão e o frigobar jamais acusa a falta de um item incluído no cardápio. Em agências bancárias, eles passaram a ser contratados como "apaziguadores de conflitos". Profissionais que, diante de um cliente enraivecido, têm a missão de reverter a situação com base na diplomacia. Parte dos recém-formados, naturalmente, ainda ambiciona e segue o caminho mais conhecido. No entanto, segundo uma recente pesquisa da prestigiada Escola de Hotelaria de Lausanne, na Suíça, 30% deles arranjam emprego longe dos hotéis – e a tendência é que sejam 50% até 2012. Inclusive no Brasil.
Esse é um movimento típico de países onde o setor de serviços cresce e avança – daí ter começado antes nos Estados Unidos e na Europa. O fenômeno se repete agora nos países em desenvolvimento. Diz o economista Frederico Estrella: "A melhora no setor de serviços é uma conseqüência natural da evolução dos países, uma vez que a demanda por qualidade sobe". É nesse cenário que os hoteleiros vivem seu apogeu. Eles estão entre os profissionais de formação mais diversa. Na universidade, recebem aulas de administração e diplomacia, direito e etiqueta, além de "administração de crises", quando são treinados para enfrentar situações de alta tensão no papel de atendentes. O aparente glamour do curso, por onde circulam estudantes de paletó e moças de tailleur (uniforme obrigatório), desfaz-se diante de tarefas como arrumar camas e faxinar banheiros. A idéia é que adquiram pelo menos uma noção sobre tudo o que se passa num hotel. O estudante carioca Matteo Basadonna, 23 anos, da Estácio de Sá, que "nunca havia feito uma cama na vida", resume o clima na faculdade: "Há um choque inicial, mas depois a gente se acostuma e até gosta do trabalho pesado".
Ele e os outros sabem que as chances de conseguir um emprego são bem altas: 85% deixam a faculdade com uma oferta de trabalho. Nas demais carreiras, 50% dos estudantes, em média, têm a mesma sorte. É isso que vem atraindo tanta gente para os cursos de hotelaria. Segundo dados do Ministério da Educação (MEC), só neste ano a procura aumentou 36% – o que explica o fato de haver gente de sobra para os hotéis e ainda para tantas novas ocupações. O ensino, também, subiu de nível. Até o fim da década de 60, hotelaria não passava de mais um curso técnico sem status. As primeiras faculdades surgiram nos anos 70, como conseqüência da profissionalização dos hotéis no país – até então, negócios tipicamente familiares. O rápido crescimento no número de faculdades é bem mais recente.

"O curso de hotelaria tem hoje o objetivo de formar pessoas preparadas para prestar atendimento de bom nível em qualquer área, algo ainda raro no Brasil", diz Claudio Luiz Silva, à frente do curso do Senac, um dos melhores do país. Justamente por isso, encaixam-se em tantas posições, como a nova "treinador de recursos humanos". "Com os hoteleiros, o pessoal de RH aprende a ser mais agradável e comunicativo", explica o indiano Yateendra Sinh, diretor da Escola de Lausanne. Também no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, há dez desses profissionais para recepcionar pacientes, empreender rondas em busca de imperfeições no serviço e atender a eventuais caprichos dos hóspedes – esta última, uma especialidade de Carmen Gomes, a chefe do setor de "hospitalidade": "Já me pediram caviar no meio da madrugada e até uma mesa de escritório para uma reunião de negócios no quarto". Novas demandas na árdua vida dos jovens hoteleiros.

Uberaba e Uberlândia está muito longe dessa realidade?
Você, futuro turismólogo, está disposto a essa nova oportunidade de mercado?
Além de disposto, está preparado para oferecer essa excelência em serviços?
E um terceiro idioma (já nem falo no segundo)? Você acha importante? Além do Inglês, qual idioma você acha oportuno? Por que?
Sem ser agência e hotel, quais outras oportunidades que sua cidade oferece para sua profissão.
No ramo do turismo, um profissional empreendedor tem muitas oportunidades? Por que?

24 de nov. de 2008

Festa da Medalha Milagrosa: Como aproveitá-la para o turismo?



O povo brasileiro é historicamente fiel às diversas denominações de Nossa Senhora e com a Medalha Milagrosa não poderia ser diferente. Nas diversas igrejas de devoção à Santa, as festas são muito tradicionais.

Há quase 180 anos, a menção há Nossa Senhora das Graças da Medalha Milagrosa surgia na França, advinda de um sonho da madre Santa Catarina de Labouré. No sonho a madre havia conversado com Nossa Senhora, que a sugeriu a "criação" do modelo a ser distribuído no mundo todo, para que graças fossem concebidas a quem o portasse. Surgia então, a Medalha de Nossa Senhora das Graças.


Em Uberaba, no mosteiro Imaculada Conceição de São José, as irmãs concepcionistas ergueram à cerca de 40 anos a igreja da Medalha Milagrosa que desde então, passou a ter cada dia mais devotos.

Na semana de 18 a 27 de novembro, se comemora a novena da festa da Medalha Milagrosa e a igreja de Uberaba recebe muitos visitantes.

Na programação, missas, confissões, novenas e bênçãos se estendem por toda semana culminando no dia 27 de Novembro, dia oficial da Santa, quando ocorrem missas especiais com várias autoridades eclesiásticas.


No ano de 2007, a festa atraiu, entre visitantes e cidadãos uberabenses, cerca de 25 mil pessoas durante os 10 dias de festa e este ano, espera-se aumento desse número.

É sabido, mesmo que empiricamente, que a cidade recebe milhares de romeiros no principal dia da festa, dia 27. Contudo, ao contrário que se pensa, esses romeiros não são apenas da região. Segundo relatos de funcionários do mosteiro, já foram confirmados mais de 15 ônibus de excursões vindos de várias localidades distantes como Brasília, Goiânia e todo interior de São Paulo.

Os empresários do setor de turismo de Uberaba se queixam, pois, os romeiros não pernoitam e voltam para suas cidades no mesmo dia, não deixando renda na cidade.
Mas o fato é que esta é a segunda maior festa religiosa da cidade e a única com expressivo número de visitantes.

Nos deparamos então com as seguintes problemáticas:

Em relação à festa de Nossa Senhora da Abadia (postagem do dia 17/08/08), a festa da Medalha Milagrosa pode ser considerada turismo religioso? Turismo de eventos? Ou apenas festa popular?

Fazendo uma relação ao turismo em Uberlândia, que os visitantes de eventos ficam na cidade apenas durante a programação oficial, como fazer esses excursionistas (ou turistas de eventos) se tornarem turistas de fato e aumentarem o tempo de permanência na cidade e seqüentemente seus gastos?

Enfim, qual é a relação entre potencial e turismo real em Uberaba? Estamos aproveitando nossos atrativos? O que deveríamos fazer?

Abraços, até quinta.

16 de nov. de 2008

COPA DE 2014


Copa do Mundo deve atrair ‘seis Maracanãs’ de turistas estrangeiros

A realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, deve atrair 500 mil turistas estrangeiros durante o período de jogos, segundo estimativas da Embratur e do Ministério do Turismo brasileiro. O número representa cerca de seis estádios do Maracanã lotados.
A estimativa está próxima do público recebido por países como EUA, França, Japão e Coréia do Sul nas últimas Copas, mas abaixo do número de turistas recebidos pela Alemanha (923 mil).
Hoje, cada turista estrangeiro que visita o Brasil em eventos gasta, em média, US$ 112,34 (cerca de R$ 200) por dia. Mas esse valor deve ser bem maior durante a Copa, segundo estimativa da Associação Brasileira de Agências de Viagens de São Paulo (Abav-SP), que espera faturar até US$ 2,5 bilhões no período.
Além dos gastos dos estrangeiros, o setor espera um movimento maior de turistas dentro do Brasil.
"Quando a Copa é em outro país, são poucos os brasileiros que viajam. Mas quando você recebe uma Copa é diferente. São 30 dias recebendo turistas de outros países além da movimentação de pessoas dentro do Brasil", diz o diretor de assuntos internacionais da Abav nacional, Leonel Rossi Júnior.
Fonte: site G1


Copa do Mundo de 2014 será no Brasil, e irá contribuir em muito para o Turismo.

'Excelentes resultados'

"A Copa do Mundo deve trazer excelentes resultados para o turismo do Brasil, alavancando nosso país a uma melhor posição no ranking do turismo internacional. E os impactos econômicos e sociais do mega-evento se darão antes, durante e depois do seu acontecimento", diz a Embratur em nota.

A primeira chance que o governo terá para vender o evento será na World Travel Market (WTM), uma das maiores feiras internacionais de turismo do mundo, que será realizada em Londres. A Embratur terá um estande na feira com a presença do jogador brasileiro Denílson, que joga no time inglês Arsenal.

O investimento do governo para a Copa em cada cidade será definido a partir de um levantamento que será feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), após a definição das cidades-sedes, no final de 2008.

Caos aéreo
Para o presidente da Abav-SP, Edmar Bull, o principal desafio na área de turismo são as condições dos aeroportos e a distribuição da malha viária no país.

Ele acredita, no entanto, que os problemas no setor aéreo não devem prejudicar a Copa no Brasil. "Eu tenho certeza de que é lá já estará tudo resolvido", disse.


Como pode ser a copa de 2014?

O anúncio oficial da Fifa é apenas o início de um jogo duro, com implicações políticas e econômicas

Em Brasília, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, anunciou em Zurique, Suíça, a escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014. Depois de 64 anos, o país voltará a sediar um Mundial, o de número 18. "A Copa será para argentino nenhum botar defeito", resumiu o presidente Lula, presente ao anúncio.

Há, desde já, algumas batalhas. A primeira é respeitar as exigências da Fifa em relação à infra-estrutura e construção de estádios. Outra, e esta é a mais imediata, é definir quais serão as cidades-sede.

Há 18 candidaturas e apenas 12 serão escolhidas, no máximo. Em Zurique, os governadores José Serra (SP), Sérgio Cabral (RJ) e Aécio Neves (MG) já disputavam espaço pelo jogos de abertura e final e pela instalação do comitê central de organização do torneio. Travavam, ainda, ensaio-geral para a sucessão presidencial de 2010. A política é a primeira partida de 2014.

Blatter assegurou que a possível instalação de CPI para investigar lavagem de dinheiro no futebol brasileiro não ameaça a Copa. Impressionado com o trem da alegria que desembarcou na Suíça, com 12 governadores, um senador e dois ministros, o francês Michel Platini, hoje presidente da Uefa, se espantou. "Cadê o Pelé, símbolo do futebol brasileiro e mundial?".

"A Fifa inspecionou relatórios, e não cidades", atacou a vereadora Soninha (PPS) na Folha de S.Paulo. Aprovou uma carta de intenções, distante do país real (leia abaixo). "Somente 5 das 18 cidades candidatas foram visitadas pessoalmente. Diante de evento de tamanha 'magnitude e complexidade', não seria recomendável assistir ao menos a um jogo de futebol em cada cidade?"

A crítica mais contundente foi do inglês Financial Times. O jornal atacou um ponto sensível aos brasileiros: a corrupção. "O tamanho da delegação (na cerimônia em Zurique) indica o que mais nos aguarda: muita farra", resumiu. O artigo lembra que o Tribunal de Contas da União (TCU) descobriu que os contratos no Pan do Rio estouraram o orçamento em até dez vezes.

Na Suíça, o ministro dos Esportes, Orlando Silva, respondeu dizendo que os desvios éticos têm apuração e lembrou que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) estará em plena implementação em 2014.

O retorno financeiro foi o principal argumento dos defensores da candidatura. O Brasil deve gastar R$ 5 bilhões na preparação do evento, mas países-sede ganham, em média, um ponto percentual a mais no PIB no ano da Copa. Em 2006, a Alemanha cresceu 1,7% a mais, recebeu 2 milhões de turistas e criou 50 mil empregos.



O BRASIL DA FIFA…O que diz o documento da entidade


Transporte

"A infra-estrutura aérea e urbana atenderá confortavelmente as necessidades da Copa. As 18 cidades candidatas têm bons aeroportos. O transporte é elemento-chave da proposta brasileira"

Segurança

"Há falta de segurança em algumas partes do país, mas as autoridades têm o know-how e recursos para melhorar a situação antes de 2014. A percepção de violência é pior que a realidade"

Hotelaria

"Será preciso um mínimo de 55 mil quartos de hotéis. O comitê organizador, em parceria com as prefeituras e as redes hoteleiras, terá apoio da Fifa para reduzir o déficit que ainda existe"

Serviços médicos

"Uma larga rede de instalações públicas e privadas, equipadas com o estado da arte em tecnologia, estará pronta para emergências. O Brasil é referência em diversas áreas da medicina"

...E O BRASIL REAL

Transporte

Desde setembro de 2006, quando a crise aérea atingiu o ápice, o Brasil já perdeu o equivalente a US$ 3 bilhões. Em São Paulo, a lentidão média do trânsito às 19h é de 120 quilômetros.

Segurança


De acordo com dados da Secretaria Nacional de Segurança Pública, em 2005 aconteceram 38.180 homicídios dolosos e 903.773 crimes violentos. São Paulo e Rio lideram as estatísticas.

Hotelaria

São Paulo e Rio têm 77 mil quartos de hotéis, mas uma parcela reduzida deles se encaixa nas exigências estabelecidas. Nas cidades do Nordeste o déficit de apartamentos é grande.

Serviços médicos

O Brasil tem 3,2 leitos por cada mil habitantes. A OMS recomenda o mínimo de 4 leitos. No Rio, neurocirurgiões usam furadeiras elétricas por causa da falta de equipamento adequado.



Quais os benefícios que a Copa de 2014 trará para o Brasil?
Socialmente, este evento será positivo?
As cidades sede da Copa possuem infra-estrutura para este mega evento?
Será que o Brasil realmente gastará 5 bilhões de reais para promover este evento?
A infra-estrutura brasileira melhorará para atender o evento?
E a furadeira? ! E os US$ 3 bi (aproximadamente 7,2 bilhões de reais) de prejuízo com o sistema de transporte aéreo?
Já pensou um turista saindo do hotel em São Paulo para assistir um jogo e enfrentar 120 km de congestionamento?

10 de nov. de 2008

Eleições Norte-Americanas: A mudança chegou à América?


O assunto mais discutido no mundo se faz necessário em nossos debates.

Na última semana, os Estados Unidos da América bateram o recorde de comparecimento nas urnas, já que as eleições por lá não são obrigatórias, e elegeram o primeiro presidente negro da história do país: Barack Hussein Obama.

Com votação apertada em número de eleitores (48 milhões contra 44 milhões de seu adversário) mas com grande vantagem em número de delegados (218 contra 156), Obama se tornou presidente da maior potência financeira do mundo.

Muito carismático e sempre suportando toda pressão e críticas, Barack Obama acaba de escrever uma "epopeia moderna", segundo O Globo: a história de um candidato improvável, que até há pouco tempo, poucos veriam na Casa Branca.

Nascido no Hawai, filho de um queniano com uma americana, foi criado pelo padrasto indonésio e cresceu entre o Kênia, a Indonésia e os Estados Un idos, onde sempre foi descriminado. Mesmo assim, depois de se formar em Ciências Políticas entra para Harvard onde se forma em Direito.

Se tornou em 2004 o único negro no Senado e nas prévias para candidatua à presidência, derrotou a ex-primeira dama Hillary Clinton, que tinha o apoio de muitos americanos por um trabalho junto à saúde e educação muito elogiado enquanto primeira dama e senadora.

Sua campanha contou com voluntários que trabalhavam para recrutar novos eleitores, incusive no campo republicano, mas o grande sucesso foram as doações para campanha advindas de pequenas empresas.

Mas foi com seu carisma e um discurso muito atual, que conseguiu se eleger:
“A única forma de resolvermos os nossos problemas neste país é através da união de todos, negros, brancos, hispânicos, asiáticos, novos, idosos, deficientes, gays, heteros. Penso que é isso que nos deve guiar”,

Sua campanha, aliás, insistiu bastante no quesito igualdade: “Digam-lhes como desta vez, neste grande país, onde uma rapariga de um bairro pobre de Chicago pode ir para a universidade, estudar direito. E o filho de uma mãe solteira do Hawai pode chegar à Casa Branca. Assumimos o compromisso de construir o mundo tal como ele deve”, discursou sua mulher Michelle.

Após a confirmação de sua vitória, houve comemoração nas proximidades de Harvard, fato inédito nos últimos 40 anos.

Enfim, o que parecia impossível de acontecer se concretizou. Um negro na Casa Branca. Barack Hussein Obama é o novo presidente da nação berço da democracia liberal e saudosistas gritam que o sonho de Martin Luther King enfim foi realizado.

Bush, cuja baixa popularidade ajudou Obama a vencer, disse que vai fazer o que puder para ajudar Obama na transição. Nesta segunda dia 10/11, se reunirá com Obama para tratar dos assuntos de crise na economia, guerra no Iraque e transição inclusive.

DISCURSO DA VITÓRIA: “Esta é a resposta de novos e velhos ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, asiáticos, índios americanos, gays, heteros, deficientes e não deficientes. É a América que envia uma mensagem ao mundo. Nunca fomos apenas uma junção de pessoas ou de estados vermelhos ou azuis. Somos e sempre seremos os Estados Unidos da América”.

Discurso do reconhecimento: “Estava para acontecer há muito tempo mas esta noite, pelo que fizemos neste dia, nesta eleição, neste momento decisivo, a mudança chegou à América”.

Obama oferece seu rosto mestiço à um país rachado por racismos, segundo cientista político americano Sullivan.

Porém, nem tudo é mum mar de rosas para Obama. Sua integridade é colocada em cheque a todo momento em diversas acusações:

Acusação 1: À rumores, e a fonte principal seria seu próprio irmão, que Obama teria nascido no Quênia e não no Havaí.

Acusação 2: O filósofo Olavo de Carvalho, compara a eleição de Obama com a de Lula no Brasil, e ainda agrava a situação dizendo do sentimento do americano era de extrema pressão e chantagem emocional: "já que só o fato de você se opor ao candidato negro, mesmo que as críticas fossem válidas e coerentes, fazê-las era pretexto para agüentar acusações de racismo ou mesmo boas pancadas, mesmo que as críticas nada tivessem a ver com racismo. No Brasil, na época das eleições de Lula, se o indivíduo era contra ele, já despencavam palavras como: fascista, nazista, reacionário e elitista."

Acusação 3: Pesquisadores americanos examinaram o livro de memórias de Obama, o Dreams of My Father, e, usando métodos computadorizados de investigação de autoria, concluíram que este não foi escrito por ele, mas, sim, por William Ayers, o terrorista com o qual Obama jurava não ter tido senão contatos raros, ocasionais e sem nenhuma importância.

Acusação 4: Artistas como a Opra Winfrey, que é a favor do aborto apóiam Obama, que aliàs também é a favor.

Acusação 5: Artigos de Stanley Crouch (What Osama isn’t: black like me) e de Debra J. Dickerson (Colorblind), que são intelectuais líderes de movimentos negros de nível nacional nos EUA, sequer consideram Obama um negro.

Acusação 6: Céticos de plantão apontam Obama como um jovem que foi usado para chegar ao poder e matê-lo com mais carisma e popularidade. Um fato a se considerar é de que o ex-presidente e também democrata Jimmy Carter (1977 - 1981), é ridicularizado até hoje por não ter participado em nenhuma guerra. Em suma, muitos temem que nada irá mudar radicalmente como prometido, apenas irão ocorrer mais ações junto às minorias para reduzir a rejeição no governo atual.

Diante dos olhos de todo o planeta, pode ter havido algum tipo de ilegalidade?
O fato de o presidente ser negro, branco, amarelo ou azul não implica que este seja um bom ou mau gestor?
Os que o atacam são os racistas? Céticos? Conservadores extremistas?
Todo o consentimento da imprensa e da elite social e política americana dá realmente a impressão de jogo de cartas marcadas?
O que mudará no mundo com o governo Obama?

Boa discussão e até quinta que vem.

2 de nov. de 2008

TURISMO GLBT


É um segmento do mercado turístico voltado para atender ao público GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros). No Brasil, estima-se que 10% da população seja homossexual o que resulta em aproximadamente 18 milhões de pessoas.


Diversos países há muito tempo movimentam e incrementam sua economia com esse segmento. Nos EUA de acordo com a IGLTA (International Gay & Lesbian Travel Association) o turismo GLS movimenta cerca de US$ 54 bilhões. Lá existem inúmeros hotéis e até mesmo resorts voltados para o público. No Brasil a hotelaria específica ainda é tímida, mas se expande ano a ano, já que a demanda é grande e exige investimentos.


Apesar do número de homossexuais brasileiros ultrapassar 16 milhões de pessoas, os investimentos para turistas do segmento GLBT só começou a ser explorado há pouco mais de cinco anos.



Cuidados em países hostis ao turista GLS



Em países muçulmanos mais radicais, o homossexualismo é considerado crime. Trocar carícias em público no Egito com uma pessoa do mesmo sexo pode dar cadeia. Já em países asiáticos como a China, é comum homens andarem de mãos dadas, sem qualquer conotação sexual. Por isso, convém pesquisar os hábitos culturais antes de viajar, usando a internet ou guias de turismo. Se os costumes são rígidos, evitará riscos quem adaptar o comportamento aos padrões locais. As grandes cidades sempre têm publicações gays (muitas delas distribuídas nos hotéis) que relacionam bares e restaurantes voltados à turma GLBT. Mas fazer perguntas com os homossexuais locais ainda é a melhor maneira de conseguir dicas.


Direitos e benefícios do turista GLS




Pela política adotada pelas companhias aéreas American Airlines e U.S. Airways, que fazem vôos domésticos nos Estados Unidos, benefícios como passagens descontadas do plano de milhagem e acesso à sala vip nos aeroportos podem ser usados pelo parceiro do cliente titular, independentemente do sexo. Ele também tem direito a incorporar as milhas acumuladas, em caso de falecimento do titular. Na rede Marriott, os pacotes de lua-de-mel também podem ser usados por casais homossexuais.


Um dos hotéis do grupo, o Marriot Frenchman´s Reef and Morning Star Beach Resort (www.offshoreresorts.com), nas Ilhas Virgens, no Caribe, realiza celebrações de casamento - por enquanto, um ato simbólico sem valor judicial. Benefícios como esses são mais comuns nos Estados Unidos, onde a comunidade gay é muito maior do que nos outros países e, por estar organizada em associações, tem mais poder de negociação com as empresas.





O Turismo GLBT no Brasil ainda é fraco; profissionalismo será a grande tacada para o crescimento do setor.



Por Diego Cardoso 15/8/2006

Apesar dos grandes avanços no que tange os direitos humanos, a comunidade GLBT no Brasil ainda sofre com a escassez de produtos desenvolvidos especialmente para ela. O Turismo cor-de-rosa, por exemplo, ainda engatinha aqui nos trópicos.


As causas desse problema são várias: a falta de profissionais, inércia do empresariado e, talvez em menor escala, o preconceito. Uma outra possibilidade, um tanto paradoxal, é a falta de interesse dos gays em serviços voltados exclusivamente para eles.


No Brasil, estima-se um mercado de 3,5 milhões de turistas GLBT, que gastam em média US$ 1.000 só em suas viagens nacionais. São bilhões de dólares que, pelo menos em terras tupiniquins, ainda não conseguiu atrair o investimento das empresas.


Segundo Clovis Casemiro, especialista em turismo GLBT e ex-diretor da Associação Mundial de Turismo Gay e Lésbico (IGLTA, na sigla em inglês), nós precisamos de uma mobilização maior. "A comunidade gay na América do Norte e Europa têm muito mais força do que nós. Além de encontrar bairros gays, você tem oferta de produtos e serviços direcionados, com uma comunidade que prestigia as empresas. Basta ver o quanto é difícil montar uma boa palestra e conseguir atrair um grupo interessado em saber mais a respeito de seus direitos e de suas potencialidades". Amadorismo tupiniquim?


Para alguns, o amadorismo do setor turístico também é apontado como calcanhar de Aquiles para o avanço desse segmento. "Ainda não temos uma associação forte, que consiga unir as agências, operadoras, locadoras de automóveis, como é feito no exterior. Esta competição interna freia o crescimento do turismo GLBT", acredita Casemiro. No entanto, essa situação está se revertendo. A ABRAT GLS (Associação Brasileira de Turismo GLS), criada há três anos e com mais de 35 associados, promove anualmente, no mês de junho, o Fórum de Turismo GLS; e, ao longo do ano, a associação promove workshops e cursos de capacitação voltados para estudantes, profissionais da área de turismo e outros segmentos que se interessam em trabalhar com o público GLBT.


Para o presidente da ABRAT GLS, Nilton Paiva, o mercado brasileiro ainda é incipiente. "Não podemos comparar o mercado brasileiro com o mercado americano ou europeu. A cultura GLS no Brasil saiu do armário há pouco tempo, diferente dos Estados Unidos e Europa, onde a cultura está mais desenvolvida".


Até o fim deste ano, a Associação, em conjunto com o CADES (Coordenadoria da Diversidade Sexual) do município de São Paulo, irá inaugurar o Primeiro Centro de Turismo GLS do mundo feito em parceria com um órgão publico.


Fora do Brasil, revistas e sites voltados para os gays já são uma realidade, vide as excelentes "Out" e "Passport". Americanos e europeus já contam com sites e guias aos borbotões; e o que é melhor: a maioria tem distribuição gratuita. No início desse mês, a carioca Rio G Travel anunciou o que seria o primeiro cruzeiro dedicado aos gays. Uma semana depois, voltou atrás. Eduardo Lima, diretor da empresa, informou em nota que a empresa responsável pelo cruzeiro, a Island Cruises, não conseguiu liberar o navio na data previamente agendada. Ainda segundo a Rio G Travel, há negociações para que o cruzeiro aconteça no verão de 2007.




O conhecimento ajuda


Um curso ministrado em São Paulo, pela Academia de Viagens Corporativas (ABGEV) tenta jogar um pouco de luz no fim do túnel. "Cliente GLS - Como Captar e Atender a Diversidade Corporativa" formará profissionais do setor de turismo para atender adequadamente os gays, ensinando os participantes a atender sem discriminação, dados sobre o turismo GLS, entre outros. Assim como os já realizados pela ABRAT.


Outra grande iniciativa foi uma feira de negócios realizada em junho. Em sua primeira edição, a Pride Attitude, reuniu grandes empresas, como a companhia aérea South Afrian Airways e a Hedonismo, cadeia de resorts internacionais.Os resultados de tais ações deverão ser sentidos nos próximos anos, mas mostra que já estamos aprendendo a andar.




Você acha que o governo deva investir neste segmento? Justifique.
Uberlândia e Uberaba possuem infra-estrutura turística para atender este público?
O que você acha da idéia de criar um guia GLBT para as cidades de Uberlândia e Uberaba?
Qual estabelecimento do trade turístico você abriria para este segmento?
O que você acha das empresas aéreas e dos hotéis do Brasil possuírem as mesmas políticas adotadas pelas companhias aéreas americanas American Airlines e U.S. Airways e pelos hotéis do grupo, o Marriot Frenchman´s Reef and Morning Star Beach Resort, nas Ilhas Virgens, no Caribe?
O perfil financeiro do turista gay é interessante para o turismo?


Boa discussão!

FONTE:

www.turismoinformativo.blogspot.com/2008/03/gls-um-segmento-em-alta-no-turismo.html

www.acapa.com.br/site/noticia.asp?codigo=184

27 de out. de 2008

Cruzeiros: aumenta a oferta e o debate


No último dia 23 de outubro, na abertura da ABAV 2008, o presidente da CVC Valter Patriani deu uma polêmica entrevista ao Panrotas Jornal. Os resultados então foram grandes discussões de 3 temas inerentes ao assunto: a legislação vigente que afeta os cruzeiros internacionais, a fatia desse mercado que é a moda do turismo nacional atual e o retorno da discussão sobre a sustentabilidade dos cruzeiros.

Vamos primeiro à declaração de Valter Patriani:

A cerca de 3 meses, durante o Encontro Nacional das Agências de Viagens 2008 (AVIRRP) em Ribeirão Preto, Patriani havia afirmado para cerca de 2 mil agentes de viagens de todo Brasil que a CVC já havia comercializados 70% das cabines de seus 6 navios na temporada 2008/2009.

O mercado de cruzeiros continua em franco crescimento, na ordem de 20% anuais segundo a Costa Cruzeiros. Em Santos, haverá um crescimento na ordem de 8% em movimentação financeira (R$ 140 mi, contra R$ 130 mi) e relação a temporada passada.

Porém, segundo Patriani, as italianas Costa Cruzeiros e MSC Cruzeiros, estão com perspectivas de crescimento de oferta na ordem de 80% e 32% respectivamente, incluindo a vinda de uma nova empresa trazida pela Costa Cruzeiros, a Ibero Cruzeiros, especialista no público jovem.

Para Patriani, haverá a quebra do equilíbrio que o mercado de cruzeiros têm atualmente no país e que o excesso de oferta trará diminuição na lucratividade de todas as companhias que trabalham com esse tipo de atividade no país.

O principal questionamento de Patriani na verdade, é a liberdade que as multinacionais têm para aumentar a oferta na proporção que está sendo divulgada. Segundo ele, as conseqüências seriam a diminuição da taxa de ocupação dos hotéis no Brasil que, ao contrário dos navios dos europeus, quando termina a temporada não podem transferi seus hotéis para Europa.

Além disso, Patriani defende o aumento do número de funcionários brasileiros na tripulação e contrapartida em prol do turismo nacional, citando o exemplo da própria CVC e da Nascimento Turismo, que fretam navios e vendem no Brasil, ou seja, o dinheiro fica no país, ao contrário do capital que entra nas duas multinacionais italianas.

Patriani pede ainda que governo exija uma contrapartida das companhias marítimas internacionais, para o desenvolvimento do turismo nacional, por exemplo trazerem seus navios vinculados a alguma operadora brasileira e ter mais brasileiros trabalhando a bordo.

O presidente da CVC finaliza que não é contra os cruzeiros e não tem medo da concorrência (atualmente a oferta de cabines da CVC é semelhante a da Costa e MSC), mas sente que esse excessivo da oferta poderá causar o desajuste do mercado de cruzeiros que hoje se encontra muito equilibrado.


1º A Legislação vigente que afeta os cruzeiros internacionais

A Associação Brasileira de Representantes de Empresas Marítimas – ABREMAR aproveitou a exposição do tema para entregar um documento manifesto as autoridades que regulam o tráfego marítimo do país para reivindicar um imposto que afeta diretamente os cruzeiros internacionais que passam pelo país.

Segundo a legislação vigente, caso um navio faça escala em 2 portos nacionais, é considerado cabotagem, ou seja, navegação de trânsito doméstico, fazendo com que vários processos burocráticos e, principalmente, tributários sejam obrigatórios para os navios.

O resultado disso é a inviabilidade das empresas colocarem mais de 1 porto para fazer escala nos cruzeiros internacionais no país, fazendo com que o país deixe de ganhar milhões em renda para as localidade onde os turistas desembarcam para passeios e compras.

A carga tributária é tão alta que um navio com 500 tripulantes tem que desembolsar mais de R$ 250 mil caso queira fazer 2 escalas no país. O fato fez que houvesse uma queda de 53% no número de escalas no país em 4 anos.


2º A fatia do mercado moda do turismo nacional

Para Eduardo Nascimento,da Nascimento Turismo, o cálculo do presidente da CVC sobre o mercado para cruzeiros está equivocado. Para Nascimento, atualmente apenas 2% do mercado potencial de cruzeiros é utilizado no país, ou seja, o mercado irá absorver tranquilamente a vinda dos novos navios

Ele ainda diz que a preocupação de Patriani é referente a vinda das empresas que a CVC freta os navios e não uma questão de falta de mercado.

Dado Nascimento, da Sun&Sea, concorda com Patriani somente na questão do aumento excessivo na oferta de cruzeiros que poderá prejudicar o turismo nacional, mas pensa que não é o caso atual.
Para ele o mercado cresce de forma natural e defende o comprometimento das empresas italianas, pois, ambas aumentaram a duração da temporada, agora serão 8 meses (de outubro de 2008 a maio de 2009) e que isso é uma prova concreta desse comprometimento com o país.

A MSC Cruzeiros (que irá ofertar 300 mil leitos na próxima temporada) pensa que as palavras de Patriani são um desabafo de um problema comercial entre a CVC e a Costa Cruzeiros, já que está trará seus navios para o Brasil e não mais fará frete a CVC.

Roberto Fusaro, diretor geral da companhia, disse que o Brasil é o segundo mercado do mundo para a empresa (que é uma das maiores do mundo) perdendo apenas para o Mediterrâneo e que o crescimento da empresa para temporada que vem de 33% é facilmente absorvido no mercado.

Fusaro lembra ainda que a CVC cresceu nada mais nada menos do que 63% em relação à última temporada e que todo esse alarde é em relação a perda de 3 de seus 6 navios.

A Costa Cruzeiros ainda não se manifestou, mas já prepara uma carta com seu posicionamento quanto ao tema. A gigante italiana dos cruzeiros tem no Brasil entre 7% e 8% de seus faturamento e na temporada que vem pretende atingir 10%.


3º: O retorno da discussão sobre a sustentabilidade dos cruzeiros

Patriani se diz preocupado com a taxa de ocupação dos hotéis e resorts no Brasil caso a oferta de cabines seja muito grande na próxima temporada.

Defende também maior contratação de brasileiros como tripulantes e que, pelo menos, a venda das cabines seja feita por alguma operadora nacional, para que haja uma contrapartida ao país pelas empresas que sugariam os lucros no país em plena alta temporada e, quando esta acabar, voltará à Europa para a temporada de lá.

Alexandre Zubaran, presidente da Resorts Brasil, se manifestou sobre o ponto de vista da sustentabilidade desta mudança no mercado. "Temos vergonha, como bons subdesenvolvidos, de pedir proteção a nossa indústria, mas a Itália não tem vergonha de taxar nossa banana e os Estados Unidos nossa laranja; e se banana e laranja não são produtos sofisticados, eles taxam também nosso etanol", explica ele. "Nunca critiquei as empresas brasileiras e parecia que eu defendia a CVC, mas a CVC vende Brasil o ano todo. As companhias marítimas estrangeiras chegam sem regras e concorrem assimetricamente com os hotéis,que estão aqui o ano todo", continua ele.

Finaliza defendendo um debate sócio econômico “sem banalização” entre operadoras turísticas, empresas marítimas e resorts em prol do turismo nacional.


Verdadeiros hotéis (ou cidades) móveis, os cruzeiros levam entre mil e 4 mil pessoas entre destinos turísticos.

Americanas (Royal Caribean), italianas (MSC e Costa) e espanholas (Ibero) já operam no Brasil. Outras planeiam vir a esse que é o segundo mercado de várias grandes companhias do setor.

O mercado de cruzeiros nunca foi tão promissor e nunca se fez tão necessário sua reflexão.

Os 3 temas: legislação, mercado e sustentabilidade são claros e muito discutidos pelas principais autoridade em MERCADO do turismo nacional.

Eis então que viemos, turismólogos, para elevar o debate e vislumbrarmos as verdadeiras ambições em cada discurso, se é comercial, ideológico ou político.

A atividade já merece uma revisão de legislação dado o fato de seu crescimento? O aumento da oferta é excessivo? Você apóia a vinda das multinacionais? Quais são os benefícios e malefícios dessas empresas multinacionais no país? Qual é o nível de sustentabilidade dos cruzeiros atualmente no país?

Abraços e boa discussão.

14 de out. de 2008

TURISMO CEMITERIAL



Mara Inez Ludwig Valio



O tema escolhido pode não ser dos mais amenos, contudo, o turismo de cemitérios tem crescido muito ultimamente, principalmente no Brasil, e, por isso, achei interessante descrever alguns aspectos relacionados à nossa “última e inevitável viagem".
Todavia, antes de adentrar em nosso assunto propriamente dito, gostaria de escrever algo sobre algumas particularidades que descobri, quando das pesquisas realizadas para conhecer um pouco mais sobre o turismo cemiterial.
Fiquei surpresa, por exemplo, quando tomei conhecimento dos avanços tecnológicos dos serviços póstumos no Brasil e verifiquei que, atualmente, temos muitas empresas funerárias de última geração, a exemplo do que ocorre, já há algum tempo, nos países mais desenvolvidos economicamente.
Se não fosse trágico seria engraçado: as cerimônias fúnebres estão se tornando virtuais! É isto mesmo! Podem ser acompanhadas pelo público interessado em suas residências ou nos escritórios como se todos os mortos fossem celebridades, cujos enterros sempre foram televisionados e vistos no mundo todo.
O fato é que são oferecidos, hoje em dia, serviços "on-line" para velórios e enterros, via Internet, em várias cidades brasileiras. Ou seja, os cemitérios se renderam à informatização!
Agora, os familiares e amigos daqueles que "passaram desta vida para uma melhor", podem assistir na tela de seu computador, no conforto dos seus ambientes particulares, as imagens de todo o evento funerário. Portanto, quem não conseguir chegar a tempo para o velório ou ao sepultamento, não fica mais impedido de participar das homenagens, bastando para isso estar ligado à Internet.
Até os pêsames são virtuais e podem ser dados em tempo real. Ao lado das imagens ao vivo da cerimônia, o interessado tem um endereço para encaminhar e-mails com condolências. As mensagens são impressas por funcionários do cemitério e entregues na mesma hora aos familiares de luto.
O cemitério Memorial Necrópole Ecumênica, por exemplo, o maior cemitério vertical do mundo segundo o "Guinness Book", situado em Santos, no litoral de São Paulo (www.memorialcemiterio.com.br) oferece, também, dentre outros confortos aos familiares, visitas virtuais às sepulturas dos seus parentes e amigos queridos.
Em uma hora combinada uma câmera é instalada em frente ao jazigo indicado e as imagens ficam em uma página, na qual o contratante dos serviços tem uma senha para fazer o "passeio". Poderá ainda, o interessado, escolher e ver as flores que gostaria de depositar no túmulo. As flores são encomendadas também pelo computador e pagas com boleto bancário ou pela internet, é claro.
O Morada da Paz, cemitério da cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, com unidade também no Estado de Pernambuco, oferece igualmente o serviço de filmagens, dentre outras "amenidades" para momentos tão tristes. Busca agora oferecer aos seus clientes a possibilidade de acompanhar as cerimônias fúnebres de vários ângulos diferentes, mediante quatro novas câmeras que estão sendo providenciadas.
Além de instalações com capelas mais luxuosas, para atender aos “clientes vips”, alguns cemitérios estão oferecendo suítes de luxo com vistas á acomodação dos familiares para a noite do velório, com direito até a escolha de “buffet” e tudo mais. Todos aqueles cujo endereço na Internet visitei, vendem ou alugam lotes, terrenos, espaços verticais, etc., para a construção dos jazigos, individuais ou familiares. Tudo feito “on line”. Pode-se abrir um mapa do local na tela do computador e escolher exatamente o local do seu “endereço eterno”. A maioria oferece financiamento ou parcelamento.
Também muito interessante é um site (www.meuultimoemail.com), cujos serviços permitem que, após a morte, uma pessoa faça "surpresa" aos amigos vivos. Estes poderão receber um e-mail, a qualquer momento, de um remetente que já deu adeus à vida terrena. É isso mesmo: este endereço permite que os usuários escrevam mensagens antes de morrer, é claro, e que serão entregues às pessoas previamente designadas. Era só o que faltava no mundo da cibernética: receber e-mails de mortos!
O site em questão foi criado por uma empresa da Espanha e enquanto a morte não chega a mensagem do "candidato" pode ser atualizada a qualquer momento. Vários são os planos a serem escolhidos, dependendo do interesse do cliente: "master, premium, essential e o free".
A mensagem póstuma pode incluir fotos e até um fundo musical e as mensalidades são cobradas antecipadamente, ou seja, até a data da morte do usuário.
Bem, depois destas informações um tanto quanto fúnebres, porém muito atuais em nossos tempos, voltemos ao tema principal que é o turismo cemiterial, também um pouco “exótico”, porque não dizer.
Este segmento também usufrui dos avanços tecnológicos antes descritos, com inúmeros “tours” virtuais, possibilitados a partir de páginas da Internet, nos principais cemitérios do mundo, tendo como objetivo a divulgação artística e cultural destes ricos sítios históricos.
Esta curiosidade e importância criada em torno dos cemitérios, a ponto de serem organizadas viagens e excursões só com o objetivo de conhecê-los, pode ser explicada pelo fato de que, desde os seus primeiros tempos na Terra, os humanos homenageiam seus mortos das formas mais variadas possíveis, conforme a cultura e os costumes de cada povo ou nação.
Muitas vezes, também, os cemitérios se tornam a única fonte confiável para os estudos da história da humanidade e são verdadeiros museus a céu aberto, arrolados nos guias de visitação das principais cidades, principalmente as européias.
Como se sabe, este tipo de turismo não é novidade nos paises do "velho mundo", porém, aqui no Brasil, só mais recentemente é que vem se tornando um segmento utilizado por agências organizadas.
Há muitos anos a França oferece visitas guiadas aos principais cemitérios de Paris. Dentre eles o mais importante é o "Pére Lachaise", conhecido por ser o mais visitado em todo o mundo e que recebe anualmente cerca de 2 milhões de visitantes provenientes de vários países.
Aberto em 1804, possui cerca de 100.000 túmulos, 5.300 árvores e muitas atrações culturais e artísticas. Lá estão os mausoléus de muitas celebridades, como o compositor Chopin, o escritor Moliêre, Oscar Wilde, Balzac, Marcel Proust, Modigliani, Simone Signoret e Yves Montand, a cantora Édith Piaf e a dançarina Isadora Duncan. Acessando o site www.pere-lachaise.com, pode ser feita uma visita virtual muito interessante a este famoso cemitério francês.
Muito procurado também é o cemitério de Montparnasse, aberto em 25 de julho de 1824, no bairro parisiense de mesmo nome. É também o abrigo eterno de muitos artistas e intelectuais famosos, sendo, por isso, bastante visitado pelos turistas.
Em Portugal os cemitérios são também surpreendentes, com obras de arte importantes em seus túmulos. Algumas "capelas” erguidas junto aos jazigos são tão grandes que podem ser confundidas com uma igreja de porte médio, dado o tamanho e a riqueza de suas construções.
O Cemitério do Alto de São João, um dos maiores de Lisboa e dos mais antigos do mundo, é de 1840, ocasião da edição de uma lei portuguesa que proibiu os túmulos montados dentro ou ao lado das igrejas, como até então era normal se fazer. Isto ocorreu devido aos problemas de poluição ambiental que começavam a surgir. Esta é, na verdade, a origem dos cemitérios em todo o mundo: o cuidado com o meio ambiente.
Em Londres, também vale uma visita ao Highgate, que contém a sepultura de Karl Marx (1818-1831) e foi construído no século 18 pela iniciativa privada, refletindo bem as idéias da aristocracia inglesa da época.
Highgate é um belo jardim, como, aliás, são todos da Inglaterra, e, oferece excelente paisagem para o repouso eterno.
O West Norwood, com 64 monumentos importantes listados como obras de arte a serem apreciadas, possui também um crematório totalmente aparelhado para oferecer conforto e bons serviços.
O cemitério de Golders Green Crematorium, que fica nos arredores de Londres e cujos mausoléus guardam os restos mortais de Sigmund Freud (1856-1939), é bastante visitado, bem como o de Brookwood, com passeios diferentes para todos os gostos e com ticket de entrada a partir de 2 libras.
Este último já foi considerado um dos maiores do mundo e hoje ainda é o maior do Reino Unido. Mais de 240.000 pessoas já foram ali enterradas.
Aqui, na América do Sul, o país líder no turismo de cemitérios é a Argentina. O cemitério da Recoleta, em Buenos Aires, atrai milhares de pessoas pelos seus inúmeros monumentos e esculturas dignas de um grande museu de arte e pelo túmulo da grande dama Evita Perón, além de outros célebres artistas. Ali se pode acompanhar quase toda a história da Argentina, desde o século XIX e é um hábito comum a visitação de pessoas da própria cidade, inclusive muitos estudantes.
Em São Paulo, onde o turismo de cemitérios é o mais desenvolvido do Brasil, muitas obras de arte formam estas verdadeiras exposições a céu aberto e que podem ser percorridas em vários bairros da capital e do interior.
O Cemitério da Consolação, o mais antigo de São Paulo, em funcionamento desde o ano de 1858, abriga a morada de inúmeras figuras públicas, artistas e intelectuais. Há um bom número de túmulos com trabalhos de grandes escultores, como Victor Brecheret, Francisco Leopoldo e Silva, autor do primeiro nu do local, produzido nos anos 20, ou Bruno Giorgi, um dos maiores escultores brasileiros.
Há muito mármore Carrara, granito e bronze. Lá está também o mausoléu da família Matarazzo, que ocupa cerca de 150m2, atingindo 20m de altura. É tido como o maior da América do Sul.
O Cemitério da Consolação tem desde 2001 uma iniciativa para buscar o aumento do potencial turístico do local. O Projeto Arte Tumular, do Serviço Funerário Municipal, promove passeios monitorados, com grupos de no máximo 15 pessoas. São recebidos cerca de 300 interessados por mês atualmente para as visitas guiadas.
O Projeto Arte Tumular (ver detalhes no site da prefeitura de São Paulo: http://portal.prefeitura.sp.gov.br/guia_servicos) mostra aos paulistanos e demais turistas de outros estados, os cemitérios mais antigos da cidade, com acervos artísticos e históricos provenientes de várias épocas ou períodos.
Outros cemitérios, como o de Araçá e o de São Paulo, no bairro de Pinheiros, também combinam importantes obras de arte nos jazigos de personalidades conhecidas na história da cidade.
Neste último, o de São Paulo, construído nos anos 20, está uma escultura das mais importantes: a peça “Último Adeus", de Alfredo Oliani, que mostra o último beijo de um casal.
O Cemitério Morumbi é particular e bem mais moderno. Foi construído nos anos 60 e tem outro tipo de paisagismo. Enormes gramados, sem túmulos aparentes ou estátuas, imitam os modernos cemitérios norte-americanos. A cantora Elis Regina é uma personalidade que lá se encontra para sempre.
Vale lembrar que no site www.findagrave.com pode ser pesquisado onde estão enterrados artistas e outros personagens famosos de várias partes do mundo, inclusive brasileiros.
A procura pode ser feita pelo nome e pelo ano da morte. Atualizado todos os dias, o site tem uma relação com os nomes mais pesquisados. Assim, em cada cidade que visitarmos basta entrar neste site e partir para apreciar os túmulos e jazigos de pessoas importantes para nós e para a humanidade.
Constatamos, portanto, mais uma vez, como a informática atende às necessidades dos negócios e projetos turísticos ligados à vida eterna.




TURISMO EM CEMITÉRIOS MOSTRA HISTÓRIA E CULTURA
UM VERDADEIRO MUSEU A CÉU ABERTO ESTÁ NOS CEMITÉRIOS




O turismo em cemitério não é nada assombroso. Ao ouvir falar sobre isto não fique pensando em fantasmas e almas do outro mundo, tampouco torça o nariz. Mesmo tendo uma aparência muitas vezes triste, os cemitérios, principalmente os mais antigos guardam belas e ricas surpresas para quem se dispõe a neles entrar. Se olhar bem, poderá ver galerias de arte a céu aberto e encontrar peças e esculturas assinadas por artistas famosos. Na França e na Argentina, por exemplo, alguns cemitérios se tornaram pontos turísticos que atraem milhares de viajantes do mundo inteiro como por exemplo, os Cemitérios de Pére Lachaise em Paris e da Recoleta em Buenos Aires.
Na verdade, esta é uma prática cultivada em várias partes do mundo como forma de divulgar a história e a cultura de uma cidade. A procura por esses concorridos pontos turísticos se dá por terem eles entre seus "moradores eternos" nomes famosos que marcaram presença na história, no esporte, nas artes ou na política. No entanto, também a beleza da arte tumulária presente nestes cemitérios contribui e muita para a sua fama.
No Brasil temos exemplos magníficos desta arte tumulária. Em São Paulo os cemitérios da Consolação, Araçá, Paulista e Morumbi são exemplos típicos desta arte. Rio de Janeiro, Bahia e Recife são outros locais onde encontramos acervos de arte tumulária.
Em Santos, cemitérios como do Paquetá e Saboó são ricos em túmulos de famílias ilustres e com arquiteturas tumular feitas por artistas de renome.
No entanto, ao contrario do que ocorre em outros países, poucos são aqueles que percorrem os cemitérios brasileiros para visitação de túmulos ilustres ou que saibam apreciar as obras de arte que estes cemitérios muitas vezes escondem. Raras exceções acontecem durante o ano como as visitas aos túmulos de Raúl Seixas, Airton Senna, na Capital, e Mario Covas em Santos. O resto só se dá em finados.
A maioria dos jazigos presentes nestes cemitérios, como o da Consolação, foi esculpida por artistas europeus que usaram materiais muitas vezes importados, de forma a enaltecer o nome das famílias abastadas. Encontramos, em São Paulo, obras de artistas consagrados como Brecheret e Luigi Brizzolara ao lado de outros não tão conhecidos como Eugênio Pratti e Ramando Zago. Centenas de artistas italianos de renome também deixaram um enorme acervo de peças espalhadas pelos cemitérios brasileiros, a maioria em nossa Capital.Muitas dessas peças só agora estão sendo identificadas. Para se ter uma idéia, somente no cemitério do Araçá encontramos quase 80 peças de notório valor artístico devidamente catalogadas.
É preciso apreciá-las com olhar de quem está num museu. Verá, então, diferenças entre peças da belle époque e art noveau. Verá nomes famosos também. Só não terá uma infra-estrutura de apoio com informações sobre as arquitetura e as personalidades ali “residentes”. O que é uma pena.


Você acha que esta modalidade de turismo gera emprego além de tornar nossos cemitérios mais interessantes?
Os avanços tecnológicos dos serviços póstumos de sua cidade fornecem apoio a essa modalidade de turismo?
Você concorda que a visita em um cemitério não deve ser somente no dia de finados ou quando morre alguma pessoa querida?Por quê?
Qual a sua opinião sobre a iniciativa das prefeituras municipais oferecerem cursos de Guias de Turismo em Cemitério.
Você acha que a superstição do brasileiro mais a sua religiosidade atrapalha o desenvolvimento desta modalidade de turismo?
Você como Turismólogo, o Turismo Cemiterial te assusta? Justifique.



REFERÊNCIAS
Mara Inez Ludwig Valio é economista, formada pela Universidade de Brasilia-UnB, e está cursando o MBA em Turismo -Planejamento, Gestão e Marketing, na Universidade Católica de Brasilia-UCB.
http://www.etur.com.br/
http://www.fals.com.br

4 de out. de 2008

Investimentos Estrangeiros no Turismo Brasileiro

Uma das notícias mais comentadas do ano entre os profissionais de Planejamento Turístico do país, a negociação da Costa do Sauipe ganha uma reflexão necessária.

Administradas por um fundo de investimentos do brasileiríssimo Banco do Brasil, o resort não obteve a liquidez esperada e está sendo negociado. Os diretores do resort, dizem que empreendimentos desta ordem, têm maturação demorada e demoram de 12a 15 anos para retorno do investimento. Com 8 anos de operação e ainda longe devolver mais de 2 centenas de milhões investidos pelo fundo, já não se nega a venda do empreendimento.

A grande discussão, porém, é para quem será vendido.

Ao que tudo indica, o pool formado pelo grupo Jamaicano Superclubs e investidores europeus, ainda com possibilidade de entrada de árabes, será o comprador do resort. Isso significa que todo o lucro gerado pelo empreendimento não mais ficará no país e sim viajará para América central, europa e quisá o bolso de um sheik árabe.

Contudo, isso é uma realidade mais frequente que pensamos. Em apenas três semanas, foram publicadas na imprensa especializada nada mais nada menos que 10 confirmações de mega investidores de toda parte do mundo injetando milhões em empreendimentos turísticos no Brasil. E se engana quem pensa que os investimentos são apenas no nordeste:

Ceará - Grupo LAC (Espanha): US$ 10 bilhões - Cidade Turística Nova Atlântica. Promete ser referência mundial, sendo forte concorrente do Caribe.


Campinas - GP Investimentos (Bermudas): não divulgado - Compra de várias redes de hotéis nacionais. Já investiu mais de US$ 2 bilhões em petróleo e minérios no país em 2008.

Bahia - Associação Nacional das Empresas de Promoção e Desenvolvimento Imobiliário da Itália (Itália): não divulgado - Ainda no início do processo, cerca de 150 agentes imobiliários da Itália negociam com baianos terrenos em frente à praias, imóveis e empreendimentos turísticos para contrução e aquisição. Estima-se que entre muito dinheiro.

Paraná - Grupo LA Hotels (Bermudas): não divulgado - Compra de rede de hotéis de propriedade brasileira localizados em várias cidade paranaenses.




Angra dos Reis/RJ - Grupo Posadas (México): não divulgado - Construirá um mega resort em Angra dos Reis.





Bahia - Prima Empreendimentos Inovadores S/A (hispano-brasileiro): R$ 13,6 bilhões - Plano Grande Baixio, que pretende construir resorts, condomínios e apartamentos no distrito de Baixio, município de Esplanada, na Costa dos Coqueiros.


Cabo Frio/RJ - Starwood (norte americana): R$ 420 milhões - O projeto ainda espra a vinda de várias outras redes internacionais de meios de hospedagem no complexo Reserva do Peró, localizado na APA do Pau-Brasil. A ida do Club Med já está confirmada.


São Paulo/SP - Starwood (norte americana): R$ 30 milhões - O grupo que agora detém todos os hotéis da rede Sheraton, pretende investir em todos os hotéis da rede na capital paulista para modernização e treinamentos.

Rio de Janeiro/RJ - pool de investidores franceses e brasileiros: R$ 12 milhões - O mais novo hotel 5 estrelas do Rio de Janeiro. Pretende alia boa estrutura com a informalidade e hospitalidade carioca.

Nos dias 8 e 9 de outubro, acontece em São Paulo a XII Brazilian Hospitality Investment Conference que reune investidores potenciais de todo o mundo e incentiva investimentos em todo o Brasil.

Na oportunidade, várias cidades brasileiras irão recepcionar grupos de investidores e lhes apresentar seu potencial turístico com o fim de receber um grande empreendimento hoteleiro. É o caso do Ceará, que receberá um grupo de 20 espanhóis e a espectativa é que o estado ganhe "pelo menos" um grande empreendimento hoteleiro, segundo Bismarck Maia, secretário de Turismo do estado.

No referido evento, espera-se que mais investimentos estrangeiros cheguem ao Brasil nos próximos anos.

A realidade de Uberaba, quanto à hotelaria é extrema: apenas 1 hotel de rede. Todos os demais hotéis são de propriedade de uberabenses.

Já em Uberlândia, grande parte dos leitos hoteleiros são de hotéis de rede.

Karim Mauad, presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Uberaba (ACIU), ao ser questionado pelos associados da instituição que preside à respeito dos investimentos externos, é enfático: "Os mesmos benefícios que uma empresa 'de fora' tem com o poder público, as empresas locais também têm". Ou seja, existe incentivo ao investidor local, mas tal incentivo não é acionado ou não há investidores na cidade?

A realidade é que muito dos epreendimentos de nosso nordeste é de propriedade estrangeira, principalmente européia. Isso é bom?

Por uma lado: Milhares de empregos são gerados em mega resorts estrangeiros. Bilhões são investidos em infra estrutura. Qualidade nos serviços, profissionalização e treinamentos são gerados nestes empreendimentos. Vários deles tês mais de 75% do quadro de funcionários de pessoas da região e uma responsabilidade social e ambiental exemplar.

Mas por outro: Todo o lucro líquido do empreendimento vai para a matriz ou para seus investidores, ou seja, não adianta falarmos em superávit da balança do turismo (que não existe, atualmente é défict) se os valores de fato entram e saem do país.

Qual é a sua opinião quanto à chegada de investidores estrangeiros no país? O tripé da sustentabilidade é totalmente alcançado? É fator de melhora na imagem do país no exterior? É melhor ter empregos ou que o lucro fique no país (se ficar, fica com quem?) ? Você é a favor de continuar com a política de captação de investimentos estrangeiros no Brasil?

Boa discussão é até quinta no debate.

27 de set. de 2008

SEGUINDO OS TRILHOS DO PASSADO


Nos atribulados dias dos grandes centros urbanos, avistar uma Maria Fumaça virou cena quase impossível. Pode ter sido em um filme, em uma novela de época ou até visitando alguma cidade histórica, mas com certeza você já ouviu aquele barulho estridente do apito do trem que se mistura com a fumaça que sai da locomotiva ao partir de uma estação, a cena é surpreendente.

Por nossa própria falta de hábito em relação a esse meio de transporte e também à escassa oferta de trens de passageiros, pensar em fazer um passeio ou uma viagem de trem no Brasil nem nos passa pela cabeça atualmente, ou nos remete ao chacoalhar dos vagões, ao barulho repetitivo que acompanha a viagem, sem contar a duração do passeio que se estende, e você, prudente, recusa-se a experimentar, é melhor pegar o carro e seguir até seu destino.

Mas será que sua reação seria a mesma se soubesse que os trens turísticos que deslizam pelos trilhos atualmente no país passam por regiões deslumbrantes, com florestas coloridas e rios formidáveis? Proporcionando uma vista, que só quem vai de trem assiste. Nesse caso, até mesmo uma longa viagem de trem não seria uma má idéia, não é? Em tempos de modernidade excessiva em tudo, um passeio de trem se transforma em uma opção mais charmosa do que qualquer outra coisa.

Apesar de ainda ser pouco utilizado no Brasil em relação a seu potencial, o trem é uma das opções de transporte mais utilizadas no Mundo. Com o surgimento de Organizações não Governamentais - ONGs e Associações, e com a comemoração dos 150 da ferrovia no Brasil, estão nascendo projetos cada vez maiores para, não só recuperarem trechos inativos, como também implantar Trens Turísticos onde há condições.

Só para se ter uma idéia de sua importância, o advento do Trem de passageiros pode ser considerado um dos marcos fundamentais para o que o turismo é hoje, já que a concepção de se transportar grande número de viajantes para um mesmo destino, de uma só vez, se iniciou com eles. Fazer um passeio de trem é realmente visitar o que no passado se chamava "viagens organizadas" e que deu origem ao que é hoje a atividade turística.

Visando aumentar a representatividade do setor e a oferta de passeios com trens turísticos, nasceu a ABOTTC - Associação Brasileira das Operadoras de Trens Turísticos e Culturais. Iniciativas como esta confirmam a importância desse meio que atravessou fronteiras e fez história.



TREM TURISTICO – UBERLÂNDIA-MG



O Município de Uberlândia aplicará, ainda este ano, cerca de R$ 600 mil na adequação da estação ferroviária e na revitalização dos trilhos que compõem a malha ferroviária na entrada da cidade. Parte dos recursos deste projeto é proveniente do Ministério do Turismo, sendo que a contrapartida da Prefeitura é de R$ 121.875,00. Os trabalhos serão realizados conforme acordo firmado com a Ferrovia Centro-Atlântica, concessionária do transporte ferroviário na região.

“A realização dos investimentos na estação e em seu entorno é necessária para a viabilização do projeto ‘Trem Turístico’, que será tracionado por uma antiga locomotiva movida a vapor, chamada Maria Fumaça, para proporcionar aos turistas a agradável sensação lúdica de uma viagem de trem, que percorrerá o trecho entre as cidades de Uberlândia e Araguari”, explicou o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Dílson Dalpiaz Dias.

A Estação Ferroviária de Uberlândia, localizada na Praça Werbert Júnior Fonseca, no bairro Custódio Pereira, receberá um posto receptivo para integrar o projeto “Trem Turístico” e oferecerá aos turistas que aportam na cidade uma recepção de excelência. Além disso, será realizada identificação visual e sinalização interna da estação, além da revitalização e arborização da praça.

O primeiro trecho a ser percorrido pelo "Trem Turístico" será o que liga Araguari a Uberlândia, pela Ferrovia Centro-Atlântica. Durante a viagem, os passageiros poderão apreciar diversas belezas naturais da região, em sua extensa área verde, e o lago da hidrelétrica Capim Branco II, que poderá ser visto de vários ângulos, por cerca de 10 quilômetros. A viagem de trem, além de ser segura, vai proporcionar aos passageiros um resgate histórico e sentimental.

A Ferrovia Centro-Atlântica é a sucessora da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, ligando o estado de São Paulo (Campinas) ao de Goiás (Anápolis), passando por Uberlândia e Araguari. Até 1970, o transporte de passageiros acontecia em volume significativo. Hoje, a ferrovia só opera com transporte de cargas.



TREM-BALA À VISTA!


O BNDES divulgará, nos próximos dias, os estudos técnicos sobre o traçado preliminar do primeiro Trem de Alta Velocidade (TAV) no Brasil. Incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), sua conclusão poderá ocorrer até a Copa do Mundo de Futebol, em 2014.



Além dos benefícios econômicos que trará, o TAV resgatará do imaginário a antiga maria-fumaça e, paradoxalmente, nos remete a uma perspectiva de futuro e desenvolvimento tecnológico.

Poderemos experimentar algo como uma sinfonia que pontuará o trajeto entre a cidade do Rio de Janeiro, do genial Villa-Lobos e seu “O trenzinho do caipira”, e a Campinas do grande Carlos Gomes, o Nhô Tonico, autor do “O guarani”, tendo a capital paulista como uma das suas principais paradas.

O “novo-velho” meio de transporte, nos seus vindouros 550 quilômetros, precisará de um investimento de 17 bilhões de reais, a viagem entre as capitais poderá ser feita em uma hora e dez minutos e terá a capacidade de transportar 17 milhões de passageiros ao ano. Mas tudo isso não bastará se não for garantida a qualidade do serviço ao usuário. Isso significa eficiência, rapidez, conforto e segurança.

Há um segundo ponto importantíssimo: devemos obter a transferência de tecnologia, considerando-se que a execução da obra será aberta, também, a empresas estrangeiras. E o interesse internacional tem sido marcante por parte de empreendedores de Japão, Alemanha, França, Itália, Coréia, entre outros, como foi demonstrado em recente audiência pública ocorrida na Câmara dos Deputados.

A concretização do TAV poderá, ainda, abrir caminho para a construção da ligação férrea entre Belo Horizonte, São Paulo e Curitiba, com 1.150 quilômetros de extensão, embora não haja definição sobre se será um equipamento de alta velocidade. Com este estímulo e a implementação de linhas para o transporte de carga, previstas no Plano Nacional de Viação (PNV), estaremos criando uma verdadeira e produtiva indústria brasileira do trilho.

Exemplos de eficiência nessa modalidade de transporte não faltam para nos inspirar. Na Europa, há 4.000 quilômetros de ferrovias de alta velocidade, com perspectiva de chegar a 9.000 até o ano 2020. No Japão, está o Shinkansen, inaugurado em 1964 por ocasião dos Jogos Olímpicos de Tóquio, que conta com 2.000 quilômetros de extensão, transporta 340,4 milhões de passageiros por ano e gera US$ 18,6 bilhões de receita.

Se o TAV ainda é estranho para nós, fica ainda mais evidente que temos de buscar a atualização de nossa malha quando nos deparamos com a realidade do modal ferroviário que opera com trens levitando sobre trilhos magnéticos — os maglevs. Em Xangai, na China, este equipamento opera comercialmente em um trecho que permite viagens acima de 400 quilômetros por hora.


Todas as alternativas que garantam nossa mobilidade e a circulação da riqueza que produzimos devem ser consideradas. Com a operação do TAV, que inova e, por isto, desafia, ganharão os usuários do transporte público de passageiros e o país.
Bonito, confortável, seguro e o menos poluidor dos meios de transportes.


Qual a sua opinião sobre a implantação do projeto de Uberlândia?
Qual o impacto no turismo com a concretização do Trem de Alta Velocidade (TAV) no Brasil?
A malha ferroviária ajudaria nos impactos ambientais provocados pela poluição do transporte rodoviário?
E o que é melhor para o Brasil: os Trens de Alta Velocidade ou os Trens turísticos?
Com a situação de nossas estradas, esse modo de transporte traria mais qualidade de vida para população?

22 de set. de 2008

A Crise Americana e o Turismo


O assunto mais falado no mundo na última semana e muito provavelmente nessa é a crise americana. Como o contemporâneo mercado de turismo é atingido, o asunto se torna obrigatório para nós.

Mas primeiro, vamos entendê-la:

2001: Depois dos atentados terroristas o medo gerou reflexo em tudo. O mercado imobiliário muito aquecido e e-empresas em crise – resultado: juros baixíssimos para reanimar a economia e consumismo.

2003: Os americanos que já têm casa própria refazem a hipoteca para pegar empréstimos e gastar mais na economia americana, que nesta altura, não sofreu muito com os acontecidos em 2001. Com os juros baixos, pessoas de baixa renda e incidência de inadimplência começam a hipotecar imóveis e este mercado torna-se muito bom para as imobiliárias americanas.

2004:Com os bons resultados da medida para aquecer o mercado americano, o Fed (Banco central norte americano) começa a subir lentamente os juros novamente.

2005:Apogeu do mercado imobiliário e os resultados dos baixos juros para manter a economia eram excelentes. Os juros, que continuam baixos, possibilitam ter mais de uma casa, o que era considerado um investimento, além de ser uma moleza adquiri-la.

2006: O mercado imobiliário vende as hipotecas dos clientes de baixa renda para instituições financeiras. Resultado: podem fazer mais de um empréstimo simultâneo e o “boom” da liberação de hipotecas a pessoas de baixa renda vem à tona.

Neste mesmo ano, os compradores de baixa renda passam a não pagar as hipotecas, pois, além de muito endividados, os juros já não são tão baixos como em 2001 e inicia-se o temor em comprar e vender hipotecas e títulos hipotecários. Com isso, a média do valor dos imóveis americanos cai, e o que era investimento, agora passa a ser um custo.

Resultado: os créditos caíram muito, o que fez a maior economia do planeta desacelerar, ou seja, cai o consumo, cai a circulação de dinheiro, cai a rentabilidade, caem as contratações e cai o poder de compra dos americanos. Por conseqüência, sem dinheiro, os americanos não têm como pagar as hipotecas, o que gera uma crise não só no mercado imobiliário como no mercado financeiro americano.

Influência: No mundo globalizado, empréstimos gerados nos EUA vão render juros para investidores na Europa e outras partes do mundo, por isso o pessimismo influencia os mercados globais, que também terão prejuízos caso os americanos não paguem suas dívidas.
2007: Um banco investidos francês, suspendeu 2 bilhões de euros em investimentos nos Estados Unidos preocupados com o mercado hipotecário americano, principalmente, com os empréstimos às pessoas de baixa renda. Como no turismo, para o mercado financeiro entrar em crise, basta uma notícia destas. A crise imobiliário-financeira americana começava (setembro de 2007).


O efeito dominó foi então inevitável. Instituições financeiras do mundo todo passaram a cortar os investimentos e declarar prejuízos. Com isso, os valores dos imóveis continuam despencando e os juros, continuam subindo. Estima-se que o prejuízo seria na ordem de US$ 500 bilhões.

As duas maiores empresas financeiras estadunidenses receberam ajuda federal na ordem de US$ 200 bilhões. Quem não recebeu a ajuda, quebrou. São ao todo, até agora, 12 falidas só este ano.


O governo americano tenta fazer com que o consumismo de seu povo continue, já que 70% de seu PIB é movido pelo consumo. Em fevereiro começou a enviar cheques aos americanos como restituição do imposto de renda.

O reflexo da Crise Americana nos mundo é evidente: O dólar dispara, o petróleo também. As bolsas de Paris Londres, Frankfurt, Mumbai (Índia), Tóquio, Xangai, Seul, Hong Kong e São Paulo caíram significativamente na média semanal.

O governo Americano estuda ações para intervenção no mercado e reanimação da economia. A ação mais evidente é a compra da dívida dos americanos para as instituições financeiras e imobiliárias. Porém, tal compra resolveria a raiz do problema? Talvez, já que o volume de empréstimo nos Estados Unidos representa cerca de 80% do PIB, no Brasil, esse número é de 35%.

No dia 19/09, segundo o Estadão, nosso presidente Lula disse que “A crise é do Bush, não do Brasil”, confirmando o que alguns economistas previam: a crise americana não chegará no Brasil. Será?

O mundo está de olho nas ações do governo americano e no pacote de ações para a crise. A Europa e o mundo somam os prejuízos e reestruturam-se para uma possível continuidade da crise. O dólar continua subindo empurrado pelo petróleo. Especialistas dizem que o Brasil não será afetado.

A crise americana será resolvida quando? Ela será resolvida? E o turismo? Diante de todo esse furacão, como a atividade será atingida? Qual serão os reflexos no turismo receptivo e emissivo no Brasil e no mundo?

Boa discussão e até quinta.

Abraços,

Prof. Lélio Kikuchi
Prof. Alexandre Ribeiro