25 de abr. de 2008

Postagem 9: Expozebu: a alta estação do turismo em Uberaba


Vai começar nesta segunda feira, 28 de abril, a 74ª edição da Expozebu, a maior feira de gado zebu do mundo.

Desde de a primeira exposição, na Fazenda Cassú, a Expozebu é referência em gado sadio, prematuro e extremamente produtivo.

Em sua sequência de recordes de negócios realizados no período da feira, recepção de visitantes nacionais e internacionais, a 74ª Expozebu tem ambições de continuar com essa quebrar de recordes e melhorar cada vez mais o atendimento ao visitante.

Sr. Jão Gilberto Bento, superintendente de Marketing da Associação Brasileira de Criadores de Zebu - ABCZ, entidade que organiza a feira, disse que a expectativa é de que cerca de 700 turistas internacionais de mais de 15 países, desembarquem na cidade para visitarem a feira, que contará com aproximadamente 35 mil visitantes, ainda segundo previsões de João Bento.

A expectativa da ABCZ para o volume de negócios realizados durante os 12 dias de feira, é de R$ 120 milhões, entre leilões, compras de sêmem, equipamentos agrícolas e demais gastos no segmento.

No ano passado, uma vaca foi leiloada no mais famoso leilão da feira: O Ela do Raça, na Fazenda Mata Velha, por nada mais nada menos que R$ 2,2 milhões. O consórcio que envolvia Oréstes Quércia (ex-governador de São Paulo), Joaquim Roriz (ex-governador de Brasília e atualmente senador da república) e o reitor da Universidade de Marília, deram entrevistas sorridentes após o remate e declararam que o investimento teria retorno em cerca de 1 ano.

A presença de autoridades é frequente em toda história da Expozebu


Há quem diga em lavagem de dinheiro, há quem diga em ostentação e ainda há quem diga em camaradagem entre amigos em leilões...

Mas o fato é que, além de ser uma movimentação considerável de valores, o rebanho brasileiro atual consegue reproduzir-se muito prematuramente e ter uma produtividade inegualável em qualquer outro país do globo.

Presente em vários países do mundo, a ABCZ organiza toda a catalogação genealógica do gado zebuíno brasileiro e ainda coordena o melhoramento genético no país, sendode uma importância ímpar para o país.

Todos estes números e fatos consumados, no entanto, não refletem o sentimento do uberabense.

Certa vez, fazendo um guiamento turístico em Uberaba, como nos livros que relatam a história da cidade, contei e vangloriei a questão zebuína para a cidade aos turistas que, obviamente, se impressionaram com os números e com a bela e gloriosa história. Porém, eu não contava com a sinceridade da inegualável Dona Maria Aparecida, espírita exemplar, de coração e dedicação que encanta os mais céticos. Em sua conversa com estes turistas no Hospital do Fogo Selvagem, foi logo atirando nas primeiras palavras para que todos se esquecessem de tudo o que podiam ter ouvido sobre o gado zebu, pois, era uma "pura enganação".

De fato, além de nunca mais enaltecer tanto a questão zebuína para a atual Uberaba, reconheço que realmente é muito na mão de tão poucos.

Após o fato, descubri que a pecuária, representa apenas 1% da arrecadação municipal em impostos. O que me fez ficar ainda mais fã de Dona Maria Aparecida.

Mas será que a opinião de Dona Maria Aparecida é a opinião dos uberabenses? A população uberabense tem identidade com a expozebu, mesmo com toda movimentação financeira? Qual deveria ser o posicionamento do uberabense diante a expozebu?

Qual é a diferença entre a comunidade local querer o turismo e a comunidade local ter identidade com o tipo de turismo?

Divirtam-se e até quarta.

21 de abr. de 2008

Postagem 8: PAC Turismo


No meio do ano passado, O presidente Lula e a Ministra do Turismo Marta Suplicy anunciaram o PAC Turismo - Plano de Aceleração do Crescimento - Turismo. Porém, quase ninguém se lembra, pois, na solenidade de apresentação do projeto, a ministra soltou o que já é considerado seu "jargão": "Relaxa e goza". O resultado foi que a declaração ganhou mais repercussão que o plano divulgado.

O PAC foi uma medida governamental, basicamente política, como resposta aos ataques da oposição referentes ao baixo crescimento econômico do país nos últimos anos. Muito comentado, principalmente pelo prato cheio ao desvio de verbas, o PAC é organizado em setores e um destes setores é o Turismo.

O PAC Turismo está aliado ao Plano Nacional de Turismo 2007-2010, logo, serão destinadas as verbas somente para os 65 Destinos Indutores do Desenvolvimento Turístico Regional.

Ele prevê a criação de 1,7 milhões de novos empregos e receita de US$ 7,7 bilhões. Para isto, uma verba gigante até 2010 será destina aos 65 Destinos Indutores, principalmente infra-estrutura e capacitação técnica.

A região nordeste conta com nada mais do que 23 cidades, o que representa 35% dos destinos indutores do país. Isso se deve à preocupação do governo federal em privilegiar a região nordestina que, carece de investimentos em infra-estrutura.
A região sudeste ficou com 12 destinos, Norte com 11, Centro-Oeste 10 e Sul 9.
É claro que o Programa de Regionalização do Turismo ainda está em ação, e estes Destinos Indutores representam regiões que tabém serão contempladas.

Para se ter ideia do volume de investimento no PAC Turismo, só o estado de Alagoas receberá 2,6 bilhões de reais até 2010 e, logicamente, investirá principalmente em saneamento básico e rodovias.

Proponho então uma reflexão embasado no assunto, levando em consideração todas as dicussões realizadas até o momento (desde a imagem do país no exterior, economia do turismo mundial, capacitação de mão de obra, até o desvio de verbas em mega eventos) como ferramentas para a análise do panorama do turismo no país atualmente.

Vamos direcionar nossa reflexão para a região Amazônica, onde existe um incontestável e incomparável potencial turístico de nível mundial, mas que não consegue nem conter desmatamentos, queimadas, caças predatórias e revoluções indígenas. Como os investimentos deveriam ser aplicados nesta região? Qual seriam os resultados?

E mais, reflitamos também se o formato desta distribuição de verbas gigantes foi correta. Como conter o desvio de verbas e analisr se os resultados esperados serão alcaçados com o presente formato.

Abraços e lembrem-se, turismólogo não tem frente partidária!

11 de abr. de 2008

Postagem 7: Turismo Cinematográfico, uma realidade



Elizabeth, James Bond, Frodo Bolseiro e Rocky Balboa. O que essas pessoa têm em comum? Ambas são conhecidas mundialmente através do cinema, e acreditem, já são considerados os símbolos de alguns destinos turísticos.

Elizabeth: A Era do Ouro, é o novo filme "carro chefe" no que diz respeito ao marketing turístico da Ingaterra. Depois do fenômeno Código da Vinci, que contou com rotas turísticas de acordo com o filme, a VisitBritain, o organismo turístico da terra da rainha, já começa a ter resultados em visitações e pedidos de roteiros de acordo com que o referido filme.


Essa estratégia de apoiar e até financiar as gravações de filmes que irão atingir mais de 100 milhões de pessoas em todo o mundo em poucas semanas, não é tão recente assim. Na década de 1970, com o filme "A Filha de Ryan", houve um grande aumento no fluxo do turismo na Irlanda, conforme relata Peter O´Neill, vice-presidente do Instituto Brasil-Irlanda.

E quem nunca quis subir as escadas do Museu de Arte da Filadelfia e imitar a dança de Rocky Balboa? Remar sua própria embarcação em um romântico passeio por Veneza? Quem não queria andar sobre os vários cenários da trilogia Senhor dos Anéis para ver o cenário natural e comprovar sua existência?

Seja sob influências das décadas de 70, 80, 90 ou até das futuristas, a quantidade de pessoas que associam cenários e pontos turísticos à filmes, considerável.

Este cenário motivou a criação de roteiros específicos para filmes, como o já mencionado Código da Vinci, que até em atualizações do Google Earth constam um roteiro turístico do filme; como o roteiro de Pedro Almodóvar, na Espanha; e as inúmeras cenas em Paris e Nova Iorque.

Mas e o Brasil? Como anda essa estratégia de extremo retorno?

A cidade de São Paulo, conforme o Sr. Caio Luiz de Carvalho diz em tom de orgulho, é o cenário de campanhas publicitárias mundiais de marcas como Levi's e Citroën. Porém, como vimos na TV, a campanha da Citroën, mostra uma cidade de um trânsito caótico, como a essência da violência e desigualdade de nosso país mostrados em Cidade de Deus (2002), Tropa de Elite (2007) e Meu Nome não é Jonny (2007).

O cinema brasileiro, para o colunista de cinema da revista Veja São Paulo, Miguel Barbieri Jr, ou é feito para mostrar os cenários naturais ou escancarar nosso duro cotidiano com um fim de protesto e exposição da realidade.

E para você, colega turismólogo? O cinema brasileiro explora bem esse "filão" de marketing turístico? Quais seriam as soluções para que esta ferramenta fosse otimizada e ajudasse a melhorar a imagem de nosso país?

Abraços, bom debate e até quarta.

8 de abr. de 2008

Postagem 6: A Copa do Mundo é Nossa!


Recentemente, foi confirmado o nome do Brasil como sede da Copa do Mundo de Futebol no ano de 2014. Trata-se do mais popular evento esportivo do mundo, realizado no país do futebol, como assim somos conhecidos.

A Federação Internacional de Futebol, a FIFA, sugere que 10 cidades sejam as sedes de jogos durante a copa, porém, não nega a possibilidade deste número estender-se para 12.

Este fato, aliàs, é o grande debate no momento. Quais serão as cidades que sediarão os jogos da Copa do Mundo? O que determina que uma cidade seja escolhida e outra não?

Está praticamente certo, que o encerramento e final da Copa seja realizado no estádio Maracnã, no Rio de Janeiro, porém, a abertura está sendo disputada por Brasília, com o estádio Mané Garrincha (que será inteiramente reformado) e São Paulo com o Morumbi, um estádio particular que já está em grande parte de acordo com o padrão FIFA.

Este padrão FIFA para os estádios de futebol, é simplesmente uma condição básica para se abrigar evento com grande quantidade de pessoas: acesso fácil, ágil e suficiente; estacionamento com capacidade; sanitários suficientes; condições para deficientes; lugares sentados à arquibancada; segurança e boas condições para imprensa e jogadores. O que já é rotina na Europa, mas raridade no Brasil.

Cidades como Porto Alegre, abrigam pelo menos 2 estádios muito bons, com perfeitas condições e poucos investimentos, de sediarem um jogo de Copa do Mundo. Porém, apenas um estádio, o já confirmado Beira Rio, do Sport Club Internacional, sediará jogos da Copa, pois, outras cidades deverão ser prestigiadas.


18 cidades incialmente lançaram candidaturas: Brasília, Campo Grande, Cuiabá e Goiânia no centro oeste. Fortaleza, Maceió, Natal, Salvador e Recife/Olinda (conjunta) no nordeste. Belém, Manaus e Rio Branco no norte. Belo Horizone, Rio de Janeiro e São Paulo no sudeste e Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre no sul.

As cidades que estão praticamente escolhidas são: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília e Curitiba. Tanto pela estrutura e tradição no futebol, quanto por serem "destinos prioritários" do Ministério do Turismo. Fato este que pode-se constatar várias cidades do nordeste para o restante das vagas.

Recentemente, Blumenau lançou sua condidatura na mídia nacional, embora a Confederação Brasileira de Futebol tenha dito à imprensa que ainda não recebeu a candidatura oficial por parte da cidade. A cidade de Blumenau, porém, adota uma tática mais agressiva para que, pelo menos, seja uma sub-sede da Copa. Ou seja, caso Curitiba, Porto Alegre ou até Florianópolis seja escolhida como sede, Blumenau já teria um forte apelo para pelo menos tornar-se sub-sede.

A idéia de sub-sede poderia ser boa para algumas cidades. Já se fala que Araxá, no momento articula com Belo Horizonte para que a cidade seja uma sub-sede do grupo que jogará na capital mineira, recebendo alguma delegação importante.

Contudo, as sedes da Copa do Mundo são escolhidas pela FIFA, que avalia condições básicas, acesso, vôos regulares, estrutura urbana, hotelaria, estádio, atratividade, lazer e outros tantos requisitos que estão sendo avaliados.

A Ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT/SP) afirmou que as cidades deverão ser escolhidas estrategicamente, pois, o evento servirá como ferramente para que a imagem do país no exterior seja melhorada, por isso, a articulação com os "destinos prioritários".

Seja por destino prioritário, qualidade turística, potencial turístico, atratividade turística, condições estruturais urbanas, estruturas de estádios, tradição no futebol, quais seriam para vocês turismólogos, as 10 cidades sedes da Copa do Brasil em 2014? Quais são os requisitos básicos que vocês julgam essenciais para estas escolhas, levando em consideração que o evento será essencial para melhoria da imagem do país?

Lembrem-se do nosso Plano Nacional de Regionalização do Turismo, da imagem atual do país no exterior e principalmente, o que temos aqui e que gostaríamos que o mundo conhecesse, para formular seu raciocínio.

Bom debate e até quarta.

Lugar de lixo, é no lixo!