29 de set. de 2009

Turismo: politiqueira, politicagem, politicando

“O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.”

Este famoso texto de Bertolt Brecht, além de nos mostrar a relevância da política para quase tudo em nossas vidas, nos dá uma matriz para reflexão e formulação de nossas considerações sobre este polêmico tema, e para isso, transcrevo a brilhante frase de Platão, citada pela amiga Karina Arantes neste blog: "Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles que gostam."

Em virtude de estarmos no ano em que muito se discute sobre a Copa do Mundo de 2014, no semestre que muitos discutimos uma política pública envolvendo o Turismo de Base Comunitária, uma semana após discutirmos sobre Inventário Turístico e conseqüentemente, sobre Circuitos Turísticos e na semana em que será escolhida a cidade sede das Olimpíadas de 2016, pensei que seria conveniente falar sobre o tema.

Para não sermos redundantes, afinal, os últimos temas tiveram grande relação com a política, vamos analisar as ações dos governos públicos nas três esferas.

No Ministério de Turismo, as principais ações estão focadas na organização dos investimentos para a Copa de 2014, campanhas de incentivo às viagens, estruturação e gestão dos 65 Destinos Indutores, linhas de crédito e cadastros dos profissionais e empresas.

No âmbito estadual, o governo mineiro tenta manter a política de regionalização do Plano Nacional de Turismo fomentando seus 52 Circuitos Turísticos. O programa de capacitação vem evoluindo para hotéis e restaurantes, após três anos de capacitação para receptivos e operadores de atividades turísticas. Tem um plano de apoio à comercialização que apóia Circuitos e Receptivos em feiras e eventos de turismo além de recentemente inaugurar a Casa Minas Gerais, na Avenida Paulista esquina com rua Minas Gerais. Esta Casa servirá para encontros comerciais, campanhas publicitárias e treinamentos.



E o âmbito municipal? Como andam as políticas públicas? Você sabe quais são as responsabilidades da Secretaria Municipal de Turismo? Qual é e como deveria ser a relação entre Turismo e Política?

24 de set. de 2009

INVENTÁRIO TURÍSTICO


INVENTÁRIO TURÍSTICO





Inventário Turístico, documento elaborado por empresas do ramo turístico tem como objetivo identificar os atrativos, serviços, equipamentos, infra-estrutura, meios de acesso, variáveis gerais – fornecedores, concorrentes, clientes, mão-de-obra, entidades de classe – e variáveis operacionais – características sócio-econômicas, tecnológicas, legais e políticas - de uma localidade.

Este documento é utilizado não só pelo poder público a fim de obter subsídios para planejamento turístico sustentável, assim como turistas em busca de informações sobre a região, estudantes para realização de pesquisas e estudos, empreendedores com objetivo de ter maiores informações sobre o local que pretende abrir empreendimento turístico ou não, imprensa e outros interessados.

O processo tem como objetivo resgatar,coletar,ordenar e sistematizar dados e informações sobre as potencialidades dos atrativos turísticos e das ofertas local e regional.




Após a captação de todas as informações os dados serão repassados ao Banco de Dados do Sistema de Informações Turísticas do Programa de Regionalização e fará parte do Banco de Dados Nacional do Ministério do Truísmo par que todos os setores possam utilizar no planejamento das políticas de atuação, ações e qualificação estabelecendo prioridades a partir do conhecimento das área viáveis economicamente e aproveitando suas potencialidades.

O Inventário Turístico aponta diagnósticos que atendem as demandas de planejamento integrado, viabilizando a melhoria da infra-estrutura das cidades. Assim, é possível o desenvolvimento da qualidade dos produtos oferecidos, alavancando a economia e ampliando o mercado de trabalho com a abertura de novas frentes de emprego.



Os pesquisadores da oferta turística enfrentam dificuldades em obter informações junto aos estabelecimentos consultados. Muitos se mostram desconfiados e até se negam a fornecer informações, o que dificulta o trabalho de coleta.

Geralmente, os pesquisadores são estudantes de curso superior em Turismo e/ou Hotelaria, orientados por um Turismólogo que são contratados por uma empresa de consultoria do setor, que através de licitação tem seus projetos aprovados pela administração da cidade (que é responsável pela realização do Inventário Turístico).

Além da dificuldade apontada, os pesquisadores não têm a remuneração compatível pelo a quantidade de trabalho que realizam. O tempo também é insuficiente, pois eles precisam de colher as informações que pede nos questionários “in loco”.

Por exemplo:

Um pesquisador ganha dois passes de transporte coletivo por dia para realizar a pesquisa em 10 hotéis localizados em bairros diferentes.

O que se observa é uma falta de estrutura para que seja realizado um trabalho bem feito.


Baseado nesta realidade, o que você alvitraria para que O Programa seja plausível à nossa profissão?

Você acredita que todas as cidades brasileiras farão o Inventário Turístico?

Você como estudante, participaria deste projeto em sua cidade?

As logísticas apresentadas pelos órgãos públicos e privados é suficiente?

Sugestão Bibliográfica: acesse: http://www.livrosdeturismo.com.br/defaultlivros.asp?Ordenado=MaisVendido&Origem=Pesquisa&PalavraChave=invent%E1rio+&TipoPesquisa=Titulo&Pesquisar=Ok

16 de set. de 2009

O Turismo no Brasil e sua representatividade

Há muitos anos sempre discutimos e até lutamos para que nossa profissão fosse regulamentada, mesmo que, ao certo, não sabemos dos reais e palpáveis benefícios que esta ação nos proveria.
No entanto, em janeiro de 2009, o Ministério do Trabalho concedeu à Confederação Nacional do Turismo - CNTur a Carta Sindical, ou seja, o órgão será o representante sindical dos trabalhadores do turismo e hospitalidade. Tal Carta Sindical, foi reconhecida pelo nobre professor Dr. Mário Beni como uma “carta de alforria”, após anos
sendo inquilinos de uma incoerente e inchada Confederação Nacional do Comércio - CNC.



A Carta Sindical, permite ao CNTur planejar a força de trabalho do Turismo no Brasil, caracterizando-a como uma Representação Sindical de 3º grau, ou seja, formada por várias Federações Sindicais que estas, por sua vez, formadas por vários Sindicatos de Trabalhadores, fazendo-se valer de órgão de representatividade nacional (2 milhões de empresas e ais de 10 milhões de empregados).

Dentre os planos da CNTur estão a:

PLATAFORMA NACIONAL – Ações de formatação de políticas públicas voltadas ao Turismo.

TURISMO INTERNO MAIS BARATO – Ações para redução dos impostos para incentivo à queda do preço e aquecimento das viagens internas.

COPA DE 2014 – Qualificação das cidades sede e sub-sedes.

SISTEMA “S” DO TURISMO – Criação do SESTur – Serviço social do Turismo, para a socialização do capital através de ações de assistência social, pedagógica e serviços comunitários e SENATur – Serviço Nacional de Aprendizagem no Turismo – qualificação de mão-de-obra e formação de gestores.

REDE BRASIL DE QUALIFICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO SOCIAL DO TURISMO – Qualificação profissional através do convênio com mais de 100 instituições de ensino superior em turismo em todo país; promoção de atividades de lazer e socialização aos trabalhadores do Turismo em mais de mil clubes sociais e esportivos em todo país.

Para o CNTur foi somente a primeira “batalha contra a CNC”. A próxima, que já conta com atrasos nos resultados s muita polêmica, é a criação do Sistema “S” do Turismo. A CNC é categoricamente contra a criação deste e justifica na interpolação dos trabalhos do SENAC e SESC. Porém, para o prof. Mário Beni ambos não fazem mais o seu papel como deveriam, apesar de reconhecer o grande trabalho ao país em décadas de projetos. Contudo, é inaceitável que juntas, as instituições têm 17 mil leitos hoteleiros em todo país e 21 faculdades de ensino superior, técnico e pós-graduação na área do Turismo com mensalidades altas, descaracterizando o real objetivo de inclusão social e de qualificação, além de proporcionar uma covarde concorrência com a inicciativa privada no setor hoteleiro em diversas localidades do país.

Ainda segundo prof. Mario Beni, “o Sistema “S” do Turismo não cria nenhuma despesa nova à iniciativa privada ou ao Governo, somente remanejará a contribuição compulsória dos 2,5% devidos sobre a folha de pagamento das empresas ligadas ao setor, recolhida atualmente para o comércio”, o que acende ainda mais a disputa pela não criação deste por parte do CNC, pois, implicaria em perde de recursos federais ao SENAC e SESC.



Vamos fazer então, uma reflexão sobre a representatividade do turismo e do turismólogo, que acaba de mais uma vez de colocar a proposta de regulamentação da profissão na mesa de mais um presidente (FHCe o próprio Lula no primeiro mandato). A forma de representação do turismo em geral (turismólogo inclusive) está sendo construída de forma correta? É relevante a representatividade? Ou apenas político? Quais são os resultados possíveis no formato atual e quais teriam que ser o resultados dessa representatividade?

8 de set. de 2009














Pesquisa realizada pelo Departamento de Economia e Estatística da Abresi (Associação Brasileira de Gastronomia, Hospedagem e Turismo), durante os dias 1° e 2 de setembro, mostra que o setor de hospitalidade e turismo paulista foi afetado após o primeiro mês de vigência da Lei Antifumo. A Lei, de autoria do governador José Serra, passou a vigorar em todo o Estado de São Paulo no dia 7 de agosto.

Os estabelecimentos ouvidos pela pesquisa estão situados na área mais nobres da capital paulista, nos bairros de Vila Madalena, Vila Olímpia, Itaim Bibi, Moema e Vila Nova Conceição. Foram consultados 90 estabelecimentos, sendo 30 casas noturnas, 30 bares e 30 restaurantes. A equipe colheu opiniões de proprietários e gerentes destas casas.

Dentre os resultados obtidos pela pesquisa, destacam-se:

- Os restaurantes foram aqueles que registraram a menor perda, com relação a faturamento: 11% em média.
- Bares perderam, em média, 22% do faturamento.
- As casas noturnas foram aquelas que registraram a maior queda no faturamento, com 38%.
Dentre as razões apresentadas pelos gerentes e proprietários para a queda de faturamento estão os seguintes motivos:
- Queda no tempo de permanência de cada cliente.
- Queda na frequência dos clientes
- Tendência dos freqüentadores em optar por reuniões em casa, efeito também da Lei Seca, aprovada em âmbito nacional em 2008 e do aumento no número de assaltos no Estado.


Lei antifumo é aprovada em Minas

Deputados mineiros aprovaram terça-feira em primeiro turno o Projeto de Lei 3.035/09, que proíbe o fumo (uso de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou de produto semelhante) em locais fechados de uso coletivo no estado, seja público ou privado, entre esses danceterias, bares e restaurantes. A proposta dos deputados Alencar da Silveira Júnior (PDT) e Gilberto Abramo (PMDB) difere da lei paulista, já que prevê que o estabelecimento comercial deve criar espaço próprio aos clientes fumantes, separado fisicamente, porém com exaustores para garantir a qualidade do ar.


O projeto teve aprovação unânime dos 55 deputados que compareceram ao plenário, durante reunião extraordinária realizada à noite. A proposta original, apresentada no fim do ano passado, passou pelas comissões de Constituição e Justiça, de Saúde e de Fiscalização Financeira e Orçamentária, onde recebeu adequações em seu texto. Na votação de terça-feira não houve emendas.


Agora, depois da aprovação em primeiro turno, o projeto “antifumo”, como vem sendo chamado, retorna à Comissão de Saúde para parecer final. O deputado Alencar da Silveira Júnior acredita que em 15 dias deve vir a aprovação em segundo turno. Se a previsão do parlamentar estiver correta, a lei pode ser sancionada até fim de setembro, já que o Executivo sinaliza de forma favorável ao projeto.


Rio de Janeiro

O governo do Rio de Janeiro conseguiu aprovar terça-feira seu projeto que proíbe o fumo em locais públicos no estado. O texto recebeu 10 emendas dos deputados fluminenses e a proposta terá uma segunda votação ainda nesta semana e só passará a valer 90 dias depois de sancionada pelo governador Sérgio Cabral. O governo terá que fazer uma campanha educativa nos meios de comunicação para esclarecer as proibições.



Com a aprovação, a legislação fica mais restritiva na cidade do Rio de Janeiro, onde, desde maio de 2008, um decreto municipal já proibia o fumo em recintos públicos fechados. Pelo decreto municipal, ainda é tolerado o fumo em varandas, terraços e similares. Caso a lei estadual seja sancionada, o fumo nestas áreas de locais públicos também será proibido. Cidades turísticas como as das regiões Serrana e dos Lagos terão que cumprir as mesmas regras que restaurantes e hotéis cariocas já estão cumprindo.
Vocês concordam com a Lei de São Paulo, que proíbe o fumo em varandas, terraços e similares? Jutifique.

A Lei de Minas (que prevê que o estabelecimento comercial deve criar espaço próprio aos clientes fumantes, separado fisicamente, porém com exaustores para garantir a qualidade do ar), pode oferecer impactos menos negativos para os estabelecimentos no que se refere ao tempo de permanência e freqüência de cada cliente? Justifique.

Você acha que a “Lei Seca” e a “Lei Antifumo” podem afetar negativamente o Turismo no Brasil?
Boa postagem!!

2 de set. de 2009

Discutindo o Turismo de Base Comunitária



Perambulando despretensiosamente pelo portal Periódicos de Turismo, tive o prazer de ler 2 artigos muito bem escritos que foram recentemente incluídos no portal.

Ambos os artigos dissertam sobre o atualíssimo Turismo de Base Comunitária, que foi o conceito empregado no Brasil para tratar do Turismo de Experiências, Turismo Vivencial e Turismo de Vilarejo, que são tanto discutidos entre os estudiosos da área, quanto já comercializado por agências de turismo.

Os artigos nos remetem à importância da valorização da imensa diversidade cultural em nosso país que, talvez seja nosso principal valor turístico. A partir dessa valorização, ou, a partir do resgate da valorização de suas próprias manifestações por parte da comunidade, um produto é gerado, e deste produto, uma fonte de renda é criada com toda base sustentável, a partir do turismo, porém não unicamente deste.

Os exemplos são muitos. Desde Corumbá no Mato Grosso do Sul, a Capivari em Minas Gerais, passando por Nova Olinda no Ceará e Santa Rosa de Lima em Santa Catarina. O que os projetos nestas cidades têm em comum, é justamente o resgate de um valor local para adequação de produto para comercialização, principalmente para turistas.


Um fato importante, segundo o Prof. Bártolo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é que o autóctone não quer deixar de fazer sua atividade, ou seja, não quer deixar de pescar, fazer artesanato ou quitandas, ele quer continuar sua rotina e receber visitas simultaneamente. Esse, ao meu ver, é o principal ponto para que o processo seja saudável, ou seja, continuar a rotina, permanecendo os valores e ideais, para não conotar apresentações culturais, muito diferentes das manifestações culturais.

A partir disto, o atrativo turístico principal não é a atividade base da comunidade, ou sua forma de vida, e sim um atrativo natural ou cultural, complementado pela atividade da comunidade. Tão logo através de pesquisas nos artigos do portal Periódicos de Turismo e, principalmente do TURISOL - Rede Brasileira de Turismo Solidário e Comunitário (http://turisol.wordpress.com/), vamos discutir a essência deste Turismo de Base Comunitária.


O questionamento parte da questão do principal atrativo turístico: é um atrativo já existente, natural ou cultural; ou é o próprio modo de vida da comunidade?

Em termos conceituais, que ainda está sendo construído, o principal atrativo já existe, o resgate da identidade para comercialização de um produto típico é apenas um complemento, porém, se aplica a todos os casos? Não podemos fazer como em Capivari/MG, onde a agência Andarilho da Luz comercializa não as caminhadas ecológicas, mas sim a vida na comunidade? Ou o trabalho tem realmente que ser complementar, para o bem da própria comunidade?

Em suma amigos turismólogos, o Turismo de Base Comunitária, deve ter como atrativo principal sua própria “vida” ou um atrativo natural ou cultural?