26 de ago. de 2010

Sugestão de férias: passar por uma experiência de seqüestro

No dia 08 de julho de 2010, a jornalista Tânia Vinhas, no Blog Spintravel (http://spintravel.blogtv.uol.com.br/2010/07/08/sugestao-de-ferias-passar-por-uma-experiencia-de-sequestro) postou a reportagem sobre um novo e, no mínimo curioso, produto vendido por empresas de turismo: experiência de sequestro.

A matéria na íntegra segue:

Parece de mau gosto, mas empresa francesa quer oferecer aos turistas a chance de viver um seqüestro emocionante.



Nada de cruzeiros românticos, nada de hotéis butiques. De acordo com a empresa francesa Ultime Réalité (http://www.ultimerealite.fr/), o futuro das agências de viagem pode estar nas simulações de seqüestro. A idéia foi divulgada na conferência Tourism Futures, que aconteceu em Brisbane, Austrália.

“Agora que a Virgin Galactic ( agência de passeios espaciais - http://www.virgingalactic.com/) está com esperanças de levar os seus primeiros passageiros para o espaço no começo de 2012, este tipo de idéias criativas estão com potencial de virar realidade”, alegou Craig Shim, gerente de marketing da Tourism Queensland (Operadora de Turismo australiana), que defende a idéia da tal empresa.

A companhia já oferece aos seus clientes o pacote com seqüestros simulados – a pessoa paga, mas não sabe como, onde e o que vai acontecer. O seqüestro pode durar de 4 a 10 horas e a pessoa pode esperar sérias torturas psicológicas.

“Isso permite ter a experiência do terror da coisa real”, afirma. Custa mais ou menos 1000 libras. O que você pensa sobre isto?


Independente do segmento extremo e curioso, proponho além da pergunta incitada no texto, uma reflexão sobre as mudanças das motivações das viagens e, sobretudo, da criatividade e novos segmentos de viagens ou passeios "diferentes" que nos últimos anos surgiram, tais quais o necroturismo (visita à cemitérios e locais mal assombrados), estadias em campos de concentração ou em prisões, dias como mendigo ou imigrante ilegal, parque temático que simula deserto e até simulação de abdução por extraterrestres.

19 de ago. de 2010

Turismo para todos?



"Para coibir ‘farofa’ na praia, cidades de SP cobram caro de turista de um dia. Ônibus sem registro em hotel ou pousada chegam a pagar quase R$ 3 mil. Em alguns locais, o veículo não pode sequer entrar no município."

Essa é a manchete do portal G1 no dia 20/12/09 sobre cobrança de entrada nas cidades do litoral paulista. A matéria na íntegra, segue:

"Os turistas de um dia têm tido cada vez mais dificuldade para aproveitar as praias do litoral de São Paulo. Acostumados a se amontoar em ônibus com isopores lotados de bebida e comida para passar algumas horas ao sol, eles estão longe de receber tratamento VIP.

A maioria das cidades tem ao menos uma receita para coibir a ‘farofa’ na areia. Algumas cobram caro dos que pretendem entrar na cidade sem gerar renda alguma e ainda despejar sujeira. Outras ‘isolam’ os turistas em praias menos badaladas, dando em troca um terminal todo equipado com banheiros e estacionamento.
É o que ocorre em São Sebastião, no litoral norte. Reformado, um terminal para ônibus na Praia Grande recebe os chamados turistas de um dia com churrasqueiras e até lanchonete. Os ônibus param e pagam R$ 300.


Vans desembolsam R$ 60. Com isso, os turistas ficam bem longe de Maresias, Juqueí, Camburi e outros locais frequentados pela ‘high society’. “As pessoas dessas praias têm de fato preconceito contra os turistas de um dia. É para isso que existe essa estrutura aqui”, diz Ademir Rosa dos Santos, que administra o chamado Balneário.

Em Caraguatatuba, os ônibus também só podem parar em dois terminais preestabelecidos. Um é mantido pela prefeitura e fica na Praia das Flexeiras. O outro é particular e fica em Aruã. Nos dois, ônibus pagam R$ 350; as vans, R$ 150. Em Flexeiras, há chuveiros e outras dependências para os visitantes. A idéia é ampliar a estrutura e construir também uma quadra de esportes. Em Aruã, há até acomodações para os motoristas dos ônibus tirarem uma soneca.

Em Ubatuba, também há um terminal em Perequê-Açu, com sanitários, chuveiros com água quente, guarda-volumes e local para descanso coberto. Ônibus pagam R$ 300. O diretor-presidente da Companhia Municipal de Turismo (Comtur), Enos José Arneiro, não vê, no entanto, preconceito. “O ônibus precisa parar aqui porque não há outra forma de disciplinar o trânsito. Não é discriminação”, diz, apesar de os turistas de um dia ficarem longe de praias como a da Almada e do Tenório. “A Praia do Perequê-Açu é uma das melhores da cidade”, defende.

Em Santos e na Praia Grande, ônibus que não estejam seguindo para alguma pousada predeterminada nem entram no município. Em Santos, fiscais ficam de prontidão na saída do Sistema Anchieta-Imigrantes para impedir que burlem a lei. Nas duas cidades, o ônibus que for flagrado circulando sem autorização paga multa, é apreendido e levado para o pátio. No Guarujá, um novo decreto, deste ano, taxa em R$ 800 os ônibus com turistas de um dia sem reserva em algum estabelecimento da cidade
.



Altas Taxas
Ilhabela cobra caro dos que não têm reserva: R$ 1.041 para os ônibus com ‘farofeiros’, que precisam pedir uma senha com 72 horas de antecedência. Se forem flagrados sem a licença, pagam uma multa de 10 vezes o valor (mais de R$ 10 mil). Além disso, o ônibus precisa pagar uma taxa de licenciamento ambiental (de R$ 40).

No litoral paulista, São Vicente tem a taxa mais ‘salgada’ de todas. Ônibus que não pararem em nenhuma das nove pousadas habilitadas pagam R$ 2.800. Se pagarem a hospedagem ou um valor preestabelecido, os turistas podem deixar os pertences às 5h e retirá-los às 17h, sem desembolsar a taxa.

É o caso da Pousada Tropical, que fica em frente à praia de Itararé e recebe, aos domingos, um ônibus lotado de turistas de um dia. Para poder desembarcar os passageiros, o proprietário do coletivo paga para a pousada R$ 600. “Sai mais em conta para o ônibus”, afirmou a agenciadora Fátima Costa, de 55 anos. Ela afirma que nunca viu coletivos que topassem pagar a taxa “salgada”.

Fátima acrescenta que nos R$ 600 estão inclusas duas suítes e dois banheiros, que os farofeiros podem usar à vontade. Qualquer ônibus de excursão precisa de autorização da Secretaria de Turismo para circular na cidade.

A limitação aos turistas por um dia divide a opinião de moradores e trabalhadores de São Vicente. “Esses turistas só fazem sujeira. Acabam com a nossa praia”, afirmou o estudante Jhonatan Roberto Silva, de 18 anos. Segundo o jovem, o fim de tarde de domingo evidencia o “desastre" na areia. “Comida, sacos e lixo ficam espalhados pela areia. Os turistas podiam ter um pouco mais de cuidado.”

O vendedor ambulante Paulo Siqueira, de 27 anos, porém, acredita que os visitantes são necessários para a economia. “Se não são eles, estou perdido. Eles que compram as minhas mercadorias”, afirmou, apontando para os óculos, boias e outros apetrechos praianos em sua barraca.

Para alguns juristas, as medidas adotadas pelas cidades são, além de preconceituosas, inconstitucionais, porque ferem o direito de ir e vir das pessoas. Já outros consideram legais as taxas, pois é dever de cada município regular o trânsito
".

Taxa semelhante também foi implantada pela Prefeitura de Conde, na Paraíba, que estabeleceu taxa entre R$ 110,00 e R$ 340,00 para veículos acima de 12 pessoas que não tiverem vínculo com nenhum equipamento de hospedagem na cidade.

Talvez seja fruto do Turismo de Massa ou talvez um revide à ele. Que bom que temos vários outros locais se preparando para receber esses excursionistas. Porém, eles teriam condições de se locomover até la?

Exclusão? Organização? Afinal, você é contra ou a favor desta prática?

18 de ago. de 2010

Dubai e a nova reflexão mundial


Em 1971, seis Emirados se unificaram para formar os Emirados Árabes Unidos, independentes, porém autônomos, entre si inclusive. Um ano depois chegou o sétimo Emirado e uma política de cooperação mútua, que perdura até os dias atuais, fazendo com que a região fosse então considerada um único país, apesar das distinções de cada Emirado.

Emirado, quer dizer uma região de administração de um Emir, que é um título de nobreza, semelhante ao Sultão, Califa e Vizir. São pessoas muito ricas e com poderes religiosos, considerados descendentes de Maomé. Desta forma, entendemos o significado do nome deste país: união dos territórios de Emires.

Localizados ao sul do Oriente Médio, no Golfo Pérsico, às margens do Oceano Índico, esse bucólico lugar, se transformou em uma velocidade assustadora.


Em julho de 2008, sua população era de um pouco mais de 4,5 milhões de habitantes, com alta taxa de natalidade (16,06 por mil, enquanto o Brasil tem 1,8) e baixa de mortalidade (2,13 por mil, o Brasil tem 6,22).

O país, ao contrário do que se pensa, não está ainda um país cosmopolita. Apesar de sua população ser composta de apenas 19% de emiratenses. Contudo, cerca de 50% da população são indianos, 23% de outros árabes (principalmente iranianos) e somente 8% de outras etnias. Isso explica os 96% de adeptos da religião muçulmana e a língua mais falada ser o hindu, árabe e persa.

A economia base do país é o petróleo e o gás natural, matérias primas de grande valor no mundo todo, sobretudo político.

Apesar de apenas 2,4% de índice de desemprego (Europa 7,2%, Brasil 14,5% e Estados Unidos 6%) o país conta com quase 20% de sua população abaixo da linha da pobreza.

Contudo, os Emires iniciaram uma revolução da engenharia no país, principalmente no emirado de Dubai, onde as construções estão em um ritmo tão acelerado, que em 2008 cerca de 25% dos guindastes de todo o mundo estavam nesta cidade.


Através de um moderno sistema de drenagem holandesa, que draga milhares de toneladas de areia para o oceano, formando as maiores ilhas artificiais do mundo.



As maravilhas da engenharia estão sendo construídas neste local, como Burj al-Arab, o único hotel 7 estrelas do mundo, um hotel sobre as águas, o edifício mais alto do mundo,



a maior contrução da engenharia do mundo, o maior conjunto de parques de diversões e resorts do mundo, o maior complexo de esportes do mundo,




a maior marina do mundo, o primeiro porto espacial do mundo, o maior sistema ferroviário do mundo, o maior aeroporto do mundo,








o maior centro comercial do mundo, a maior estação de esqui fechado do mundo (no deserto), e outros tantos projetos que certamente, têm a ambição de serem os maiores do mundo.




Um não lugar contruído para receber as pessoas em turismo,a negócios, em busca de glamour.



A quantidade de contruções em um espaço consideravelmente pequeno, coberto por florestas em apenas 3,7% (2005), emitem dióxido de carbono como um país de 100 milhões de habitantes.

A nova ordem mundial, o tema mais discutido no mundo e o que atualmente (pelo menos antes da Influenza A) mais preocupa o futuro de todos os habitantes do globo (ou pelo menos deveria preocupar), são os assuntos referentes ao nosso ecossistema.

O aquecimento global é discutido e redescutido a alguns anos, principalmente depois da divulgação dos dados da ONU que mostram que 80% dos recursos do mundo são utilizados por apenas 20% dos habitantes. Na proporção, caso os demais 80% de habitantes passaem a ter o mesmo padrão de consumo dos outros 20%, precisaríamos de mais 2 planetas Terra para suportar.




A discussão mundial então é pautada em repensar o consumo supérfulo, recusar produtos que agridem o meio ambiente, reduzir o desperdício, reutilizar e reclicar tudo que é possível.

Os dois temas, então, não vão de encontro. O que acontece em Dubai e em Abu Dabi (outro Emirado com transformação semelhante a Dubai) não condiz com que é discutido no mundo atualmente.

O paraíso? O glamour? O destino turístico mais visitado? A maravilha da engenharia?

Por outro lado, o emprego, a geração de renda, as oportunidades, a paisagem e a sensação de que o homem pode mudar cenários impróprios como o deserto para um lugar formidável.

O que pensar sobre Dubai?