23 de set. de 2010

27 De Setembro Dia do Turismólogo: Festejar ou Organizar?

Este é o título de um dos artigos mais famosos sobre a profissão Turismólgo. De autoria do professor João dos Santos Filho, turismólogo, sociólogo, educador e filósofo. O artigo foi escrito em 2003, publicado pela Revista Turismo, com osegue na íntegra:

O termo turismólogo surge em meados da década de 1970, com o objetivo de categorizar uma formação acadêmica especifica que começava a ser gestada cientificamente no interior das faculdades de turismo existentes em São Paulo.

O primeiro curso, foi decorrente do pioneirismo da Faculdade Morumbi, atual Universidade Anhembi-Morumbi no ano de 1971. E em 1972, surge também, o segundo curso de turismo no Brasil na Faculdade Ibero-Americana de Letras e Ciências Humanas, atual Centro Universitário Ibero-Americano/UNICENTRO. Essas duas entidades educacionais situam - se na vanguarda do ensino, pesquisa e extensão do turismo, apesar de terem começado tímidas, em virtude dos recursos humanos, metodologia e conteúdos pedagógicos pouco claros e em sua maioria importados da Espanha, desenvolveram dentro do possível um trabalho extremamente pioneiro no campo do estudo do fenômeno turístico.

Cabe ressaltar que o fenômeno do turismo só vai ser visto epistemologicamente como mais próximo de nossa realidade e cercado como objeto de estudo acadêmico e científico com a criação em 1973 do curso de turismo na Universidade de São Paulo - Escola de Comunicações e Artes-ECA/USP.

Nesse caso, não poderíamos deixar de citar alguns professores e funcionários que foram visionários, pois estavam preocupados em estudar a atividade turística nacional como uma atividade que fosse além do tecnicismo instrumental no campo educacional. Aos funcionários que comandaram e ainda comandam o indispensável apoio administrativo sem o qual não poderíamos avançar no estudo do fenômeno estão: Izete Aparecida Martins, Célia Portugal Matta, ambas fundamentais nesse processo histórico.

Dos professores podemos pontuar com muito orgulho: Mário Carlos Beni, o pioneiro de todos e que se aventurou a aprofundar o estudo do turismo nacional e a questionar a inexistência de uma "política nacional de turismo" . A Sarah S. Bacal; Walter Rodrigues da Silva; Waldir Ferreira; Maria Fernanda F. Luis; Victor Ruiti Kiyohara; Olga Tulik; Sarah C. Da Viá. Todos com contribuições em seus campos e preocupados com o ensino e o estudo científico do turismo.

Destacamos aqueles que são resultados do esforço dos primeiros mestres: Mirian Rejowski que desenvolveu um trabalho impar e extremamente importante para o avanço da ciência do turismo caracterizando a produção científica no Brasil nesse campo. A Paulo Salles de Oliveira, brilhante interprete das obras de Joffre Dumazedier e o melhor estudioso do lazer no Brasil.

Entretanto, a década de 1970 ficou marcada como um dos momentos mais sangrentos da política brasileira, período extremamente conturbado no jogo das liberdades democráticas e da expressão. A imposição de uma universalidade plasmada pela ideologia da Escola Superior de Guerra - ESQ, possibilitou à ditadura militar desmontar e massacrar parte do movimento estudantil e sindical. Mascarando uma realidade cruel em que o seqüestro, prisão, tortura e a eliminação física eram práticas de uma política de apoio aos "democráticos" norte-americanos e uma repulsa aos comunistas chamados de inimigos da democracia.

Banalizou-se o congresso nacional instrumentalizando-o para atender aos interesses de políticos ligados aos coronéis da terra e testas de ferro a serviço das multinacionais. Segundo o antropólogo e escritor Darcy Ribeiro sobre esse período, afirma:

"Com a industrialização substitutiva, através da implantação de grandes fábricas das multinacionais, muda de imagem. Começa a ser vista pelo país como a grande bomba de sucção que nos sangra, Para carrear lucros para o estrangeiro."

Nesse meio surge o turismo como um curso novo para os empresários da educação que o enxergaram como exótico e bom de mercado, capaz de arrebanhar um contingente constituído de profissionais de várias áreas que atuavam no amplo campo do turismo; jovens ligados a aventuras induzidos e dispostos depois de formados a viver em outro país em virtude das condições de vida e da repressão dos militares; pessoas com idade acima de 30 anos que pretendiam atuar em outro campo e senhoras que desejavam por um fim em sua ociosidade de damas do lar e que já eram objeto dos movimentos feministas que começavam a se manifestar. Esses fatores vieram a contribuir que o curso de turismo uma das graduações mais procuradas e disputadas até hoje.

Porém outros motivos que nunca foram verdadeiramente explicitados nos escritos da época, mas sentidos por um grupo de professores e alunos mais críticos, necessitam ser avaliados. Quais as verdadeiras razões políticas e ideológicas que levaram o governo Federal a criar a Empresa brasileira de turismo - EMBRATUR, por meio do decreto - lei n.55 de 18 de novembro de 1966 ainda não foram totalmente estudados e documentos oficiais não foram liberados.

Quando fazemos a afirmação, que há outros motivos que levaram a criação da Embratur, podemos estender essa indagação aos cursos de turismo no Brasil, por uma questão de honestidade científica e acadêmica, vamos arrolar e refletir primeiramente os motivos já conhecidos:

● A existência do antigo e arcaico Conselho Federal de Educação que em "... resolução s/n de 28/01/71 ... fixou o conteúdo mínimo e a duração do curso superior de turismo."( Matias, 2002, p.4).Tornou o curso objeto de disputa de representantes de dois campos do saber, pois conselheiros e políticos usaram de varias artimanhas para inserir o curso de turismo junto às faculdades de Administração de Empresas e de Educação Física. Segundo a turismóloga, professora e escritora Marlene Matias essa idéia foi abandonada, mas sou obrigado a discordar pois essas intenções ainda aparecem com modulações variadas dentro e fora da categoria.
Os professores de Educação Física derivam para si com todo direito as atividades de ensino do lazer tanto no campo da teoria como na prática, porém muitos advogam a propriedade exclusiva dos conteúdos do lazer principalmente no que se refere ao estudo ontológico e histórico. O que me parece extremamente questionável pois para estudarmos o tempo livre, ócio, lazer e turismo, começamos como Karl Marx que por meio de duas de suas obras "Dos Grundrisse e do O Capital" discutem o tempo de trabalho. Paul Lafargue em seu livro de 1880 "O direito à preguiça" que traça um panorama universal da exploração do sistema capitalista sobre a humanidade, destacando o direito ao ócio dessas classes. Joffre Dumazedier com seus estudos pioneiros de tonalidade marxista, discutindo o fenômeno do Lazer como atividade extremamente educacional junto à população trabalhadora. Domenico Demasi sociólogo de formação weberiana, consegue mostrar a necessidade do governo em financiar a empresa privada para que o trabalhador usufrua do lazer. O Estado como mediador e agente financeiro para que o trabalhador usufrua o lazer e turismo. Todos foram ou filósofos, médicos, sociólogos que sinalizaram as raízes históricas do turismo e seus componentes, portanto a contribuição que está dada aparece no campo da epistemologia da ciência e não no campo exclusivo das ciências da Educação Física ou da ciência da Administração.

● O país estava vivendo o chamado por alguns de milagre brasileiro em que os índices de crescimento da economia batiam recordes mundiais. Porém, o aumento da miséria social e o abandono das riquezas da nação permitiram a rápida desnacionalização da economia e a internacionalização territorial e ideológica da vida Brasilis. A quantidade de miseráveis e o rebaixamento do padrão de vida do povo, levaram o Brasil a ser campeão no ranquim mundial como uns dos países com piores qualidade de vida.

Esse fato, afeta de forma direta os cursos e as faculdades particulares que viram seus investimentos serem corroídos pela situação de inadimplência dos estudantes e a econômica ser corroída pela inflação. Segundo Marlene Matias: "Nos primeiros anos de funcionamento do curso superior de turismo, houve uma demanda muito grande pelo mesmo, especialmente em São Paulo, o que desapertou o interesse de empresários da educação a investirem na abertura de outros cursos (...). Mas, a partir de 1976, ocorre uma queda sensível no número de ingressantes devido a uma série de fatores socioeconomicos".

Entretanto, não podemos esquecer que foi nesse período que ressurgiu com maior intenção a idéia de passar as vagas dos cursos de turismo para os cursos de administração. Essa lógica permaneceu ameaçadora até 1984, quando os turismólogos conseguiram de fato afastar os interesses escusos de donos de faculdades e do próprio Conselho Federal de Administração, pois essa atendia a dois fatores:

1. Tentativa desesperada para reerguer mercadologicamente os cursos de administração que começavam a apresentar um declínio na demanda, necessitando ampliar o leque das ênfases oferecidos pelo mesmo;
2. Incorporar o curso de turismo ao curso de administração, descaraterizando por completo a futura ciência do turismo e capitalizando o fenômeno para dentro do vasto campo da administração.

● Com relação ao corpo docente necessário para manter os primeiros cursos de turismo, houve pela UNIBERO a importação de alguns professores da Espanha que junto com professores da USP, conseguiram conviver e criar uma tipologia própria de conteúdo pedagógico, mesclando o fenômeno do turismo com a realidade brasileira.

Professores estrangeiros foram orientados sobre a realidade brasileira, professores brasileiros da USP com algumas exceções foram extremamente progressistas e mais que possa parecer paradoxal eram de esquerda, trazendo ao curso ares mais abertos e críticos com uma competência que hoje nos cursos aparece cada vez mais escassa.

● A falta de informação do curso para o aluno e a expectativa difusa sobre o que ele iria encontrar e qual a dimensão do mercado de trabalho. Tudo era um novidade, o mercado turístico seguia as regras dos interesses do Capital, nada se planejava, nada se organizava, pois para tudo e para todos estava o interesse e necessidades do turista e a da acumulação rápida da mais- valia. Turismo era sinônimo de viagem e entendido como uma atividade eminentemente técnica, o interessante é que assim enxergava e enxerga a Embratur quando propõe 1981 um currículo mínimo exclusivamente técnico:

A) Matérias Básicas
● Matemática;
● Estatística;
● Contabilidade;
● Teoria Econômica;
● Metodologia Científica;
● Planejamento e Organização do turismo;
● Legislação Aplicada;
● Mercadologia;
● Psicologia.

b) Habilitações Alternativas
1ª Opção - Hotelaria
● Organização Hoteleira e Técnicas Operacionais;
● Administração Financeira e Orçamento;
● Mercadologia Aplicada;
● Prática - Estágio.

2ª Opção - Agenciamento e transporte
● Produção e Organização de Serviços Turísticos;
● Administração Aplicada;
● Administração Financeira e Orçamento;
● Mercadologia;
● Prática - Estágio.

3ª Opção - Planejamento
● Sociologia;
● Organização de turismo Interno e Externo;
● Infra-estrutura Turística;
● Equipamento Turístico;
● Elaboração e Análise de projetos;
● Prática - Estágio.

Se compararmos esse currículo com com a proposta da ABBTUR, percebemos o tecnicismo que dominava e continua presente na Embratur, preocupada em atender o mercado, para que as universidades e faculdades formem "a mão de obra" (montem) um aluno dentro dos padrões de qualidade total, no qual o importante é sua funcionalidade, esmero e atendimento segundo os interesses do turista. Esse adestramento dentro dos padrões do tecnólogo, secundariza, oculta, inibe, dessistimula a consciência crítica e empobrece a visão de cidadania permitindo a formação de um turismólogo despolitizado.

● No início do curso com uma bibliografia nacional inexistente, os livros traduzidos configuravam realidades diferentes e muitos de duvidosa qualidade acadêmica. Hoje com uma publicação editorial nacional significativa que em qualidade ultrapassa a visão tecnicista, mas que insiste em apresentar uma leitura da realidade despolitizante, em que as funções do profissional são de sua inteira responsabilidade. Ocultando-se a situação do mercado de trabalho, colocando-a como se a mesma fosse culpa do profissional.

Diante desses fatos, podemos afirmar que os cursos de turismo implantados desde de 1971 até o presente, mostraram avanços significativos, graças as lutas dos estudantes, turismólogos e profissionais de outras áreas que dedicaram suas vidas a pensar e entender o fenômeno turístico. Mesmo sendo objeto de comentários e piadas por parte de alguns de nossos pares, as pessoas que agiram como pioneiros no estudo do turismo foram exemplares, pois enfrentaram preconceitos, ganharam respeitabilidade e ajudaram a criar um arcabouço teórico - metodológico próprio e nacional, comparado aos dos intelectuais do México e da França.

Com um realidade histórica, exclusiva e impar na América Latina, em que raças se mesclaram e se modificaram, nossa realidade exige o resgate do censo-crítico e de um estudo voltado à América Latina, pois hoje descobrimos mais do que nunca que somos latino americanos e não americanos ou europeus.

Os Discursos Alheios aos Interesses da Categoria - As falas do neoliberalismo diante do turismólogo

O processo no qual o sistema capitalista vêem navegando na atualidade configura - se em um movimento antí-dialético, portanto à histórico, cuja a tentativa é minimizar a leitura das contradições existentes na sociedade. Essa intenção só pode ser percebida e pensada quando desvendamos os mecanismos que buscam retardar a organização política sindical da sociedade civil, pois o desprezo pelo político não se limita ao processo partidário, mas sim, a tudo que se refere a atos e intenções relacionadas às formas de como se traduz a organização da categoria trabalho como fato que permite aos homens sinalizar, codificar e regularizar juridicamente seu espaço profissional.

Entendendo a sociedade como palco da luta de classes, nada pode ser mais nefasto do que os discursos e falas despolitizantes:

""emburguesamento", trabalha pela despolitização, provocando um descrédito na vida política e nos políticos em geral.
Os sindicatos e as associações perdem sua força de barganha, são hostilizados e ridicularizados pela sociedade e por seus próprios filiados, que acreditam que houve um esgotamento da luta de classes ...
A lógica é a negação da política e a adoração dos pensamentos livres, abertos, naturais e descomprometidos de qualquer objetivação teórico-filosófica, portanto, de tonalidade irracionalista. Este é o jogo da despolitização."

Esse movimento de negação da história aparece em virtude de nossa formação Cartesiana muito presente no pensamento da humanidade que se traduz dentro do seio de setores da academia que trabalham no sentido da volta de um purismo escolástico que acredita na neutralidade, pois parte do pressuposto que o sistema capitalista caminha para um redirecionamento inevitável de rumo no qual nossa atitude seria aderir ao seu modelo sem buscar as determinações, pois não devemos e não podemos pensar em modificá-las.

Esse entendimento, muito próprio dos neoliberais que pensam o fenômeno turístico de forma idealista buscando acreditar no equilíbrio e harmonia que deve ancorar o turismo sustentável, professam que:

1. A globalização para o turismo se constitui em uma solução para seu crescimento. Esse pensamento de base economicista esta preocupado com a entrada de recursos econômico, entendendo a transformação dos homens em simples mercadoria. Esse processo limita e embota a processualidade histórica, como brilhantemente comenta a professora Marutschka, quando diz:

"...o tratamento reducionista dado ao objeto turístico. Boa parte destas análises ora o enfoca sob a égide economicista como uma atividade apenas econômica, ora sob a ótica sistêmica, tratando-o como um sub-sistema."

Os fatos errôneos dessa visão, leva-nos a termos de lutar dentro e fora da academia contra aqueles que acreditam nas "boas" intenções do capitalismo para com o turismo. Bondosos idealistas se instalaram nas galerias do saber e desenharam um fenômeno turístico acritico, sustentável e desenvolveram programas modelares para o país, como forma de conscientizar a diversidade cultural por meio de um modelo estrangeiro que não atende as nossas peculiariedades de país continental.

Para nos que importamos dos Estados Unidos as bases do ensino superior no período do golpe militar por meio dos acordos "Mec-Usaid" e que fomos obrigados a suportar o fascismo desse governo, com seus aconselhamentos de civismo, moral e patriotismo imposto pelo ensino da escola militar dos americanos. Nada mais temeroso do que ter que ouvir a volta desses por meio da comédia que certamente virará tragédia, como bem alerta Karl Marx em seu livro Ideologia Alemã.

Tragédia é omitir os erros, limites e simplificações desses programas oficiais que apelam para o voluntariado e acabam excluindo o turismólogo e criando uma casta de treineiros pagos pela Embratur ou prefeituras que se vêem obrigadas a obedecer esses pedidos na esperança de serem certificadas como pólos turísticos.

2. Acreditar em programas com base no voluntariado, usando da "boa fé" de aposentados, alunos das faculdades de turismo e população nativa que acabam alimentando uma crença fanática aos programas estrangeiros e de gabinete, em que políticos faturam popularidade por meio de estatísticas super inflacionadas segundo interesses do governo.

3. Usar dos estudantes de turismo e dos turismólogos como massa de manobra, quando editam normativas como a 390/98 em que a Embratur delimitava e descreve nossas ações profissionais, porém para priorizar o PNMT, comprado da OMT ( quanto será que o Brasil pagou ou paga para usar uma metodologia ultrapassada? ). A Embratur em 2001 lança uma nova normativa a 421 que passa nossas funções para o Conselho Municipal de turismo.

A existência por parte da Embratur de uma história de normas desastrosas que obrigavam nossos hotéis para aumentarem as estrelas em sua classificação o uso de carpetes nos quartos, bem como, um café da manhã fora dos padrões da cultura e culinária brasileira. Esse estrangeirismo copiado dos padrões do estilo de vida americano, trouxeram vários desastres na de implantação de uma "política de turismo" direcionada exclusivamente para a recepção ao turista estrangeiro. Esse descompromiso com a população no que se refere ao turista nacional pode ser uma pista sinalizadora que a Embratur foi criada principalmente para moldar uma imagem de:

1. Brasil gigante, em que a ditadura prendia, torturava, matava e empastelava os meios de comunicação;
2. Um nacionalismo ufanista e extremamente patrulhador, em que a vida só tinha sentido quando compartilhada das disciplinas de "Educação moral e Cívica" e "Estudos de problemas Brasileiros";
3. Um processo de casernização da vida civil e da educação principalmente nos seus conteúdos obrigatórios e delimitado dentro de padrões rígidos de censura;
4. Um processo de cultura seletiva em que os princípios do amor e liberdade dos enlatados americanos sacudiam as cabeças de nossa juventude;
5. A instalação da ideologia pró-americana e anticomunista, por meio de um processo de desmonte de qualquer instituição que representa-se perigo ao governo.
6. Exílio compulsório ou militar-judicial de cientistas, intelectuais brasileiros e militantes que poderiam ser mortos pelo governo militar. Que organizaram verdadeiras redes para divulgar o para o mundo o que estava acontecendo no Brasil.

Esse fatores vão exigir do governo a criação de uma estrutura que cuide da imagem do Brasil no exterior, que junto com os corpos consulares e embaixadas divulguem a idéia de um Brasil ordeiro, pacifico, exótico, anticomunista e pró-americano. Nesse sentido, aparece a Embratur para a função que foi criada estimular e dar as condições da implementação de uma "Política Nacional para o Turismo" e divulgar o Brasil no exterior.

Os escritórios da Embratur no exterior vão servir de base para ressignificar o processo econômico, político e cultural, segundo interesses do governo militar em um país que no período da ditadura proibia a apresentação do bale Bolchoy, as peças de Plínio Marcos, a indicação de Dom Hélder Câmara para o Prêmio Nobel da Paz, das musicas de Chico Buarque de Holanda, Gilberto Gil, Caetano Veloso e outros. Mas no exterior divulga, o carnaval, a mulata, o Rio de Janeiro e acaba sinalizando uma apologia a beleza da mulher brasileira nas praias ensolaradas, um passo para tipificar a idéia do turismo sexual que hoje faz do Brasil conhecido como a rota dos turistas que buscam meninas menores para a pratica do turismo sexual. Rufiões que se colocam como agentes de turismo negociam nos aeroportos, falando alemão, inglês, francês e italiano as crianças por dia, semanas e por hora.

Por quê a Embratur não divulga as propagandas que são feitas do Brasil no exterior no campo do turismo? e os fatos que ocorrem e ocorreram quando da representação do país nas feiras internacionais de turismo internacional, mostre-nos a reação da imprensa internacional para aquilo que o Brasil leva para mostrar no exterior. Será que existe censura?

Nada pode ser tão curioso do que compreender que o Brasil sempre procedeu e apostou no exotismo, como fator de mostrar a cara do Brasil no exterior, durante a primeira República o Brasil participa de uma feira internacional na França e o estande brasileiro expõe frutas nacionais e os índios botocudos que acabaram sendo fatores de extrema curiosidade durante toda a exposição.

O Brasil sempre apostou em suas belezas anatômicas, seja pelas referências contidas nas cartas de Pêro Vaz de Caminha, porém essa cultura ao corpo que só brasileiro sabe dar pela cor, ritmo, sensualidade, plástica e uma enorme pitada de erotismo. De uma geração que cultuou Marta Rocha que perdeu por duas polegadas, mas acabou sendo imortalizada como o símbolo de mulher brasileira.

Com isso, queremos dizer que trabalhar com a ocultação total da imagem da mulher brasileira, me parece uma estupidez e uma falta total de tato pois a mulher brasileira é considerada a mais cobiçada e bela do mundo. A nos e ao poder público cabe fazer a distinção da mídia que acaba criando a noção de mulher liberada e independente.

Conclusão

Pouco temos a festejar, pois somos uma categoria ainda muito despolitizada e com um inexpressivo censo crítico. A nós cabe entender essas limitações e buscar combater os inimigos dos turismólogos, que se caracterizam por aqueles discursos que:

1. Encaram a regulamentação da profissão como coisa desnecessária por meio do discurso despolitizante, infantil, reargumentando sua fala com base na "qualidade total" que como resposta imediata costura a ideologia do pragmatismo;

2. Combatem a regulamentação usando da lógica discursiva simplista que a mesma não criará empregos e portanto não é necessário lutar por essa causa;

3. Existem outras profissões não são regulamentadas e o mercado está à disposição dos mais competentes, não há necessidade de nenhuma formatação jurídica. Mas de pessoal qualificado capaz de garantir seu mercado de trabalho;

4. Se regulamentarmos a profissão, limitaremos o nosso campo de trabalho, deixando de lado atividades que poderão surgir e que necessariamente fugiria de nossa amplitude regulamentada;

5. Em nenhum pais do mundo a profissão de bacharel em turismo foi regulamentada, essa argumentação aparece como o ultimo recurso dos neoliberais para justificar suas posturas de fundamentação direitista. Na verdade a leitura que essas pessoas fazem da realidade não leva em conta a luta de classes como motor da história, mas sim, deslocam sua leitura para as técnicas de motivação, ou seja, de auto ajuda.

Enquanto essas questões vão ocorrendo, as lutas sindicais vão sendo retardadas, os alunos fortalecem a visão equivocada de que conteúdo pedagógico e política são questões que devem ser tratadas separadamente e fora do âmbito das salas de aula. Essa cultura de separação entre o acadêmico e o político, foi sendo colocada durante os vinte e cinco anos de ditadura militar. Amigos morreram por pensarem diferente, professores foram caçados, exilados, torturados e mortos, pois sempre lutaram pela liberdade de poder estender o censo crítico dos alunos, contra a ditadura, opressão e pela eterna liberdade de pensamento.

Por isso discente não se deixe levar pelas falas sedutoras daqueles que se dizem nossos amigos, mas na verdade lutam para que o turismólogo não amplie seu mercado de trabalho e não se reconheça como elemento transformador da realidade turística. Esses "amigos da onça" lutam para que nossa categoria não cresça e sim desapareça, pois em sua lógica todos podem vir a contribuir não necessitando de nenhum estatuto corporativo.

Pense, amplie seu censo-crítico e acompanhe a discussão atual que vem lá do Rio Grande do Sul e passa pela cidade de Maringá. Reflita quais os motivos que levaram entidades, pesquisadores e professores a tentarem desmobilizar nosso trabalho, por meio da lógica separatista de que política e academia devem estar desvinculadas. Será que eles entendem a lógica da luta de classes?



Muito se passou após o artigo ser escrito, em 2003, antes mesmo da criação do MTur. Conforme descrito por João dos Santos Filho, o que mudou de lá pra cá, para melhor e para pior? Você concorda com o prof. João em quais pontos? Já podemos comemorar?

16 de set. de 2010

Planejamento para a Copa 2014



No dia 08 de agosto de 2010, foi publicada no jornal Folha de São Paulo, reportagem de Filipe Coutinho, na qual segue na íntegra:

TURISMO TERCEIRIZA AÇÕES PARA A COPA

Ministério contrata FGV por R$ 7,6 mi para analisar potenciais das cidades-sedes e treinar profissionais

Com orçamento anual de R$ 4 bilhões e mais de 600 servidores, o Ministério do Turismo terceirizará o planejamento da Copa, evento sem precedentes para o setor.
O ministério gastará R$ 7,6 milhões para que os técnicos da FGV (Fundação Getúlio Vargas) analisem os potenciais turísticos das 12 cidades-sedes, além de elaborar material didático a ser ensinado a 306 mil camareiras, recepcionistas e garçons.

A terceirização do planejamento da Copa-2014 representa quase todo o investimento da pasta para o combate à exploração sexual infantil neste ano, que custará R$ 8,3 milhões -de acordo com a ONG Contas Abertas.

Os contratos foram firmados em fevereiro sem licitação, sob o argumento de que a FGV tem "notório saber para a realização de pesquisas na área de economia aplicada ao turismo".

A maior fatia do dinheiro será destinada a "mapeamento estratégico" das cidades-sedes, por R$ 4,6 milhões. Na prática, o ministério pagará para que a FGV liste os melhores investimentos e os principais gargalos.

"Com base nas avaliações em andamento, o ministério tomará novas iniciativas, otimizando a estratégia de atuação para a Copa do Mundo", explicou a pasta em nota.
O projeto saiu do papel em junho. Técnicos da FGV foram à África do Sul pesquisar o perfil do turista de Copa.

Foram entrevistados 4.850 turistas de 76 nacionalidades. O próximo passo será enviar técnicos para visitar as sedes para avaliar potenciais turísticos de cada região e investimentos a serem feitos pelo governo. A equipe de 40 pesquisadores começa a trabalhar em agosto.

A FGV também receberá R$ 2,9 milhões para produzir o material didático dos cursos para profissionais que terão contato com os turistas.

O monitoramento dos cursos ficará por conta da FGV, que criou um sistema de ensino à distância para analisar o desempenho dos alunos.

"A fundação, com sua expertise, orientará como devem ser construídos os planos pedagógicos a serem executados no programa do ministério e criará mecanismo de avaliação", afirmou o Ministério do Turismo.

São cinco disciplinas: ética e cidadania, importância do turismo na economia, imagem do Brasil, diversidade cultural no mundo e qualidade no atendimento.

Outros R$ 3,9 milhões foram destinados à Fundação Roberto Marinho, que ensinará inglês e espanhol a cerca de 80 mil profissionais do turismo. A ideia do ministério é investir R$ 440 milhões até 2014 com capacitação.

A previsão do governo é receber cerca de 600 mil estrangeiros durante a Copa.




OUTRO LADO: Governo diz que tem pessoal insuficiente

Segundo o Ministério do Turismo, a contratação da FGV (Fundação Getúlio Vargas) não equivale a uma terceirização do planejamento da Copa do Mundo de 2014.

"A contratação da FGV não é uma terceirização de atividades inerentes ao ministério. Seria inviável e antieconômico, por exemplo, enviar servidores para realizar pesquisa na África do Sul", afirmou a pasta em nota enviada à Folha.

De acordo com a assessoria, o Ministério do Turismo não teria funcionários suficientes para realizar o planejamento da Copa do Mundo de futebol nos moldes contratados com a fundação.

"Não há quadro de pessoal especializado para executar os objetos dos contratos", disse o ministério.

Segundo o governo, o valor de R$ 7,6 milhões se enquadra no mercado. "O valor das horas cobradas pela Fundação Getúlio Vargas está dentro da média de preços praticados no mercado e compatível com os serviços a serem realizados", informou.

"A instituição já comprovou ao Ministério do Turismo e à Embratur que é detentora de tecnologia e conhecimento sobre a matéria."

Procurada pela Folha, a Fundação Getúlio Vargas informou que não iria se pronunciar sobre o contrato firmado com o Ministério do Turismo. (FC)


O Ministério do Meio Ambiente tem mais de 4 mil servidores, contando com os funcionários do IBAMA. Este número, realmente não faz frente aos 600 servidores lotados no MTur, porém, se estes servidores não têm a expertise em Planejamento e Turismo, o que podemos pensar sobre? O que refletir sobre o MTur: é uma boa ação de planejamento a contratação da FGV?

10 de set. de 2010

Rio de Janeiro planeja criar 21 mil leitos hoteleiros para Copa e Olimpíada



Segue matéria de Bruno Boghossiam, publicada no Estado de São Paulo no dia 31/08/2010:

PAcote da Prefeitura apresentado à Câmara Municipal do Rio prevê 72% a mais de acomodações para a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016

A prefeitura do Rio apresentou no ultimo dia 30 à Câmara Municipal um pacote para estimular a construção de hotéis na cidade, com o objetivo de garantir acomodações para turistas, autoridades e delegações na Copa do Mundo de 2014 e na Olimpíada de 2016. Com propostas de mudança temporária na legislação urbanística e de redução de impostos, o Rio espera construir 21 mil quartos em seis anos – uma ampliação de 72% da oferta atual.

O ponto-chave da proposta é a autorização provisória para a construção de hotéis em bairros como Copacabana, na zona sul, Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes, ambos na zona oeste, onde novos empreendimentos do setor são proibidos. Para garantir a manutenção da infraestrutura turística após os eventos, os proprietários deverão se comprometer a manter o uso hoteleiro dos edifícios, evitando que sejam transformados em condomínios residenciais.

“No passado, a indústria da construção aproveitou incentivos para a hotelaria e ergueu apart-hotéis de 20 andares na Barra da Tijuca, mas hoje todos eles têm pessoas que vivem permanentemente lá”, afirmou o secretário municipal de Urbanismo, Sérgio Dias.

A permissão para a construção dos hotéis deve valer em dez bairros, apenas para empreendimentos que receberem licença para funcionamento até o fim de 2015. Apesar da liberação, os prédios deverão respeitar as restrições ambientais das regiões e os gabaritos vigentes.

Em Copacabana e no Leme seria autorizada a construção apenas nas vias internas, o que deixa de fora a cobiçada Avenida Atlântica. As orlas da Barra da Tijuca e do Recreio ficaram fora do pacote, que contempla apenas a Avenida das Américas e um trecho da Avenida Ayrton Senna.



Está prevista também a concessão de permissões para a construção de pousadas de ecoturismo em Guaratiba, zona oeste, e no Alto da Boa Vista, zona norte, áreas menos populosas e com vegetação natural. São Conrado, zona sul, Deodoro e Realengo, ambos na zona oeste, e Ilha do Governador, zona norte, também estão incluídos no pacote.

O projeto, que ainda precisa ser discutido e votado pelos vereadores, prevê uma renúncia fiscal de R$ 34,5 milhões. Os empreendimentos estarão isentos do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) até a emissão da licença de funcionamento, e terão uma redução do Imposto Sobre Serviços (ISS).

Oferta
O Rio tem cerca de 29 mil quartos de hotéis, mas precisa de 50 mil para atender à demanda exigida pelo Comitê Olímpico Internacional. Com os incentivos e o calendário de grandes eventos previstos para a cidade, a Prefeitura acredita que as 21 mil novas vagas estarão disponíveis até os Jogos Olímpicos.

Mais cautelosa, a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Rio aposta na criação de 10 mil quartos até os Jogos Olímpicos. “Em seis anos, se nós crescêssemos normalmente, teríamos 6 mil novos quartos até 2016. Com esses incentivos e com a exposição da imagem do Rio diante da Copa e da Olimpíada, podemos chegam a 10 mil novos quartos, facilmente”, avalia o presidente da entidade, Alfredo Lopes.

PONTOS-CHAVE

Pan-Americano de 2007
O Velódromo e o Parque Aquático Maria Lenk, na Barra da Tijuca, e o Estádio Olímpico João Havelange, no Engenho de Dentro, ficaram subutilizados após o evento.

Custo
Só a manutenção anual do Velódromo e do Parque Aquático (foto) era de R$ 5 milhões. Por isso, a prefeitura do Rio passou a administração do complexo ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

Copa de 2014
A reforma de R$ 720 milhões do Maracanã ainda está sendo licitada. Críticos temiam que a escola Arthur Friedenreich, vizinha do estádio, fosse demolida, o que foi negado pelo governo do Estado.

Olimpíada de 2016
Com os eventos concentrados na Barra da Tijuca, a prefeitura do Rio pretende colocar parte da Vila de Mídia na zona portuária e criar incentivos para empresas se instalarem na região.


Como o poder público pode "interferir" no mercado com leis para aumentar sua capacidade? Em que cenários estes 21 mil novos leitos serão absorvidos pelo mercado após os mega eventos? Estamos realmente prontos para receber estes eventos?

Abraços e boa discussão.

4 de set. de 2010

Turismo de Saúde tem novo regulamento

No dia 27/08/10, a Folha de São Paulo publicou no caderno de saúde a matéria sobre os novos regulamentos do Turismo de Saúde no Brasil.

A coluna de Cláudia Colluci segue na íntegra:

O turismo de saúde no Brasil ganhará normas. Estrangeiros a serem operados no país deverão passar por novas consultas e exames, mesmo que eles já tenham sido feitos no exterior.

O seguro de saúde internacional também terá de se comprometer previamente a arcar com despesas de eventuais intercorrências médicas, além de garantir a volta do doente ao país de origem.




As normas, obtidas com exclusividade pela Folha, foram formuladas por uma nova associação criada por entidades representativas de médicos, hospitais e empresas ligadas ao turismo. Serão apresentadas hoje em um evento internacional de turismo em São Paulo.

O mercado de viagens internacionais para tratamentos médicos gera US$ 60 bilhões por ano no mundo. No Brasil, não há dados oficiais. Segundo o Ministério do Turismo, 180 mil estrangeiros vieram ao país para tratar da saúde nos últimos três anos.

São Paulo tem sido o principal destino, seguido do Rio de Janeiro, Salvador e Recife. Especialidades como a cirurgia plástica, a odontologia estética e a oncologia estão entre as mais procuradas pelos pacientes estrangeiros.

O turismo de saúde ainda gera polêmica. Por um lado, há uma vontade das agências e dos hospitais em expandir seus negócios.

Ao menos cinco instituições paulistas -Albert Einstein, Sírio-Libanês, Oswaldo Cruz, Samaritano e HCor- já passaram pelo crivo de certificadoras internacionais e recebem estrangeiros -muitos dos quais atraídos pelos médicos-grifes desses serviços.

Ao mesmo tempo, há um certo mal-estar nos conselhos médicos pelo "tom mercantilista" da nova área.

"Não temos nada contra ganharem dinheiro honestamente, mas a medicina tem aspectos humanísticos e humanitários que precisam ser preservados, seja o paciente japonês, africano, americano ou gaúcho", diz Frederico de Melo, tesoureiro do Conselho Federal de Medicina (CFM).

Segundo ele, o CFM não tolerará que o médico esteja envolvido em qualquer atividade que configure conflito de interesse- como receber comissões ou ser sócio de empresas de turismo.

Ruy Tanigawa, secretário-geral da APM (Associação Paulista de Medicina), acredita que, com as novas regras, a ética médica estará resguardada. "Temos médicos e hospitais mundialmente reconhecidos pela excelência. Agora é só colocar as coisas nos eixos para que seja uma atividade de respeito, boa para todo mundo."

A novas regras preveem ainda o veto à participação de intermediários (agentes) entre o médico e o paciente. Estrangeiros não poderão fazer transplantes de órgãos no Brasil e nem usar o SUS.

Mariana Palha, sócia-fundadora da Medical Travel Brasil, vê com otimismo o crescimento do setor.

"Se a Índia, a Tailândia, a Malásia e Cingapura conseguiram consolidar o turismo de saúde, por que nós não o faríamos?", questiona.


Fluxo de estrangeiros cresce nos hospitais

Hospitais de ponta de São Paulo registram aumento de pacientes estrangeiros e estão investindo em equipes profissionais bilíngues para atendê-los não só dentro da unidade, mas também para ajudá-los com a hospedagem, documentos e lazer.

Todos eles têm certificações internacionais, que possibilitam o reembolso das despesas médicas pelos seguros-saúde do paciente.

O Hospital Israelita Albert Einstein, que atende há uma década pacientes estrangeiros, recebe anualmente 4.800 pessoas de outros países, a maioria vinda da América Latina, dos EUA e de Angola. O movimento tem aumentado 15% a cada ano, afirma Claudio Lottenberg, presidente da instituição.

O Hospital Sírio-Libanês mais do que quintuplicou o atendimento a estrangeiros entre 2006 e 2009 (de 387 para 2.190). Segundo Antonio Carlos Onofre de Lira, diretor técnico do hospital, norte-americanos, franceses e angolanos têm sido os principais clientes.

O HCor (Hospital do Coração) recebe mensalmente cem pacientes estrangeiros para cirurgias cardíacas de alta complexidade, ginecologia, cirurgia plástica, ortopedia e check-up.

A gerente comercial do hospital, Fernanda Crema, estima que, neste ano, o aumento do fluxo seja 50% maior do que em 2009.

Atualmente, os atendimentos internacionais representam 1% do faturamento do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, segundo José Henrique do Prado Fay, superintendente executivo.

No ano passado, os atendimentos representavam 0,5% do faturamento, estimado em R$ 384,4 milhões.

No Samaritano, 3% do total de atendimentos são de pacientes estrangeiros, especialmente da América Latina.

O turismo médico responde por 18% dos hóspedes dos hotéis paulistanos. A permanência na capital é de três dias em média.


Como avaliar as novas normas? O Brasil não tem os números de estrangeiros que fazem tratamentos nos hospitais brasileiros....o que acham disto? O turismo fere a ética médica? Em quais cenários?