
Vocês se lembram do apagão aéreo? Pois é, o governo prometeu investimentos. Algum tempo depois, vários editais de licitações foram publicados para obras em vários aeroportos do país.

O futuro das cias aéreas, a vida dos brasileiros e até a Copa do Mundo de 2014 estão muito comprometidos, já que tudo indica que a crise aérea está longe de acabar. Aguardamos a reunião do TCU na quarta feira 27/08, onde a corte analisará os relatórios e irá confirmar ou não as suspeitas de superfaturamento em 9 obras de importantes aeroportos do país. Os processos, no entanto, são 10, já que o aeroporto de Guarulhos tem 2 processos. Além do superfaturamento nas obras, suspeita-se de fraude na licitação de um dos terminais. O montante de dinheiro desviado nos aeroportos brasileiros, segundo o TCU, chega à R$ 3 bilhões de reais.

A notícia chega como uma bomba dias após a divulgação da ANAC dos números do ano de 2007, quando houveram 51 milhões de embarques no país, recorde no volume de passageiros. Sabe-se que em todos os embarques são pagos taxas de embarque que vão para a Infraero administrar os aeroportos e que as taxas variam entre R$ 15,42 e R$ 19,62. Brincando com os números, fazemos a multiplicação de 51 milhões de embarque no ano de 2007 com uma média de taxa de embarque e constatamos um número bem atrativo: aproximadamente R$ 900 milhões no ano para administrar os 67 aeroportos, ou seja, cerca de R$ 13,5 milhões por aeroporto por ano.
Porém, a própria Infraero contesta esse número, dizendo que transportou em 2007 cerca de 110 milhões de passageiros (nossa conta ficaria ainda mais interessante).
A ANAC nada declara, pois, não é sua jurisdição, o Ministério da Defesa apenas interveio com a paralisação e o Ministério do Turismo apenas se lamenta pelo ocorrido.

Mais uma vez nos vemos no meio do desentendimento dos órgãos responsáveis pela aviação brasileira e como no apagão aéreo, mais uma vez vem à tona a discussão: Não seria melhor privatizar?
Diante do latente crescimento da demanda do setor aéreo nacional e internacional, da vinda de mais uma companhia aérea a operar no país, da Copa do Mundo de Futebol em 2014 e de uma possível (mesmo que distante) Olimpíada em 2016, se posicione quanto à volta do apagão aéreo, quanto à construção de novos aeroportos e quanto à privatização dos aeroportos brasileiros.
Boa discussão e até quinta.