
Vocês se lembram do apagão aéreo? Pois é, o governo prometeu investimentos. Algum tempo depois, vários editais de licitações foram publicados para obras em vários aeroportos do país.
Meses atrás, porém, na CPI do apagão aéreo, foram descobertas irregularidades nas obras, mas o caso esfriou. Todavia, voltou à tona com tudo na semana passada com a divulgação da constatação do Tribunal de Contas da União - TCU no superfaturamento das obras de nove aeroportos brasileiros. A auditoria feita pelo TCU, fez com que o Ministro da Defesa, Nelson Jobim suspendesse todas as obras e rescindisse os contratos com as construtoras suspeitas.O futuro das cias aéreas, a vida dos brasileiros e até a Copa do Mundo de 2014 estão muito comprometidos, já que tudo indica que a crise aérea está longe de acabar. Aguardamos a reunião do TCU na quarta feira 27/08, onde a corte analisará os relatórios e irá confirmar ou não as suspeitas de superfaturamento em 9 obras de importantes aeroportos do país. Os processos, no entanto, são 10, já que o aeroporto de Guarulhos tem 2 processos. Além do superfaturamento nas obras, suspeita-se de fraude na licitação de um dos terminais. O montante de dinheiro desviado nos aeroportos brasileiros, segundo o TCU, chega à R$ 3 bilhões de reais.
Os nove aeroportos, Guarulhos/SP, Congonhas/SP, Santos Dumont/RJ, JK/Brasília, Macapá/AP, Vitória/ES, Porto Alegre/RS, Curitiba/PR e Santa Genoveva/GO, através de sua administradora a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária - Infraero justificam que o TCU realizou comparações equivocadas nas obras, já que os materiais utilizados em aeroportos são muito diferentes dos utilizados em rodovias, estacionamentos e obras residenciais nas quais o TCU comparou os valores destes materiais.A notícia chega como uma bomba dias após a divulgação da ANAC dos números do ano de 2007, quando houveram 51 milhões de embarques no país, recorde no volume de passageiros. Sabe-se que em todos os embarques são pagos taxas de embarque que vão para a Infraero administrar os aeroportos e que as taxas variam entre R$ 15,42 e R$ 19,62. Brincando com os números, fazemos a multiplicação de 51 milhões de embarque no ano de 2007 com uma média de taxa de embarque e constatamos um número bem atrativo: aproximadamente R$ 900 milhões no ano para administrar os 67 aeroportos, ou seja, cerca de R$ 13,5 milhões por aeroporto por ano.
Porém, a própria Infraero contesta esse número, dizendo que transportou em 2007 cerca de 110 milhões de passageiros (nossa conta ficaria ainda mais interessante).
A ANAC nada declara, pois, não é sua jurisdição, o Ministério da Defesa apenas interveio com a paralisação e o Ministério do Turismo apenas se lamenta pelo ocorrido.

Mais uma vez nos vemos no meio do desentendimento dos órgãos responsáveis pela aviação brasileira e como no apagão aéreo, mais uma vez vem à tona a discussão: Não seria melhor privatizar?
Diante do latente crescimento da demanda do setor aéreo nacional e internacional, da vinda de mais uma companhia aérea a operar no país, da Copa do Mundo de Futebol em 2014 e de uma possível (mesmo que distante) Olimpíada em 2016, se posicione quanto à volta do apagão aéreo, quanto à construção de novos aeroportos e quanto à privatização dos aeroportos brasileiros.
Boa discussão e até quinta.









