17 de ago. de 2008

Festa da Abadia: Turismo Religioso?


Na última sexta feira, 15 de agosto de 2008, ocorreu o ápice da Festa de Nossa Senhora da Abadia em Uberaba, que dura os primeiros 15 dias de agosto.

Como nos últimos anos, a praça foi tomada pelos devotos desta que é a Padroeira não só da cidade de Uberaba, como de toda região do Triângulo Mineiro.


Padre Jacaúna, organizador da festa, disse em entrevista ao Jornal de Uberaba (15/08/08) que os números superaram em nada mais nada menos do que 1.000% suas expectativas.



O padre, disse ainda ao Jornal da Manhã (15/08/08) que passaram pela festa cerca de 55 mil pessoas e mesmo que a Igreja de Nossa Senhora da Abadia comporte "apenas" mil pessoas, cerca de 1.500 pessoas passavam pela Igreja por hora, em cada missa.


Mário Beni (2003) em Análise Estrutural do Turismo, conceitua turismo religioso como sendo o deslocamento de peregrinos motivados pela fé à destinos religiosos, onde,localizam-se templos e manifestações de fé.

Porém, algo diferente acontece todos os anos em Uberaba ...

O que acontece por aqui se assemelha mais com o conceito formulado durante a Conferência Mundial de Turismo em Roma, lá em 1960, que diz: "uma organização que movimenta inúmeros peregrinos em viagens pelos mistérios da fé ou da devoção a algum santo. A sua prática efetiva realiza-se de diversas maneiras: as peregrinações aos locais sagrados, as festas religiosas que são celebradas periodicamente, os espetáculos e as representações teatrais de cunho religioso, e os congressos, encontros e seminários, ligados à evangelização".


Digo que se assemelha mais com este conceito, pois, mais uma vez, a praça foi tomada por milhares de pessoas que, sentados nas mesas ou de pé na praça, se deliciavam com drinques como "Nabunda" e "Capeta", além das famosas caipirinha, caipivodka, vinhos e muita, muita cerveja.

Além da quantidade de pessoas e bebidas, muita música alta, geralmente tocando forró, sertanejo e, pasmem, funk até altas horas na madrugada.

Sem contar no palanque para os políticos agora super devotos e presentes nos momentos mais célebres da festa.

Realmente, a fé dos devotos é incontestável e indiscutível.

Porém, o que é turismo religioso? O que é praticado em Uberaba durante esta festa tão tradicional tanto para os moradores quanto para os visitantes? Festas, agito, música, bebidas, danças ... Isso é turismo religioso? Explorem o conceito deste segmento do turismo e posicionem-se quanto a Festa de Nossa Senhora da Abadia ser atrativo turístico e, caso positivo, qual segmento de turismo se encaixaria: religioso, de eventos, de lazer, cultural, histórico, ... ???

Bom debate e até quinta feira.

Abraços.

15 comentários:

Adam Ribeiro disse...

Turismo religioso é o turismo que tem como motivação a fé. Em Uberaba é sim praticado o Turismo Religioso, porém o que acontece é que com essa união de pessoas que está ali apenas pela devoção ao santo, traz muita gente com ela, e que nem sabe o que ta fazendo ali, aproveitam o feriado e a aglomeração de pessoas para fazer daquilo uma festa particular, sem seguer respeitar os devotos e a intenção da festa religiosa. Acredito que isso seja cultural, do brasileiro mesmo, que adora um feriado, adora uma cerveja, adora funck, e adora multidão, ai junta tudo isso e faz, na minha opinião, essa palhaçada toda. Mais não posso deixar de resaltar que isso é otimo para o comercio local, que movimenta a economia de forma positiva. A festa da Abadia para mim se caracteriza como turismo religioso, o que acontece além disso é um evento a parte, que os turista que estão aqui apenas pela devoção a Nossa Senhora da Abadia acabam aproveitando a festa.

Anônimo disse...

Segundo o Ministério do Turismo, O Turismo Religioso configura-se pelas atividades turísticas decorrentes da busca espiritual e da prática religiosa em espaços e eventos relacionados às religiões institucionalizadas.Sabemos que a motivação de quem procura esse tipo de turismo é a fé.O que acontece em Uberaba, em partes é turismo religioso, pois muitos fiéis têm a Nossa Senhora da Abadia como uma santa capaz de conceder "graças".Digo graças no sentido de que muitas pessoas fazem promessas e quando são atendidas dizem que receberam uma graça.E no dia escolhido para comemorar, pagam essas promessas.Não só Uberaba como também Meca, Nova Trento, Fátima, Aparecida do Norte,entre outros, são importantes núcleos receptores em termos de turismo religioso, e que, através da propaganda e do marketing, ultrapassam as manifestções de fé e as próprias motivações religiosas.No caso da Festa da Abadia, os moradores vêem esses dias de comemoração como uma forma de aumentar a renda, no caso das pessoas que colocam uma barraca na praça, e também de entretenimento.Já os visitantes,a maioria vem motivada pela fé.Como havia dito anteriormente, a Festa da Abadia é também em partes, uma forma de lazer, descontração.Muitas pessoas vão à festa apenas pra "ver gente diferente", comer, beber, dançar, deturpando todo o sentido de turismo religioso.Penso que no início, lá pelos anos 50, a Festa de Nossa Senhora da Abadia era um atrativo turístico, que se encaixava nos segmentos de turismo religioso, cultural e histórico.Mas, nos dias de hoje, além dos segmentos supra citados, a festa se encaixa nos segmentos de eventos,de lazer, já que grande parte das pessoas que visitam a localidade, não vão por motivação religiosa.

Anônimo disse...

A meu ver o que acontece na Festa da Abadia não é turismo religioso em sua definição plena, já que a grande maioria dos visitantes da festa são de Uberaba ou de cidades próximas que se locomovem até aqui de carro e logo retornam para suas localidades. Sendo assim, o acontecimento é mais um deslocamento local, que atrai pessoas não só pela religião, mas também pelo entretenimento que proporciona, mesmo que seja ele de gosto duvidoso. Isso gera até uma movimentação financeira e divisas para Uberaba, mas não se enquadra em turismo religioso. Existem exemplos que demonstram claramente essa dicotomia. Meca, na Arábia Saudita, é a capital sagrada dos muçulmanos, que a cada ano recebe milhões de fieis do mundo inteiro. O vaticano se enquadra nessa mesma configuração. No Brasil, Aparecida do Norte é uma cidade toda voltada para o santuário de Nossa Senhora Aparecida, a economia da cidade gira totalmente em torno do turismo, existe todo um aparato hoteleiro, gastronômico e receptivo. Apesar disso, o turismo em Aparecida é predominantemente excursionista. Até mesmo aqui em Uberaba, o espiritismo ainda atrai alguns turistas, mesmo após a morte de Chico Xavier, mesmo assim, também são principalmente excursões, que permanecem na cidade por menos de 24 horas e sequer se hospedam em hotéis. Voltando a Festa da Abadia, não existem pesquisas que comprovem a porcentagem de pessoas que vem de outras cidades especificamente para a festa e que façam uso da nossa estrutura turística. Assim, se torna complicado qualificar essa manifestação uma confraternização local ou de turismo religioso.

Anônimo disse...

O seguimento do turismo religioso em Uberaba vem crescendo a cada ano, a comunidade residente no local participa, com grande glamour uma da festa religiosa popular que e muitos importante para nossa cidade, devoto com sua devoção participa das missas e quermesse nos últimos anos cresceu pela facilidade de acesso .
O turismo religioso atrai varias pessoas que tenha fé e que são devotos à pelo menos pessoas que montam barraca de alimentos e ate parque de diversão vindo de outra cidade o grande volume de pessoas que cada ano freqüentam a festa de nossa senhora da abadia atrai ambulantes de outras cidades para a nossa cidade.
O turismo religioso é um grande atrativo que movimenta uma motivação da fé a busca espiritual religiosa em espaço que as pessoas se sentem bem a experiências que despertam os seus sentimento de fé . Olha esta festas aqui em uberaba passol a ser turismo de eventos de lazer, não religiosa esta festa de resgate de culturas e tradisõe epistemologia da história das peregrinações não era como anos atras.
Como anda o evento religioso nesta cidade e necessario um planejamento como quaquer evento profano nesta cidade . Digo mais que cada ano vai ficando complicado esse tipo de evento nesta cidade .

Anônimo disse...

Concordo com a Delaine quando ela diz que a maioria que visita a Festa da Abadia vem de cidades próximas e às vezes nem pernoitam aqui na localidade.Concordo também que Aparecida do Norte tem toda uma estrutura para o receptivo dos turistas e a economia local é baseada no que cerne o turismo religioso, diferentemente de nossa cidade.Agora discordo do Marcelo quando ele diz que o turismo religioso em Uberaba vem crescendo a cada ano.Baseado em que você afirma esse crescimento? São resultados de pesquisas?Aguardo sua argumentação.

Shirley e Guilherme disse...

De acordo com o Ministério do Turismo, "o Turismo Religioso configura-se pelas atividades turísticas decorrentes da busca espiritual e da prática religiosa em espaços e eventos relacionados às religiões institucionalizadas".
Em Uberaba, é comum observarmos a devoção a Nossa Senhora da Abadia. Dezenas de pessoas se organizam em romarias e peregrinações para vir até nossa cidade, ou mesmo até à cidade de Romaria, até onde muitos devotos caminham, na esperança de alcançarem graças e/ou pagar promessas. É comum observarmos também as quermesses, cada vez mais movimentadas e cheias de atrativos como bingos, leilões, barracas, música e muita gente.
Poderíamos distinguir, portanto, dois momentos nessa festa. Ela conta com uma parte litúrgica, que envolve as missas e as celebrações; e uma parte social, que envolve a quermesse, os leilões, bingos e barracas. É certo que muitos "devotos" só comparecem à igreja por ocasião do "momento social" e devido à história dessa festa, mas certamente também é grande a movimentação de pessoas que se empenham e oferecem seus dons em prol de sua realização.
Assim, podemos caracterizar a Festa de Nossa Senhora da Abadia como uma festa religiosa, e que permite àqueles que comparecem conhecer um pouco mais da cultura e da história de nossa padroeira, assim como se divertir com os demais atrativos que lhes são oferecidos.

Anônimo disse...

O evento tem a finalidade de reunir pessoas que são motivadas pela devoção a Nossa Senhora da Abadia.Esse evento além de reunir religiosos, atrae um público onde a ultima coisa que eles querem é alcançar alguma graça.
A descaracterização do evento se dá pelo fato de que muitas pessoas vão ao evento em busca de farra,e outras aproveitam pra ganhar alguma vantagem, como é o caso dos politicos.
A festa é um grande atrativo turistico, por reunir milhares de pessoas, tanto com o intuito religioso quanto de lazer.
O evento atrae um grande número de pessoas por diversos motivos, mas a motivação que predomina é a religiosa, por isso esse evento se enquadra no turismo religioso.

Anônimo disse...

Como disse minha amiga historiadora Delaine queiroz a cidade de Uberaba e visitada por Uberabense mas eu concordo quando ela fala que o deslocamento local que atrai pessoas para festa, não só pela religião mas, mas também pelo entretenimento eu não concordo quando ela sita sobre movimentação financeiras e divisas para Uberaba segundo temor, desta movimentação financeira são de pessoas que vêem de outra cidade para montar barracas aqui , de fato que a festa e criada para um intuito religioso mas o impacto econômico e negativo falta um estudo econômico e um planejamento para que o efeito financeiro seja sempre para a nossa cidade que desenvolva uma melhor circulação de dinheiro não saia nas mãos de outras pessoas que vem de outra cidade para levá-lo de nos. O efeito da renda da festa poderia ser mais concentrado em virtude da própria comunidade local mas apesar do otimismo com que se vê os aspecto econômico o desenvolvimento do turismo religioso em Uberaba o desenvolvimento não pode ser desconsiderado . Eu estive visitado a festa e como aluno do curso de turismo vejo que um bom planejamento faz com que melhoraria este seguimento de turismo religioso na nossa cidade, já que a festa se mistura como entretenimento de eventos.

Anônimo disse...

Uberaba é uma cidade privilegiada por tantas movimentações de fé que aqui acontecem, independente de qual religião que se siga. A festa em comemoração a Padroeira Nossa Senhora da Abadia é mais uma oportunidade dos fiéis fazerem pedidos de graças que desejam e agradecerem suas graças já alcançadas. É triste vê que o que era pra ser uma festa de cunho religioso, passou a ser uma oportunidades comercial da parte dos próprios uberabenses e de pessoas de outras localidades visando gerar renda. O turismo práticado nesses dias de festa parece mais com de lazer do que religioso, pois, proporciona descontração e diversão para grande número de pessoas que alí estão. Mas a fé dos fiéis que fazem a verdadeira festa da Padroeira deve ser respeitada por todos independente da motivação que os leva lá.

Unknown disse...

Creio que o conceito de turismo religioso apresentado na Conferência Mundial de Turismo em Roma (1960) seja a mais coerente ao que ocorre na festa de Nossa Senhora da Abadia. Talvez por ser a festa da padroeira da região, tornou-se tão popular ao ponto de não somente ter um caráter religioso, passando a adotar um cunho cultural, de lazer e entretenimento. O que os fiéis realizam, as romarias até o outro santuário sim, é o turismo religioso conceituado por Beni e outros tantos estudiosos.

Anônimo disse...

Concordo em parte com adam, com a aline, com a delaine e com a shirley e o anônimo. O turismo religioso segundo a OMT é o deslocamento de mais de 24 horas por motivãção religiosa, então baseado nesse conceito a festa da abadia não chega nem a ser um evento turístico religioso e sim um simples evento ou possível atrativo turístico do segmento religioso e outra as pessoas que vão na festa também não são turistas religiosos e sim excursionistas e visitantes ou peregrinos, pois alguns nem chegam a ficar mais de 24 horas na cidade, mas sem ficar falando de conceitos, na prática é que o que acontece é uma falta de organização e planejamento , ou seja, de falta de visao das pessoas que organizam essa festa, que poderia sim estar sendo classificada como evento de turismo religioso, é uma festa que pela falta de organizacao perde seu caráter principal, ela pode gerar divisas como o adam e a delaine falaram mas se fosse planejada com os acontecimentos divididos me momentos tipo, momento liturgico , o de barracas com vendas de artigos adequados a padroeira como artesanatos, brindes, camisetas etc, e o da festa de confraternização com apresentacões, onde de forma partida fizesse com que não ficassem aquela coisa de mistureba e destacasse o verdadeiro sentido da festa e também com essa organização tranformassem os excursionistas em turistas em sua maior parte fazendo com que fiquem na cidade por mais tempo. Os ambulantes de veriam ser cadastrados pelos organizadores para saber se são da cidade ou não todas esses detalhes importantes para saber como relamente gira esse sitema festa da abadia. Falta muita organizacao e planejamento, ou seja, não se enquadra em nenhuma das classificações impostas no debate, mais é sim um atrativo em potêncial que a cidade tem como vários outros no segemento religioso que deveria ser aproveitados de forma melhor.

Anônimo disse...

Podemos considerar sim que a cidade de Uberaba possui Turismo Religioso, porém acredito que a religião católica não tenha tanta representatividade neste tipo. A festa de Nossa Senhora da Abadia, padroeira da cidade, deixou muitas de suas tradições de lado, colocando o lado comercial em destaque, o que alguns anos podíamos afirmar que era algo voltado basicamente para a fé e a crença, tem se tornado um grande comércio, hoje temos disputa de quem irá ter barracas durante a festa, com o intuito de complementar a renda mensal, além das disputas políticas em anos de eleição, nunca apareceram tantos políticos com a intenção de ganhar votos como nos últimos anos.Não podemos deixar de falar que com certeza vêm pessoas de outras cidades para a devoção, mas a maioria já têm uma ligação com a cidade. Como disse a Delaine, existem cidades que voltam toda a sua atenção para este tipo de Turismo, porém não esquecem o verdadeiro valor da celebração. Portanto, a cidade tem sim Turismo Religioso, mas acredito que seja devido um apanhado de várias religiões, não exclusivamente de uma, porém é muito difícil afirmar se vêm turistas exclusivamente para isso ou não, porque não há um controle e os próprios cidadãos não vêem essa perspectiva.

Érika de Sousa Ferreira disse...

Festa de Nossa Senhora da Abadia - Turismo Religioso?



Olá caros amigos!

Segundo o Ministério do Turismo, como alguns de vocês já citaram anteriormente “O Turismo Religioso configura-se pelas atividades turísticas decorrentes da busca espiritual e da prática religiosa em espaços e eventos relacionados às religiões institucionalizadas”.

Recordo-me que na matéria “História I”, se não muito me engano era comentado a origem das peregrinações, onde fiéis caminhavam em lugares considerados santos ou de devoções, pagando promessas, a procura de cura etc; e também me recordo que um dos lugares onde havia mais peregrinações era o Caminho de Santiago de Compostela.

Em Uberaba a homenagem a Nossa Senhora da Abadia deu-se início em 1881, são 127 anos de história contada no site da Igreja: http://www.santuarioabadia.org/ historico.htm., em Abril de 1987 a Igreja da Abadia recebe o nome de Santuário da Abadia, foi somente no ano passado 2007 que Nossa Senhora da Abadia foi decretada Padroeira da cidade de Uberaba, pelo Arcebispo da cidade Dom Roque.

Como participante da realização da festa desde 2007, vejo este evento como turismo religioso sim, porém com algumas observações a serem feitas, não só pelo lado da Igreja, mas também dos comercializantes que se instalam na Praça de maneira errônea, ocupando praticamente 50% do espaço, onde os fiéis têm para se ocuparem durante o principal momento da festa, sendo a procissão e coroação da imagem de Nossa Senhora.

Quanto ao fato dos nomes e tipos de bebidas que são comercializadas durante os 15 dias de festa, na minha opinião, deviam vender somente água, refrigerante e suco, quanto a barraca de alimentação nada a declarar, somente a localização imprópria.

Quanto a Igreja prefiro não comentar, por ser um tema que gera muitas polêmicas, uns acham certos outros não, pela forma de como agem Igrejas e a Arquidiocese da cidade.

Anônimo disse...

Se analisarmos a definição de Mario Beni sobre Turismo Religioso, podemos considerar a Festa da Abadia como Turismo Religioso sim, porém, é importante considerar a movimentação de turistas na festa. A Festa da Abadia (de Uberaba) já foi um importante "atrativo turístico" da região, e hoje já não se vê mais tanto interesse da população de outras cidades em relação a Padroeira de Uberaba. Ao modo de ver seria necessário um estudo maior no que diz respeito à movimentação da festa, que hoje se mistura muito com entretenimento, não se têm pleno conhecimento se o cidadão que ali se encontra nos dias de festa, se está motivado pela fé ou pelo fato de que a praça esteja movimentada. Como já citado anteriormente é questionável também os benefícios econômicos gerados pela festa para a cidade, já que as maiorias das barracas que ali se encontram são de pessoas de fora da cidade e quem mal pagam impostos à PMU. Seria de bom proveito um maior planejamento para a festa, planejamento que atendesse não apenas os anseios da Paróquia, mais também da comunidade local e dos interesses da cidade de Uberaba, que têm na Festa de Nossa Senhora da Abadia, uma das suas maiores manifestações religiosas.

Anônimo disse...

Caros companheiros
Primeiramente, nossa empiria não justifica nossos achismos. Digo isso por entender que ainda não fizemos nosso dever de casa ao não nos dedicarmos ao estudo da expressão Festa de N.Sra. da Abadia em Uberaba. Dizemos que a motivação das pessoas se dá pela fé, mas no entanto não julgamos que ela pode estar baseada no costume, no hábito de cumprir uma presença em um evento, etc. Dizemos que se trata de turismo, ainda que turistas (e não excursionistas) são poucos ou insignificantes, visto que a acorrência à festividade é garantida por cidadãos locais. A presença maciça de atividades complementares ao evento, como parque de diversões (na verdade, um barco "viking" bem ao estilo do cerrado e nada mais que isso), barracas de bebidas alcoolicas intuitivas e sugestionantes, além é claro de pérolas da música "religiosa" como "...chupa que é de uva, senta que é de menta", músicas para "santos e santas" sugere a noção, tanto para o autóctone quanto para o visitante, que os momentos de fé não passam de componentes de uma agenda, até mesmo porque ocorrem em esporádicos espaços de tempo, enquanto a estrutura de serviços alcoólicos vara a madrugada. Em Medjugore (antiga Iugoslávia), a estrutura de serviços fica distante do santuário para não concorrer com as expressões da fé. O mesmo se dá com Fátima e Lourdes. Agora imagine se meus patrícios peregrinos a Meca estariam aceitando um parque de diversões, bebidas estimulantes e música de péssimo gosto?? Para Andrade (2000, p.77)“o conjunto de atividades, com utilização parcial ou total de equipamentos, e a realização de visitas a receptivos que expressam sentimentos místicos ou suscitam a fé, a esperança e a caridade aos crentes ou pessoas vinculadas a religiões, denomina-se turismo religioso”. Portanto, sob o ponto de vista dos manifestantes de sua fé, a referida festa nada mais é do que um momento de voltado para tal fim...já para os demais, infelizmente, é momento de colocar o papo em dia, refletir sobre a vida regada a uma cerveja bem gelada ou fazer um acordo com algum "capeta" na barraca entitulada "Tragos e Batidas do Zé!" Se quisermos pensar que a Festa da Abadia se trata de turismo religioso, tudo bem. Só espero que Deus goste de outro tipo de bebida e de outro tipo de música.

Um abraço

Prof. Therbio Felipe
Fé e Religião não são a mesma coisa...