22 de abr. de 2009

"Turismo" Espacial


No dia 26 de março de 2009, foi lançada à órbita a nave espacial russa Soyuz (união em russo), que teve destino a Estação Espacial Internacional - EEI.

Á bordo da nave estava o ex-executivo da Microsoft Charles Simonyi, que tem cara e sobrenome de russo, mas é americano.

Charles, no entanto, não estava “a bordo” a trabalho, e sim a turismo. Após desembolsar US$ 35 milhões por um “pacote espacial” de 11 dias na EEI. O engraçado é que Charles já havia feito o “passeio”, que havia custado na época US$ 30 milhões.


Ele não foi o único a adquirir o “pacote”, outros 4 homens e uma mulher também passaram uns dias “fora de órbita”. Desde 2001 quando se iniciou o programa da Agência Espacial Russa - Roscosmos, com o fim de ter arrecadação para financiar os projetos, 6 pessoas já pagaram milhões pela viagem e Charles é o primeiro a repetir a dose.


No entanto, Roscosmos anunciou que não haverá outro turista espacial até 2012 ou 2013, ano em que construirão uma nova Soyuz projetada especialmente para turistas. Até lá, a Soyuz transportará apenas astronautas, pois, o número de tripulantes da EEI aumentou de 3 para 6, após os atrasos em sua construção, como explica Anatoli Perminov, diretor da Roscosmos: "segundo os acordos internacionais, quando se lançarem os módulos japoneses e europeus, a tripulação (da EEI) deverá ser de seis pessoas (...), por isso não há lugar para turistas espaciais".

A Roscosmos, se afogando em simpatia, diz que a outra alternativa para os interessados em fazer turismo espacial até 2012 é a compra de uma nave espacial e que esta nave custaria "muito dinheiro".

Em uma pesquisa feita na Rússia, 29% dos entrevistado gostariam de viajar ao espaço como turistas, embora reconheçam que não têm dinheiro para pagar a passagem.

Muitos autores (Kripendorf, Moesch, Camargo, Boiteux, entre outros) defendem o turismo como o encontro com o outro, como o aprendizado e troca de experiências entre os povos, como um fenômeno social de interação, de convívio, de mútuo aprendizado.

Já outros autores (Beni, Trigo, Rejowski, entre outros) defendem o turismo como uma fonte de renda, geração de divisas, oportunidade de mercado, ou seja, uma atividade econômica e nada mais que isso.

Como você vê esse “novo” segmento do turismo? Você considera o turismo espacial, uma forma de turismo? Por quê?

8 comentários:

Thiara Sinicatto disse...

Apesar de ser denominado como turismo espacial, podemos considerá-lo também como turismo exótico, onde a paisagem é o espaço, possui alto custo (pacote), e ainda é uma viagem personalizada. Mesmo sendo considerado um segmento muito caro do turismo, o número de milionários espalhados pelo mundo não é tão pequeno como pensamos. Acredito sim que a demanda não será insignificante, e consequentemente a curiosidade, o espírito de aventura e o status de uma viagem desse porte a farão aumentar cada ano. Além disso, com a crise mundial, os programas espaciais precisarão cada vez mais de uma verba extra, já que os governos vão enxugar os orçamentos, e o turismo espacial seria uma saída. Classifico o turismo espacial como uma forma de turismo, pois existe o deslocamento e a pessoa ficando mais de 24 horas longe do seu local de residência. Sendo assim, acredito que isso são características suficientes para definir como turismo. Também acredito que será um turismo que por enquanto arrecadará mais renda do que experiência e não propiciará o tão esperado encontro com o outro, já que nesse caso não existe o outro.

Thiara Sinicatto

Angélica Rodrigues disse...

Já imaginou se cada agência de turismo conseguisse vender apenas 1lugar na nave espacial, durante toda a sua existência no mercado? Não precisaria vender mais nada, não é mesmo? Esse tema é bastante peculiar e interessante, porque ainda há quem não acredita que o homem foi à Lua... quiçá que um dia teria Turismo pra lá. Até pra mim, soa como surreal, mas não posso duvidar. O fato é que se esse, for denoninado o mais novo tipo de turismo, em 10 anos do mesmo, poderemos ainda citar todos os turistas que praticaram esse turismo, pois não creio que esta prática será acessível até a muitos milionários. Possuo o conceito de que o Turismo é essência, encontro e comunhão;
mas vai saber se eles encontrarão alguns alienígenas por lá.
Imaginem comigo se todo esse dinheiro investido numa viagem espacial, fosse revertido para a preservação e conservação do meio ambiente do nosso planeta? Assim, muitos turistas espaciais não precisariam fugir da Terra, enquanto ela está pegando fogo... literalmente.

Anônimo disse...

Não acredito nesse tipo de “turismo”, pq é uma atividade muito surreal, não e qualquer pessoa que tem condições de dispor de “míseros” 35 milhões de dólares para torrar em 11 dias no espaço. Pode ser q futuramente, isso se torne algo menos agressivo, como o desenho “Os Jetsons”, mas até lá, isso é uma bizarrice, excentricidade de milionários que não sabem mais onde gastar o dinheiro q tem! Para nós, pobres mortais e profissionais cabe, como disse a Angélica, ficar atento, pois já pensou se uma agência vende uma única cota nessa viagem? Mas isso está muito longe de se tornar realidade, acredito q isso são projetos que se derem certo, será em longo prazo.
O ser humando, ainda nao desvendou todos os segredos da nossa "Terra mãe", e ja ker se aventurar em novos ares, será mesmo possivel?


Leo Cruzz

Prof º Therbio Felipe Moraes Cezar disse...

Aiai, não creio ser a melhor pessoa deste mundo para comentar a postagem do Prof. Lélio. Digo isto, porque acabarei sendo tão polêmico e instigante quanto o mestre que criou a postagem. A criticidade necessária à defesa de alguns argumentos é diretamente proporcional ao conteúdo desta criticidade. Ou seja, sim, ainda sou um daqueles esquizofrênicos que não crê, em nenhuma hipótese, que tenha havido qualquer experiência humana em outra esfera planetária, exceto nesta que sucumbe. Se fosse tão verdade assim, dentro destes 50 anos passados, esta tal abordagem e "passeio" em solo lunar já teria vários episódios. Todas as provas científicas estão à disposição...basta querer ousar desafiar os axiômas. Mas vamos ao que realmente interessa: comercialmente, o turismo é visto como a atividade de viajar, da mesma forma que ir ao shopping é visto como a atividade de consumir e ser visto. Ironias à parte, o nome que o mercado atribui a algumas experiências contempla, meramente, a noção reducionista e fragmentada da realidade que o mercado sugere. Ora, esta realidade sugerida pelo mercado se baseia na concepção da competição, da concorrência, da individualidade, da segregação, da homogeneização das idéias e ações, enfim, é uma realidade voltada para as aparências, para a dependência, para a solidão.
Não, não acredito que olhar a terra a kilometros de distância seja ruim ou impróprio. Sim, é uma viagem, mas não é turismo! O valor gasto nestas viagens nem deveria ser comentado, visto que apenas impregna a inveja dos bilhões que mal podem ir até a fronteira do seu estado, província ou país. As vezes me vejo como um ridículo olhando para traz, tentando resgatar os resquícios de uma sensatez criada por Boullón, Molina, Gadotti, Boff, Freire, Capra, Sen, Galeano, Gastal, Moesch, Krippendorf, Sagan, Schwink, Bendscheid...a qual estava orientada para o mundo que construímos com o outro...para as respostas às perguntas ontológicas que continuam separando-nos, uns dos outros, enquanto vivemos atrelados, ensimesmados, vítimas e algozes ao mesmo tempo, de nossa natureza incompleta, e na grande maioria das vezes, infeliz e insatisfeita com tudo. Prefiro continuar repetindo que "depois do encontro entre visitante e visitado, nem um nem o outro será o mesmo novamente".
Naskodieft diria que "quanto mais longe da Terra, tanto mais longe de Deus"...quanto mais nos afastamos da experiência com "o outro", mais estranhos parecemos a nós mesmos. Acho que vou mudar de área...dormir será mais fácil.

enio disse...

Assim, mesmo que algumas pessoas digam, turismo no espaço ou turismo espacial, seria complicado concordar, mais ainda, nao concordar, mesmo que estejamos longe de uma viagem turistica espacial, o que incluiria outros planetas,o que um dia quem sabe quando,podera ser possivel chegarmos a realiza-la, porque ,se para algumas pessoas turismo e a busca pelo diferente do habitual ,ja para outros nao seria o encontro com o outro, so falta encontrarmos os homenzinhos verdes, habitantes de algum planeta,vou ainda mais longe sera que eles ja nao nos encontraram, fazendo de varginha a capital turistica inter-planetaria? sei que o assunto e delicado, mas turismo espacial pode ate acontecer, ainda esta muito longe para argumentar sobre ele mesmo tendo a opiniao de que sera possivel e que qualquer ida ao espaço levando pessoas de certa foma esse passeio no espaço e turismo pois turismo e a busca pelo diferente ......



enio....fui.......

Líndida Marques disse...

Não acredito que seja turismo, pois segundo a OMT, para ser turismo a pessoa deve permanecer no determinado local no período maior de 1 dia e haver consumido algo no local, entendo que houve esse período no turismo espacial, porém cadê a consumo dessas pessoas? Onde esta o dinheiro que ela deixou? Ajudará no desenvolvimento do turismo local?
Esse tipo de turismo acredito que ira beneficiar somente a Estação Espacial. Acredito que o turismo esta além de conhecimento espacial, precisar haver o contato com outras pessoas, e conhecimento de outras tradições outras origens, não vejo futuro para nos turismólogos nesse tipo de turismo, há não ser para as agências de viagens, como disse a Angélica as agências estarão muito bem economicamente.
Existe muitos locais muito bonito na terra, acredito que até mais que o espaço, então para que ir além, preocupo se realmente esse tipo de turismo acontecer o que o homem vai fazer com ele, pois aqui na terra esta uma bagunça com relação a natureza e prejudicando daqui embaixo até lá em cima, o homem estando no espaço será que não haverá algum problema também?

Anônimo disse...

25/04/2009
Barrichello vai para o espaço


Não se assuste, mas Rubens Barrichello vai mesmo para o espaço. Dentro de um foguete, como turista espacial. E pagou US$ 200 mil pela passagem.

Neste sábado, Richard Branson, o multimilionário dono da Virgin, patrocinadora da Brawn GP, anunciou que o piloto brasileiro e o tricampeão mundial Niki Lauda tinham aderido ao seu programa de turismo espacial. Lauda, pelo mesmo preço de Rubinho, ainda poderá pilotar a nave espacial.

"É um sonho de criança. Não sei para onde vou, se é para a Lua, para Marte, ou Júpiter, nem a data, mas eu vou", comentou o novo turista espacial (ouça).

O projeto de Branson se chama Virgin Galactics e prevê a construção de um ônibus especial para sete pessoas (um piloto e seis tripulantes), que seria lançado em órbita de um avião. A idéia não é inovadora e, pelo menos nos EUA, várias empresas estão arrecadando fundos para projetos similares.

A idéia de Branson, porém, pode tomar forma rapidamente. Segundo ele, seu ônibus espacial fica pronto no fim do ano. A partir daí, passará por 18 meses de testes antes do início do turismo espacial. Branson e sua família, inclusive, serão os primeiros passageiros.

“É um projeto que exige muito dinheiro e estamos arrecadando o máximo que conseguirmos. Esses dois (Barrichello e Lauda) foram generosos de pagar a passagem. Mas acho que eles podem arcar com os custos”, afirmou Branson.

Sobre o GP do Bahrein, neste domingo, às 9h:
Barrichello larga em sexto. As Toyotas de Trulli e Glock fizeram dobradinha. Veja o grid, o álbum de fotos e a classificação interativa, na qual você pode comparar os dados dos pilotos na temporada.

Crédito: Steve Crisp/Reuters

http://uolesporte.blog.uol.com.br/arch2009-04-19_2009-04-25.html

Ineressante q o alto custo dessa modalidade abordado no debate, foi pelo chao, o valor caiu bastante.... rs.,



LEO CRUZZ

Anônimo disse...

Desde o primeiro período do curso tenho sido considerado um aluno um pouco "atrevido" em minhas colocações e pensamentos, o que de certa forma, deve ter destoado dos demais. Com base nisso, e seguindo minha forma de ser e de pensar, gostaria de apresentar meus argumentos sobre a postagem Turismo Espacial, na tentativa de contribuir para o debate e esclarecer meu ponto de vista. Pretendo apontar o que apurei com as informações passadas por professores de visões diferentes perante o turismo e associar tais características em foco ao assunto proposto. Um dos pontos defendidos pela visão Economicista é o do consumo, turismo gerando emprego para que haja fluxo de capital e permitindo que cada vez mais se tenha consumo para que assim se possa empregar mais para um maior consumo, um ciclo. Além da compra desta viagem a uma estação espacial existe consumo no destino? Destino esse que pela visão ontológica nem existe, pois para esta se trata de um não-lugar, como disse nosso professor Therbio no debate em sala, “o cidadão nem desce do ônibus”. Se o motivo é status ou curiosidade baseado no que me foi apresentado em sala de aula (até porque ainda não concretizei a leitura de nenhum livro que conceitue turismo) esta viagem não passa de um simples passeio onde não existe desenvolvimento, não existe geração de renda e muito menos troca de experiência. Sou apenas um estudante do 3º período de turismo, comparado aos participantes desta dinâmica eu não sei nada. Mas, se é pra conhecer o espaço, porque ao invés de ser considerado um turista, não podemos considerar Charles um astronauta?

Ueliton José Vargas - 3º período