14 de out. de 2008

TURISMO CEMITERIAL



Mara Inez Ludwig Valio



O tema escolhido pode não ser dos mais amenos, contudo, o turismo de cemitérios tem crescido muito ultimamente, principalmente no Brasil, e, por isso, achei interessante descrever alguns aspectos relacionados à nossa “última e inevitável viagem".
Todavia, antes de adentrar em nosso assunto propriamente dito, gostaria de escrever algo sobre algumas particularidades que descobri, quando das pesquisas realizadas para conhecer um pouco mais sobre o turismo cemiterial.
Fiquei surpresa, por exemplo, quando tomei conhecimento dos avanços tecnológicos dos serviços póstumos no Brasil e verifiquei que, atualmente, temos muitas empresas funerárias de última geração, a exemplo do que ocorre, já há algum tempo, nos países mais desenvolvidos economicamente.
Se não fosse trágico seria engraçado: as cerimônias fúnebres estão se tornando virtuais! É isto mesmo! Podem ser acompanhadas pelo público interessado em suas residências ou nos escritórios como se todos os mortos fossem celebridades, cujos enterros sempre foram televisionados e vistos no mundo todo.
O fato é que são oferecidos, hoje em dia, serviços "on-line" para velórios e enterros, via Internet, em várias cidades brasileiras. Ou seja, os cemitérios se renderam à informatização!
Agora, os familiares e amigos daqueles que "passaram desta vida para uma melhor", podem assistir na tela de seu computador, no conforto dos seus ambientes particulares, as imagens de todo o evento funerário. Portanto, quem não conseguir chegar a tempo para o velório ou ao sepultamento, não fica mais impedido de participar das homenagens, bastando para isso estar ligado à Internet.
Até os pêsames são virtuais e podem ser dados em tempo real. Ao lado das imagens ao vivo da cerimônia, o interessado tem um endereço para encaminhar e-mails com condolências. As mensagens são impressas por funcionários do cemitério e entregues na mesma hora aos familiares de luto.
O cemitério Memorial Necrópole Ecumênica, por exemplo, o maior cemitério vertical do mundo segundo o "Guinness Book", situado em Santos, no litoral de São Paulo (www.memorialcemiterio.com.br) oferece, também, dentre outros confortos aos familiares, visitas virtuais às sepulturas dos seus parentes e amigos queridos.
Em uma hora combinada uma câmera é instalada em frente ao jazigo indicado e as imagens ficam em uma página, na qual o contratante dos serviços tem uma senha para fazer o "passeio". Poderá ainda, o interessado, escolher e ver as flores que gostaria de depositar no túmulo. As flores são encomendadas também pelo computador e pagas com boleto bancário ou pela internet, é claro.
O Morada da Paz, cemitério da cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, com unidade também no Estado de Pernambuco, oferece igualmente o serviço de filmagens, dentre outras "amenidades" para momentos tão tristes. Busca agora oferecer aos seus clientes a possibilidade de acompanhar as cerimônias fúnebres de vários ângulos diferentes, mediante quatro novas câmeras que estão sendo providenciadas.
Além de instalações com capelas mais luxuosas, para atender aos “clientes vips”, alguns cemitérios estão oferecendo suítes de luxo com vistas á acomodação dos familiares para a noite do velório, com direito até a escolha de “buffet” e tudo mais. Todos aqueles cujo endereço na Internet visitei, vendem ou alugam lotes, terrenos, espaços verticais, etc., para a construção dos jazigos, individuais ou familiares. Tudo feito “on line”. Pode-se abrir um mapa do local na tela do computador e escolher exatamente o local do seu “endereço eterno”. A maioria oferece financiamento ou parcelamento.
Também muito interessante é um site (www.meuultimoemail.com), cujos serviços permitem que, após a morte, uma pessoa faça "surpresa" aos amigos vivos. Estes poderão receber um e-mail, a qualquer momento, de um remetente que já deu adeus à vida terrena. É isso mesmo: este endereço permite que os usuários escrevam mensagens antes de morrer, é claro, e que serão entregues às pessoas previamente designadas. Era só o que faltava no mundo da cibernética: receber e-mails de mortos!
O site em questão foi criado por uma empresa da Espanha e enquanto a morte não chega a mensagem do "candidato" pode ser atualizada a qualquer momento. Vários são os planos a serem escolhidos, dependendo do interesse do cliente: "master, premium, essential e o free".
A mensagem póstuma pode incluir fotos e até um fundo musical e as mensalidades são cobradas antecipadamente, ou seja, até a data da morte do usuário.
Bem, depois destas informações um tanto quanto fúnebres, porém muito atuais em nossos tempos, voltemos ao tema principal que é o turismo cemiterial, também um pouco “exótico”, porque não dizer.
Este segmento também usufrui dos avanços tecnológicos antes descritos, com inúmeros “tours” virtuais, possibilitados a partir de páginas da Internet, nos principais cemitérios do mundo, tendo como objetivo a divulgação artística e cultural destes ricos sítios históricos.
Esta curiosidade e importância criada em torno dos cemitérios, a ponto de serem organizadas viagens e excursões só com o objetivo de conhecê-los, pode ser explicada pelo fato de que, desde os seus primeiros tempos na Terra, os humanos homenageiam seus mortos das formas mais variadas possíveis, conforme a cultura e os costumes de cada povo ou nação.
Muitas vezes, também, os cemitérios se tornam a única fonte confiável para os estudos da história da humanidade e são verdadeiros museus a céu aberto, arrolados nos guias de visitação das principais cidades, principalmente as européias.
Como se sabe, este tipo de turismo não é novidade nos paises do "velho mundo", porém, aqui no Brasil, só mais recentemente é que vem se tornando um segmento utilizado por agências organizadas.
Há muitos anos a França oferece visitas guiadas aos principais cemitérios de Paris. Dentre eles o mais importante é o "Pére Lachaise", conhecido por ser o mais visitado em todo o mundo e que recebe anualmente cerca de 2 milhões de visitantes provenientes de vários países.
Aberto em 1804, possui cerca de 100.000 túmulos, 5.300 árvores e muitas atrações culturais e artísticas. Lá estão os mausoléus de muitas celebridades, como o compositor Chopin, o escritor Moliêre, Oscar Wilde, Balzac, Marcel Proust, Modigliani, Simone Signoret e Yves Montand, a cantora Édith Piaf e a dançarina Isadora Duncan. Acessando o site www.pere-lachaise.com, pode ser feita uma visita virtual muito interessante a este famoso cemitério francês.
Muito procurado também é o cemitério de Montparnasse, aberto em 25 de julho de 1824, no bairro parisiense de mesmo nome. É também o abrigo eterno de muitos artistas e intelectuais famosos, sendo, por isso, bastante visitado pelos turistas.
Em Portugal os cemitérios são também surpreendentes, com obras de arte importantes em seus túmulos. Algumas "capelas” erguidas junto aos jazigos são tão grandes que podem ser confundidas com uma igreja de porte médio, dado o tamanho e a riqueza de suas construções.
O Cemitério do Alto de São João, um dos maiores de Lisboa e dos mais antigos do mundo, é de 1840, ocasião da edição de uma lei portuguesa que proibiu os túmulos montados dentro ou ao lado das igrejas, como até então era normal se fazer. Isto ocorreu devido aos problemas de poluição ambiental que começavam a surgir. Esta é, na verdade, a origem dos cemitérios em todo o mundo: o cuidado com o meio ambiente.
Em Londres, também vale uma visita ao Highgate, que contém a sepultura de Karl Marx (1818-1831) e foi construído no século 18 pela iniciativa privada, refletindo bem as idéias da aristocracia inglesa da época.
Highgate é um belo jardim, como, aliás, são todos da Inglaterra, e, oferece excelente paisagem para o repouso eterno.
O West Norwood, com 64 monumentos importantes listados como obras de arte a serem apreciadas, possui também um crematório totalmente aparelhado para oferecer conforto e bons serviços.
O cemitério de Golders Green Crematorium, que fica nos arredores de Londres e cujos mausoléus guardam os restos mortais de Sigmund Freud (1856-1939), é bastante visitado, bem como o de Brookwood, com passeios diferentes para todos os gostos e com ticket de entrada a partir de 2 libras.
Este último já foi considerado um dos maiores do mundo e hoje ainda é o maior do Reino Unido. Mais de 240.000 pessoas já foram ali enterradas.
Aqui, na América do Sul, o país líder no turismo de cemitérios é a Argentina. O cemitério da Recoleta, em Buenos Aires, atrai milhares de pessoas pelos seus inúmeros monumentos e esculturas dignas de um grande museu de arte e pelo túmulo da grande dama Evita Perón, além de outros célebres artistas. Ali se pode acompanhar quase toda a história da Argentina, desde o século XIX e é um hábito comum a visitação de pessoas da própria cidade, inclusive muitos estudantes.
Em São Paulo, onde o turismo de cemitérios é o mais desenvolvido do Brasil, muitas obras de arte formam estas verdadeiras exposições a céu aberto e que podem ser percorridas em vários bairros da capital e do interior.
O Cemitério da Consolação, o mais antigo de São Paulo, em funcionamento desde o ano de 1858, abriga a morada de inúmeras figuras públicas, artistas e intelectuais. Há um bom número de túmulos com trabalhos de grandes escultores, como Victor Brecheret, Francisco Leopoldo e Silva, autor do primeiro nu do local, produzido nos anos 20, ou Bruno Giorgi, um dos maiores escultores brasileiros.
Há muito mármore Carrara, granito e bronze. Lá está também o mausoléu da família Matarazzo, que ocupa cerca de 150m2, atingindo 20m de altura. É tido como o maior da América do Sul.
O Cemitério da Consolação tem desde 2001 uma iniciativa para buscar o aumento do potencial turístico do local. O Projeto Arte Tumular, do Serviço Funerário Municipal, promove passeios monitorados, com grupos de no máximo 15 pessoas. São recebidos cerca de 300 interessados por mês atualmente para as visitas guiadas.
O Projeto Arte Tumular (ver detalhes no site da prefeitura de São Paulo: http://portal.prefeitura.sp.gov.br/guia_servicos) mostra aos paulistanos e demais turistas de outros estados, os cemitérios mais antigos da cidade, com acervos artísticos e históricos provenientes de várias épocas ou períodos.
Outros cemitérios, como o de Araçá e o de São Paulo, no bairro de Pinheiros, também combinam importantes obras de arte nos jazigos de personalidades conhecidas na história da cidade.
Neste último, o de São Paulo, construído nos anos 20, está uma escultura das mais importantes: a peça “Último Adeus", de Alfredo Oliani, que mostra o último beijo de um casal.
O Cemitério Morumbi é particular e bem mais moderno. Foi construído nos anos 60 e tem outro tipo de paisagismo. Enormes gramados, sem túmulos aparentes ou estátuas, imitam os modernos cemitérios norte-americanos. A cantora Elis Regina é uma personalidade que lá se encontra para sempre.
Vale lembrar que no site www.findagrave.com pode ser pesquisado onde estão enterrados artistas e outros personagens famosos de várias partes do mundo, inclusive brasileiros.
A procura pode ser feita pelo nome e pelo ano da morte. Atualizado todos os dias, o site tem uma relação com os nomes mais pesquisados. Assim, em cada cidade que visitarmos basta entrar neste site e partir para apreciar os túmulos e jazigos de pessoas importantes para nós e para a humanidade.
Constatamos, portanto, mais uma vez, como a informática atende às necessidades dos negócios e projetos turísticos ligados à vida eterna.




TURISMO EM CEMITÉRIOS MOSTRA HISTÓRIA E CULTURA
UM VERDADEIRO MUSEU A CÉU ABERTO ESTÁ NOS CEMITÉRIOS




O turismo em cemitério não é nada assombroso. Ao ouvir falar sobre isto não fique pensando em fantasmas e almas do outro mundo, tampouco torça o nariz. Mesmo tendo uma aparência muitas vezes triste, os cemitérios, principalmente os mais antigos guardam belas e ricas surpresas para quem se dispõe a neles entrar. Se olhar bem, poderá ver galerias de arte a céu aberto e encontrar peças e esculturas assinadas por artistas famosos. Na França e na Argentina, por exemplo, alguns cemitérios se tornaram pontos turísticos que atraem milhares de viajantes do mundo inteiro como por exemplo, os Cemitérios de Pére Lachaise em Paris e da Recoleta em Buenos Aires.
Na verdade, esta é uma prática cultivada em várias partes do mundo como forma de divulgar a história e a cultura de uma cidade. A procura por esses concorridos pontos turísticos se dá por terem eles entre seus "moradores eternos" nomes famosos que marcaram presença na história, no esporte, nas artes ou na política. No entanto, também a beleza da arte tumulária presente nestes cemitérios contribui e muita para a sua fama.
No Brasil temos exemplos magníficos desta arte tumulária. Em São Paulo os cemitérios da Consolação, Araçá, Paulista e Morumbi são exemplos típicos desta arte. Rio de Janeiro, Bahia e Recife são outros locais onde encontramos acervos de arte tumulária.
Em Santos, cemitérios como do Paquetá e Saboó são ricos em túmulos de famílias ilustres e com arquiteturas tumular feitas por artistas de renome.
No entanto, ao contrario do que ocorre em outros países, poucos são aqueles que percorrem os cemitérios brasileiros para visitação de túmulos ilustres ou que saibam apreciar as obras de arte que estes cemitérios muitas vezes escondem. Raras exceções acontecem durante o ano como as visitas aos túmulos de Raúl Seixas, Airton Senna, na Capital, e Mario Covas em Santos. O resto só se dá em finados.
A maioria dos jazigos presentes nestes cemitérios, como o da Consolação, foi esculpida por artistas europeus que usaram materiais muitas vezes importados, de forma a enaltecer o nome das famílias abastadas. Encontramos, em São Paulo, obras de artistas consagrados como Brecheret e Luigi Brizzolara ao lado de outros não tão conhecidos como Eugênio Pratti e Ramando Zago. Centenas de artistas italianos de renome também deixaram um enorme acervo de peças espalhadas pelos cemitérios brasileiros, a maioria em nossa Capital.Muitas dessas peças só agora estão sendo identificadas. Para se ter uma idéia, somente no cemitério do Araçá encontramos quase 80 peças de notório valor artístico devidamente catalogadas.
É preciso apreciá-las com olhar de quem está num museu. Verá, então, diferenças entre peças da belle époque e art noveau. Verá nomes famosos também. Só não terá uma infra-estrutura de apoio com informações sobre as arquitetura e as personalidades ali “residentes”. O que é uma pena.


Você acha que esta modalidade de turismo gera emprego além de tornar nossos cemitérios mais interessantes?
Os avanços tecnológicos dos serviços póstumos de sua cidade fornecem apoio a essa modalidade de turismo?
Você concorda que a visita em um cemitério não deve ser somente no dia de finados ou quando morre alguma pessoa querida?Por quê?
Qual a sua opinião sobre a iniciativa das prefeituras municipais oferecerem cursos de Guias de Turismo em Cemitério.
Você acha que a superstição do brasileiro mais a sua religiosidade atrapalha o desenvolvimento desta modalidade de turismo?
Você como Turismólogo, o Turismo Cemiterial te assusta? Justifique.



REFERÊNCIAS
Mara Inez Ludwig Valio é economista, formada pela Universidade de Brasilia-UnB, e está cursando o MBA em Turismo -Planejamento, Gestão e Marketing, na Universidade Católica de Brasilia-UCB.
http://www.etur.com.br/
http://www.fals.com.br

20 comentários:

Unknown disse...

Sinceramente não acho que cemiterios seja um ramo que possa interessar ao turismo, até mesmo porque isso torna a morte ainda mais banalizada do que ja está. Realmente há cemiterios com belas construçoes arquitetonicas, entretanto acho que seje para ser visitado dessa maneira. Não me assusta ir a um lugar desses mas acho uma falta de respeito com os mortos. Em relação a tecnologia dos velorios, creio que é uma forma de ter a participação de todos, inclusive de pessoas amigas e paretes que nao tem como se deslocar a tempo para assistir ao velorio e dar os pesames.

Anônimo disse...

Pessoas...
O fato da tecnologia estar inserida nos velórios atualmente, na minha visão é muito positivo porque muitos parentes não tendo condições de deslocamento até o cemitério, podem utilizar desse meio para que assim possam velar a distância o ente querido. Já o fato de propagarmos o turismo em cemitérios, eu sou totalmente contra. Um exemplo de turismo desse jeito que posso tratar como “turismo feio” é o turismo na favela, onde a última novela das 8 na Globo retratou muito bem. E dessa forma sou contra, porque, por mais que os cemitérios possam ter obras arquitetônicas e arte a ser vista e apreciada, vejo que o lugar deve ser tratado com respeito e vários turistas em comitiva no cemitério pode representar dano e desrespeito, assim não considero viável induzirmos esse tipo de turismo.

Mateus Sabino disse...

Achei o tema bem diferente e exótico, mas muito interessante para ser discutido. Nunca tinha ouvido falar nesse segmento antes. Em uma experiência quando fui aos Estados Unidos fizemos um roteiro com a escola com vários atrativos dentre os quais um cemitério antigo que datava a guerra civil americana. Ou seja, como valor histórico é um sítio importante no aprendizado para aqueles alunos.
Também não tinha noção que o conceito já estava sendo adotado no Brasil e nem que os velórios estão ao nível de primeiro mundo. Concordo com a aluna Mariana, pois quem tem dificuldades para velar seus entes pode acompanhar a distância. Sou defensor de que todo o uso da tecnologia para encurtar distâncias e facilitar a vida é bem vindo.
Mas penso que a maioria das pessoas ainda não estão prontas para visitar os mortos. Afinal não é para que eles descansem em paz para sempre. Se massificarmos esse segmento e se não respeitarmos alguns limites ficaremos em uma situação muito chata. Imagine você conduzindo um grupo no dia de um enterro de certa pessoa.

Káritha Carrieri disse...

Boa tarde.

Acredito que a tecnologia, assim como sempre inovou o mercado e as condições turísticas em vários segmentos, pode auxiliar no turismo cemiterial e também facilitar o acompanhamento por parentes distantes a velórios e sepultamentos.

Sou a favor do Turismo Cemiterial, já que existe demanda para tal, pois muitas pessoas gostam de visitar túmulos de pessoas famosas, deixar homenagens, ou ao menos vislumbrar de grandes arquiteturas às vezes construídas há séculos atrás. Um exemplo bem próximo de nós é o Cemitério de Uberaba que abriga os restos mortais do Chico Xavier, e por isso recebe milhares - ou até milhões - de visitantes por ano.

Talvez a sociedade ainda não esteja preparada para formar guias de turismo para cemitérios, devido algumas superstições e religiosidade. Mas como é o caso do Cemitério de Paris - Pére Lachaise - ter funcionários que saibam informar e bem atender turistas que querem visitar túmulos, como o da cantora Edith Piaf, é fundamental. De forma alguma tal segmento assusta-me, e acredito que não deva ser enxergado com maus olhos por turismólogos - que 'respeitam' a diversidade e especificidade de cada um!

Anônimo disse...

A meu ver o turismo cemiterial não é um tipo de turismo que atraia um grande contingente de visitantes e dificilmente atingirá essa marca, ele é mais restrito a pessoas que tenham algum interesse em pesquisas in loco. Sendo assim, cidades que tenham um fluxo turístico já consolidado e cemitérios que tenham, por exemplo, pessoas sepultadas conhecidas e admiradas pelo grande publico, podem acrescentar esse tipo de turismo como mais um de seus atrativos. Como foi dito, na Europa muitos cemitérios já são visitados por turistas, mas no Brasil esse processo ainda está engatinhando, pouquíssimas pessoas vão aos cemitérios para admirar sua arquitetura e belas esculturas. Esse segmento de turismo abrangerá um publico direcionado, dificilmente uma massa.

Anônimo disse...

Aluna: Dayane Silva de Carvalho

Bem...este é um assunto irreverente e polêmico...
Primeiro, quero comentar sobre a influência que as inovações tecnológicas têm tido sobre os atuais velórios. Assim como já foi comentado por alguns alunos, sem dúvida nenhuma, estas inovações influenciam positivamente nestes eventos, de forma a encurtar as distâncias e possibilitar que familiares e amigos possam se despedir de um ente querido e oferecer seus pêsames à família.
Quanto ao turismo cemiterial, achei muito interessante o comentário do aluno Mateus quando ele dá um exemplo de um turismólogo conduzindo um grupo de turistas em um cemitério ao mesmo tempo em que ocorre um enterro...certamente seria uma situação muito conflitante.
Também concordo com a aluna Káritha quando diz que um turismólogo deve ou deveria respeitar a "diversidade e especificidade de cada um", porém creio que nem a sociedade e nem os turismólogos estão preparados para praticar e propagar tal segmento do turismo. Não é preconceito, é simplesmente uma questão cultural. Temos sim o hábito cultural de homenagear aos mortos, assim como sempre foi da nossa cultura tratar o cemitério como um lugar de visitar aos que já foram, procurando um momento de estar mais próximo de um ente querido que já foi. Em contrapartida, nunca tivemos o costume de tratar o cemitéiro como um atrativo turístico!!
Quanto ao fato de visitar túmulos de famosos, como o de Chico Xavier ou o da cantora Edith Piaf, creio que isso deve ser tratado como uma visita e/ou homenagem que qualquer pessoa pode fazer à uma outra pessoa que já morreu, seja um ente querido ou uma pessoa famosa que se admire...gente, cinceramente eu não vejo isso como turismo!!
Este segmento é, na minha visão, algo produzido pelo cúmulo do capitalismo, onde pessoas estão em uma busca, eu diria inconsciente, pelo capital...pelo menos no Brasil, afinal eu não sei como este segmento é tratado pela cultura de outros países.

Bjitos!!

Shirley e Guilherme disse...

Acredito que essa modalidade de turismo não será muito atrativa para o público em geral. É mais comum as pessoas visitarem os cemitérios no dia de finados e, portanto, essa será uma modalidade que interessará a um público muito específico, que programará uma visita apenas se tiver algum estudo ou motivação para visitar o local. Poderá se difundir, por exemplo, entre pessoas que se interessem pelo espiritismo, que poderão fazer uma visita ao túmulo do Chico Xavier, ou mesmo para pessoas interessadas em história, que farão visitas a túmulos - ou cemitérios - onde estejam pessoas que tiveram uma participação mais expressiva na história da humanidade, como a cantora Edith Piaf, citada pelos outros colegas, mas não entre pessoas que não tenham tal motivação. Como disse o Matheus, pode até mesmo, ser um passeio constrangedor, pois uma família pode estar, por exemplo, enterrando algum parente ao lado de um grupo que faz uma visita a um túmulo de alguma personalidade. Sabemos que é comum que fãs visitem os túmulos de seus ídolos nos principais cemitérios, como os de Ayrton Senna, ou de Raul Seixas, por exemplo, mas, ainda assim, é um público muito pequeno e que não justificaria um investimento muito grande nesse setor.

Anônimo disse...

Jéssica Udi
Bao Tarde!
Tenho vários olhares sobre o tema, mas o principal como Turismologos ao analisar o assunto é colocar de lado crenças e credos partir para um olhar antropológico que toma como incentivo cultural, artístico e histórico.
Muitas pessoas visitam cemitérios por vários fins, a cultura Gótica tem esse habito milenar por apreciar os túmulos e o ambiente, os religiosos cristãos procuram os cemitérios apenas nos dias de velório e finados para lembrar seu ente querido ou despedir-se dele, porém é fato dizer que é uma tendência o Turismo de Cemitério, ele acontece sim, pode até ser que no Brasil sua prática não seja tão evidente como é em outros países.
Até o ILMO Machado de Assis pratica cultos ou visistas a semiterios inspirando uma de sua mais famosas obras “Memórias Póstumas de Bras Cubas” é uma leitura ótima recomendo, é para quebrar o gelo que temos de cemitério por não fazer parte de nossa cultura como um lugar comum, em muitas cidades do Brasil não vêem as características fúnebres como algo para visitação e não despertam nenhum interesse a essa modalidade de turismo.
Segundo o Prof Therbio Felipe Cezar em suas aulas sempre diz “ Uma cidade se analisa pelo cemitério e pelo seu mercado ou feira”. Faz sentido toma como exemplo a cidade de Uberlândia que tem 02 cemitérios, um para ricos e um para pobres, pois o dos ricos é todo decorado com artes e monumentos, e o dos pobres recebe um placa igual a de todos e um gramado cobrindo a terra vermelha, mostrando como é evidente a diferença social.
As visitas em cemitérios deveriam acontecem com mais freqüências, pois existem muitos cemitérios com belas obras de artes, e as visitas não deveria ficar restrita apenas uma data como a de finados.
Eu acho que a prefeitura ao oferecer um curso de Guia de Turismo inclua esta modalidade nas matérias praticas e presencias e não que deva criar um curso específico a este segmento que nem tem uma demanda definida no Brasil, levando em consideração que os brasileiros são muito supersticiosos e podem descartar essa idéia a principio.
Experiência: Ao acompanhar um grupo para a cidade de Guarujá – SP litoral sul , o cliente foi na condição de visitar o cemitério vertical da cidade de São Vicente ao lado da de Santos, para apreciar as artes e monumento dos túmulos, como eu sabia bem o caminho lá fomos nós em uma aventura inesquecível pelas curvas do cemitérios de São Vicente- SP.
Enfim o Turismo de Cemitério não me assusta nem um pouco, pois sou adepta a pratica do mesmo, adoro admirar as belezas dos túmulos, só não pode é deixar as coisa macabra ou sinistra de um grupo querer ir ao cemitério após 00h00min (meia noite) ai ta querendo, Né, nada haver com a proposta de turismo e sim de alguma seita e não é essa a intenção de admirar a arte gótica lá presente.

Anônimo disse...

Ao desenvolver o Turismo Cemiterial com certeza vai gerar empregos, porque necessita de pessoas especializadas nessa modalidade, além de deixar os cemitérios mais atrativos para uma visita. Uberaba é uma cidade onde tem cemitério com grande potencial turístico, mais é necessário que faça projetos para sua divulgação como ponto turístico. Visitar um cemitério depende do interesse de cada um, seja no dia de finados, ou em qualquer outro dia. A iniciativa de algumas prefeituras em oferecer cursos de Guia de Turismo em Cemitério é ótima, pois, além de oferecer uma nova opção de emprego, está ampliando a possibilidade da população e dos visitantes em conhecer os cemitérios de suas cidades, contando com o apoio de guias especializados, o que trará maior proveito a visita. Não acho que as superstições dos brasileiros podem atrapalhar essa modalidade de turismo, o que falta é mais divulgação e estrutura especialidade para atrair os visitantes. Eu, como turismóloga tenho grande interesse nesse novo segmento, já tive a oportunidade de visitar alguns cemitérios e me surpreendi com a beleza de alguns túmulos e jazigos, além de algumas histórias surpreendentes.

Anônimo disse...

Acredito que esse segmento de turismo não tenha uma significativa geração de empregos, e em nossa cidade a tecnologia nos serviços póstumos ainda não disponibiza esse tipo de comodidade para os familiares.Penso que a visitação à cemitérios depende apenas da vontade pessoal de cada indivíduo e que essa modalidade de turismo não abarcará grande volume de visitantes.Se no cemitério em questão houver túmulos de celebridades e de pessoas que contribuíram de alguma forma para a história de uma localidade, acredito que tal iniciativa seja proveitosa.O que atrapalha o desenvolvimento dessa modalidade é única e exclusivamente o interesse das pessoas que procuram o turismo para outros fins e não o de visitação à cemitérios.Claro que não me assusta, mas também não me atrai em nenhum aspecto.

Anônimo disse...

Olá pessoal,
Aqui estamos mais uma vez para trazermos nossa importantíssima opnião sobre os assuntos relacionados ao Turismo. Quero dizer que este tema é de excelente, bom gosto, mesmo nem todos concordando com o dito. Porém devemos lembrar, principalmente para quem estudou História e Antropologia Cultural que, o culto a morte é uma celebração feita há milênios e isto torna menos doloroso a partida de um ente querido. E para quem não se lembra, é feita a visitação dos maiores túmulos que existem a preços estraordináriamente caros e belos e são de grande procura. Só para refrescar a memória de todos digo do Taj Marral, e das Pirâmides do Egito, ou ninguém sabe que eles são túmulos? Por favor gente. Todos sabemos do valor cultural e histórico destes túmulos e quanto eles são visitados por turistas. Não deixa de ser um Turismo Cemiterial. Afinal de contas para quem tem bons conhecimentos sabe que as Pirâmides do Egito são um dos mais preciosos cemitérios do mundo. E vai me dizer que você não tem vontade de conhece-las?
Outro exemplo bem proximo a nós é a cultura mexicana que torna o dia de finados como uma coisa deslumbrante, é praticamente um dia de festa para eles. Eles não só visitam os cemitérios como fazem festas e prossições e muita gente vai só para assistir esta curiosa festa, ou culto aos mortos, que para a cultura mexicana é fundamental.
Creio que devemos abrir nossas mentes e ver com um olhar mais artístico ou até mesmo cultural esta forma de Turismo que pra mim é excelente e não tenho dúvidas de lucratividade e não degradação do lugar até mesmo pelo respeito aos defuntos....
Ou será que algum turista se arriscaria em profanar algo tão sublime e tão sombrio como um TÚMULO?...
Tudo bem, não duvido nada!...

Anônimo disse...

Adorei a sua posição Jéssica, porque digo que são mesmo muito bonitas as esculturas existentes nos cemitérios e é uma cultura gratuita (quase sempre).
Quem nunca passou perto do Cemitério da Consolação e não teve vontade de entrar para ver?
Gente lá é lindo! E o Cemitério do Alto da Lapa, espetacular, sem falar o luxo do Cemitério do Morumbi. Só quem não conhece para dizer que é horrível. E quem não conhece, deveria ficar quieto...

Anônimo disse...

Pessoas...
Aceitar que exista pessoas querendo visitar o túmulo do Airton Sena e que a prefeitura local deve controlar a entrada e saída de turistas do cemitério é uma realidade, mas isso não significa que devemos enxergar a necessidade de investimento em Turismo cemiterial, fazendo com que os cemitérios se tornem PRODUTO TURÍSTICO. Penso que se os cemitérios forem vistos como um produto turístico, a infra-estrutura deverá ser adequada a esse propósito e os "coitadinhos dos mortos" ficarão em segundo plano, porque os turistas irão visitar os cemitérios pelas obras arquitetônicas, pela arte ou por qualquer outro atrativo e não por um ente querido, por isso vejo que não podemos esquecer da verdadeira finalidade de visitação nos cemitérios.
Essa minha visão talves seja um pouco conservadora, mais em momento algum é uma visão que não aceita diversidades...

Beijosss pessoas do meu core!!!

Anônimo disse...

O turismo cemiterial não é uma segmentação recente talvez no Brasil seja algo novo mas na europa e em alguns países latinos ele ja existe temops como exemplo Buenos Aires com o Cemitério da Recoleta que fica em dos bairros mais nobre de Buenos Aires e ele ficou mais conhecido por ser rodeado por um jardim que constitui uma área de lazer muito popular entre os portenhos.
Boa parte dos cemitérios europeus do século XIX são privilegiados de visita e mesmo de passeio, pelo fato dos grandes cemitérios urbanos possuirem investimentos elevados de peças de arquitetura, escultura e outras formas de arte sepulcral.
Existem já bastantes cemitérios
classificados a nível mundial, destacando-se Mont Auburn
(E.U.A.), Highgate (Londres), Père Lachaise (Paris) e
Woodland (Estocolmo).(Francisco Queiroz,Os cemitérios hitóricos e o potencial turistíco.)
No Brasil o Turismo cemiterial é algo muito recente e com uma conscientização menor da sociedade. Nas grandes capitais como Rio de Janeiro e São Paulo as Prefeituras estão iniciando um processo de valorização patrimonial de seus principais cemitérios. Em alguns casos, os mausoléus são verdadeiras obras de arte alvos de visita e turismo. Os cemitérios da Recoleta em Buenos Aires, e Père Lachaise de Paris são necrópoles consideradas "pontos turísticos" por sua beleza escultural, e também pela importância dos que ali, descansam eternamente.

Anônimo disse...

Como um turismólogo, Turismo Cemiterial não me assusta; pelo contrário, me desperta curiosidade, afinal, em tempos modernos e globalizado devemos estar atentos às novas tecnologias e aos novos mercados, um dos maiores desafios para o sucesso profissional é estar atento às novas necessidades do consumidor e estar apto a inovação. Vejo o turismo cemiterial como uma excelente forma de promover o turismo, porém é necessário certa coerência no intuito de elevar um cemitério comum à um cemitério turístico, deve se trabalhar a exploração turística de forma planejada e ordenada, para que não vire uma mera consideração. Analisar o potencial turístico do local, infra-estrutura e etc.Concordo que visitas ao cemitério deve se dar ao decorrer do ano todo não somente em Finados, aprovo a iniciativa de algumas prefeituras de treinarem guias para atividade em cemitérios, se há demanda não vejo problema algum no exercício de tal atividade. Infelizmente não vejo muitos avanços tecnológicos nos serviços póstumos de Uberaba, mais um bom potencial para exploração, pois possuímos um cemitério com mais de 120 anos de existência (São João Batista) com muitas obras de arte de relevância e túmulos de pessoas importantes, onde podemos destacar Chico Xavier, contudo, ainda temos um longo caminho até a exploração turística do local, antes de tudo deve listar obras de arte, monumentos, mausoléus mais importantes, mapear, melhorar infra-estrutura e etc. Finalizando, vejo sim tal forma de turismo como promissora, porém não à enquadraria entre as mais importantes formas de turismo a ser desenvolvidas nacionalmente e nem que geraria um numero muito relevante de empregos. Desde que de forma decente sem ferir a privacidade de nenhuma família tal modalidade de turismo é sim aceita.

Anônimo disse...

O turismo cemiterial realmente é diferente, onde possa haver muito receio das pessoas, mais não deixa de ser interessante, hoje lugares como Buenos Aires e Londres há um grande fluxo de turistas visitando seus cemiterios. Muitas pessoas tem interesse de visita um tumulo de uma celebridade seja por ser fã, pela religião ou curiosidade. Então acredito que num futuro proximo esse tipo de turismo passa ser incluidos nos pacotes turisticos de todo o mundo.

Anônimo disse...

Eu acredito que esse segmento apesar dos avanços tecnológicos, ainda gera insegurança nas pessoas, pelo fato de estar inserido na cultura dos brasileiros irem a cemitérios só no dia da morte de um ente querido, e principalmente no dia de finados.
Na minha opinião o preconceito é grande a respeito desse tipo de turismo, mas hoje em dia percebe-se que as pessoas estão praticando o turismo cemiterial, apesar de ainda serem poucas, e que são impulsionadas pela arte tumulária presente em alguns cemitérios, e também pela curiosidade de conhecer túmulos de pessoas famosas.
O mercado é impulsionado pela demanda, se conseguir acabar com o preconceito das pessoas em relação a cemitérios, essa atividade pode sim se desenvolver como nos países do velho mundo.

Unknown disse...

Acredito que esse tema gera muitas discussões, partindo dos meus princípios e minhas opiniões, acho que essa prática de visitas nos cemitérios pode sim se tornsr uma demanda de turismo, pois se há quem pratique essa "modalidade" teremos que ter pessoas aptas a atender esse público, deixo aqui claro também uma reportagem apresentada pela Discovery Channel, que foram encontrados aprox.38 corpos, ao lado do Vaticano, que denominaram Catacumbas do Vaticano, e que pessoas de vários países se deslocam para ver essa representatividade na história e não a interesse de praticar o turismo religioso, então porque não atender a esse público seja a qualquer interesse pois não devemos encarar a realidade do turismo como geração econômica, devemos ver a vertente da história e da cultura.

Anônimo disse...

Não tenho opinião formada sobre o assunto, porque por um lado entendo que os cemitérios fazem parte da cultura de uma cidade e da identidade de seu povo. Historicamente o cemitério é um lugar riquíssimo que conta a história de um povo.
Por outro lado, vejo o cemitério apenas como um depósito de corpos mortos, sem vida nenhuma.
Visitar um cemitério por suas contruções é válido, mas pelas pessoas lá enterradas, não vejo motivo.
Desenvolver o turismo em cemitérios é algo que deve ser feito com muita cautela, pois está lidando com a emoção das pessoas, como lembrou o colega Matheus, seria muito complicado guiar um grupo de turistas ao lado de um enterro.
Para finalizar concordo que a tecnologia deva ser utilizada para encurtar distancias, mas acredito que ela deva ser aplicada durante a vida.

Andreia Patela disse...

Ola descobri o sei blog por acaso mas interessou-me muito visto que sou estudante de turismo =)
Precisava de uma ajuda: tenho que fazer um trabalho sobre nichos do mercado ou seja tenho que arranjr um tipo de turismo nao muito conhecido... mas nao tenho ideias =x ha quem esteja a fazer de turismo de realidade, birdwatching etce eu precisava de algo inovador. nao tem ideias?

pode responder para fifi_99@sapo.pt

Onrigada