30 de mar. de 2009

2009: Ano do Destino Amazônia

A Organização do Tratado de Cooperação Amazônica - OTCA, entidade internacional sediada em Brasília, é formada pelos oito países da floresta Amazônica: Brasil , Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela, Guiana e Suriname. Criada em 2003 a partir do Tratado de Cooperação Amazônica - TCA com o objetivo de “promover ações conjuntas para o desenvolvimento harmônico da região”, definiu que em 2009 será o “Ano do Destino Amazônia”.

Segundo a própria OTCA: “A iniciativa consiste em desenvolver e implementar atividades que destaquem o potencial turístico da Amazônia e, ao mesmo tempo, estabeleçam bases para o desenvolvimento sustentável da atividade na região. Entre as ações previstas, estão a definição de diretrizes para o turismo sustentável na Amazônia, a promoção da região em feiras, festivais, eventos gastronômicos, eventos esportes, tours e conferências internacionais de turismo estabelecidos em um calendário de eventos para o ano 2009. Além do mais, têm-se previsto a realização do Primeiro Prêmio de Turismo Sustentável para estabelecimentos de alojamento, assim como, o Concurso Internacional de Fotografia.”

Em 2009 então, teremos uma série de ações promocionais, eventos e programas de marketing para que o destino deixe de ser um potencial e se torne uma realidade.

O projeto já vem dando resultados e nesta semana foi anunciado pela Associação Brasileira de Operadoras de Turismo - BRAZTOA e Associação Brasileira das Empresas de Turismo de Aventura - ABETA um Termo de Parceria cujo objetivo é estimular e promover atividades de aventura com qualidade e segurança através de capacitações técnicas dos profissionais que trabalham com esportes de aventura.

Os técnicos da ABETA darão treinamentos para os profissionais no estado e a BRAZTOA dará cursos para as operadoras saberem vender o destino com propriedade aos clientes, em parceria com a Agência de Desenvolvimento do Turismo do estado do Amazonas - ADETUR-AM.


As parcerias vêm a calhar, pois, algumas semanas antes dos acordos, a National Geographic Adventure, revista americana de meio ambiente com âmbito mundial, elegeu o Nepal e o Brasil como os destinos Best Adventures do mundo. Ou seja, o melhor destino do mundo para a prática de turismo de aventura. Grande parte desta escolha se deve a atratividade da floresta Amazônica, o mais diversificado bioma do mundo.

A nossa querida Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária – INFRAERO também não perdeu tempo e tratou logo de se aproveitar dos holofotes do tema. Anunciou 70 milhões em investimentos nos aeroportos da região em 2009. Só o aeroporto de Altamira/PA, receberá quase 8 milhões em investimentos e o Aeroporto de Santarém terá um novo terminal com capacidade ampliada em mais de 300% em relação a atual.

Contudo, há outros problemas por lá.

Recentemente foi divulgado pelo Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc (PT/RJ), que foram acrescentados mais 7 municípios na lista de municípios que desmatam a floresta Amazônica.


O estudo, realizado desde o ano passado pelo próprio ministério em parceria com o polêmico Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, inclui os municípios na lista negra pelos critérios:

• Área total de floresta desmatada;
• Área total de floresta desmatada nos últimos três anos;
• Aumento da taxa de desmatamento em pelo menos três, dos últimos cinco anos;
• Desmatamento em 2008 igual ou superior a 200 quilômetros quadrados;
• Ocorrência de aumento do desmatamento nos últimos cinco anos.

Ao todo são 43 municípios na lista. Para sair da lista é muito simples, basta manter a taxa de desmatamento anual abaixo de 40 quilômetros quadrados. Mesmo assim, o estado do Mato Grosso tem 20 municípios na lista, Pará tem outros 16, Rondônia 4 municípios e Maranhão, Roraima e Amazonas, apenas 1 município. Isso mesmo. O estado de Amazonas tem apenas 1 município na lista negra do ministério/INCRA.

Polêmicas a parte, o fato não deixa de ser positivo para que, pelo menos, esses municípios sejam estimulados a desenvolver a preservação e combater o desmatamento.

Porém, o desmatamento é a única pedra no sapato do turismo no destino Amazônia? Como estão as populações ribeirinhas, indígenas e das cidades pequenas sem fonte de receita? Como está a capacitação para recepção do turista? Os atrativos do destino estão organizados?

Prezados turismólogos, neste tema, quero sugestões, idéias e propostas de turismólogos para o fomento do turismo no destino Amazônia. Não abordaremos muito os problemas da região e sim os potenciais e como devem ser trabalhados para o fomento do turismo e, conseqüentemente, de sua população.

Abraços,

7 comentários:

Angélica Rodrigues disse...

" Patrimônio - Bem, ou conjunto de bens culturais ou naturais, de valor reconhecido para determinada localidade, região, país, ou para a humanidade, e que, ao se tornar(em) protegido(s), como p. ex., pelo tombamento, deve(m) ser preservado(s) para o usufruto de todos os cidadãos." Esse conceito, baseado no dicionário Aurélio, pode elucidar para a seguinte afirmação:
AMAZÔNIA, UM PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE.
Bonita afirmação, não é? Se partisse do mesmo pressuposto de seu significado, poderíamos ficar tranquilos no que diz respeito à preservação. Todavia,as dramaticidades do ecossistema da Amazônia, está trazendo consequências catastróficas para o seu entorno , tais como o desmatamento e a influência para a população indígena. Quanto a soluções para esses problemas, acredito que esteja no desenvolvimento sustentável da Amazônia, isso já previsto na agenda 21, criada na ECO 92. A questão é que com a sustentabilidade poderá criar uma consciência ecológica natural.
Segundo a Instalação do Sistema de Vigilância da Amazônia ( SIVAM ), a eficácia está no término da rapinagem e na devastação. Ou seja, vigilância permanente para acabar com a devastação. E segundo o livro de Sérgio Adeodato: Amazônia, a floresta assassinada: falta muito pouco para matá-la de vez, ainda há soluções para a Amazônia, tais como apresentar uma série de propostas fundamentais que devem ser adotadas a curto e médio prazo: implementar com maior ênfase o Plano Nacional de Combate ao Desmatamento e regularizar a posse da terra, a taxação de impostos pesados para as atividades econômicas destrutivas, corte de incentivos fiscais, restrições para a abertura de novas estradas e a exigência de relatórios ambientais prévios para projetos de alternativos de emprego e o zoneamento agroecológico com definição sobre os vários usos do território pelos estados e municípios. Outra sugestão do autor é Outra sugestão é criar mais parques nacionais e reservas ecológicas em áreas protegidas por lei, como estratégia para preservar a biodiversidade. Na Amazônia, as áreas de proteção integral ocupam somente 5% da região – a proposta dos pesquisadores e ambientalistas é que sejam ampliadas para 10%. No caso das unidades de conservação abertas para a exploração sustentável da floresta, a meta é elevar dos atuais 9% para 40% da Amazônia, aumentando a geração de renda e reduzindo as ameaças de destruição das áreas mais sensíveis.

Suzana Martins disse...

Título envolvente e animador... principalmente para as localidades dessa região que podem vir a ser beneficiadas com tamanho empenho em tornar a Amazônia o grande destino de 2009.
Porém, para que esse destino realmente ganhe mercado é necessário que toda estrutura para recebimento de visitantes esteja proporcional à imagem que está sendo vendida.
Além das infra-estruturas básicas, há que se prezar a comunidade local na forma de capacitação e treinamento para atendimento nos diversos segmentos. O ciclo da sustentabilidade tem que pautar seus objetivos visando dar formas de trabalho e renda para as pessoas que habitam essa região, e não tomar delas uma oportunidade de melhorar suas condições. Não basta gerar empregos mas também permitir através de políticas públicas que os moradores possam adquirir os conhecimentos necessários para desenvolver serviços dentro do imenso leque de opções que a localidade tem em seu potencial.
Acredito que o desmatamento na região é um grande problema, mas problemas maiores podem surgir uma vez que esse riquíssimo destino enche os olhos de estrangeiros que tentam a qualquer custo tomar esse grande tesouro natural pra si. Caberá aos nossos governantes manter sob controle esse espaço e fazer seu melhor uso respeitando primordialmente as leis da natureza.

Líndida Marques disse...

Acredito que a Amazônia e um atrativo grande, para o turismo de aventura, entretanto não se pode esquecer que para isso acontecer há uma série de obstáculos, creio que o maior o desmatamento e expansão de criação de gado nesses lugares desmatados.
Penso que o turismo ajudará no desenvolvimento das cidades, assim como no desenvolvimento da população, que receberá treinamentos para está recebendo os visitantes, porém preocupo com relação às tribos que existe nas regiões, será que elas não poderão revoltar como tantos visitantes que possivelmente estará recebendo?
Sabe-se que há uma descaracterização da cultura indígena em tribo de diferentes locais. Há um tempo ouviu-se falar que na Amazônia foi encontrada uma aldeia de índios, onde o mesmo mantém suas tradições, pois estavam dentro da floresta em um lugar de difícil acesso, pergunto, como ficará a situação dessas pessoas, serão vistas como um atrativo, pois como a Suzana relatou, a floresta enche os olhos de muitos estrangeiros, e acredito que possa a si interessar com a mesma, então será que se isso acontecer, eles (estrangeiros) vão explorar tanto a floresta quando os índios?
Para que futuramente o receptivo aconteça os governantes, deve estudar a população local, oferecendo oportunidade para esta trabalhando e para isso a qualificação dos mesmos, treinamento, de recepção, guia para mostrar as tradições e suas histórias, uma associação para estar vendendo os artesanatos da região, se isso acontecer, acredito que não haver necessidade de esta contratando pessoas de outra região para trabalhar. Entretanto não se pode esquecer-se de planejar os locais por onde os visitantes estão indo, assim como os cuidados que deve ter nesses locais, e explorar somente o essencial para o desenvolvimento do turismo na Amazônia.

Thiara Sinicatto disse...

O ano Destino Amazônia será a primeira campanha regional desse tipo a celebrar a Amazônia, e acredito que ao mesmo tempo a buscar melhorar as condições para o seu futuro desenvolvimento. Penso que esse projeto apresentará um passo importante para alcançar a melhoria da qualidade de vida das populações locais, uma vez que o turismo sustentável amazonico fomentará a criação de empregos e o aumento da renda. Mais ainda, mantendo as Riquezas do Bioma.

Thiara Sinicatto!!!

Anônimo disse...

Primeiramente deve-se olhar a população e os morados do Estado do Amazonas. Investir em infra-estrutura e na educação e na capacitação da população fará com que o povo que depende de alguma forma da floresta saiba se adaptar às modernidades que o turismo teoricamente trará para a região. Fazendo com que essas pessoas sejam realmente valorizadas no mercado, criando um sistema sustentável e promissor.
Problemas como os desmatamentos devem ser tratados com urgência, pois projetos deveriam entrar em prática, não faz sentido criarem leis e projetos se grande parte não cumpre, deveria haver uma fiscalização mais ativa e punições aos responsáveis.
Ao explorar a floresta Amazônica, deve se levar em conta que estamos tratando do maior bioma do mundo e a exploração exagerada,pode levar a mesma a uma situação sem retorno, ou seja tarde demais para tomar medidas.


Leo Cruz

Leo Melo disse...

Fico chateado que um destino tão rico em biodiversidade seja tão mal tratado pelos orgãos governamentais de nosso país. É bom saber de uma atitude dessa, porém de nada ela será válida se a educação ambiental for encorporada em seus turistas e também essas visitas não forem monitoradas e controladas como é feito hoje em Bonito - MT. Acredito que o Governo Federal / Estadual com a ajuda do IBAMA tem papel fundamental para que a Amazônia se torne um dos destinos ecoturisticos mais visitados no mundo, pois não vale somente sua divulgação se no local a natureza vislumbrada pelo turista não for recompensada.

Anônimo disse...

Bom, avaliando um TODO, pra se desenvolver sustentavelmente o turismo na regigão da mata amazônica, precisamos de verba que é o que nossos governantes não está disponibilizando para o desenvolvimento de um dos locais mais ricos tanto de falna tanto de flora.
Devemos observar também a população local para que ela seja destruída junto com sua cultura, com o desenvolvimento não calculado!
O EcoTurismo seria uma injeção muito boa para a região para impulcionar a renda local!
Trilhas, caminhadas, pesca autorizada, a observação de pássaros, são todas atividades muito bem recomendadas para a região!
Com projetos bem estruturasdos, levando em conta todos os aspéctos da Mata Amazônica, o turismo local poderia até superar o de outros locais litorâneos!
O desmatamento realmente não a única pedra no sapato impedindo o turismo local, a hostilidade de muitos fazenderos, a falta de infra-estrutura são outros fatos preocupantes.
Com o desenvolvimento do turismo, o estado de miséria observado na região amazônica poderá ser diminuída.
A única coisa que podemos esperar é que os "grandes" tomem conhecimento da GRANDE riqueza que temos nas mãos, que é a MATA AMAZÔNICA!

Celso Eduardo Fontoura Borges Junior