22 de jun. de 2009

Regulamentação da Profissão


Semana passada as manchetes de todos os jornais espantaram quase todos: O Superior Tribunal Federal – STF derruba a exigência de diploma em jornalismo para profissionais que trabalham em veículos de comunicação.

Porém, a notícia pegou quase todo mundo de surpresa. Os jornalistas já acompanham o caso na justiça há 8 anos e a exigência de diploma já havia sido derrubada em 2005, porém foi retomada em outra ação judicial.

A regulamentação da profissão de jornalismo fica então comprometida e passa a ser a próxima pauta para discussões de modificação no texto. Isso porque a base de um texto de regulamentação da profissão é assegurar o trabalho aos diplomados, e só diplomados, na área em questão.

Regulamentar a profissão é um debate antigo também na área do turismo, porém, a lista não pára por ai. Lutam pela regulamentação os profissionais formados em Informática, Marketing, Oceanografia, Designer, Ecologia, Analista de Sistemas, e por ai vai. Também lutam pela regulamentação, desta vez da atividade, os DJ, Motoboys e ai vem outra grande lista. Em resumo: todas as profissões contemporâneas lutam por uma “proteção” legal no mercado. Tão contemporâneas, que agora, enquanto escrevo no editor de texto de meu computador, ele me sugere corrigir os nomes, pois, não os reconhece.

As perguntas que ficam são: isso é justo? É ideal? Resolve os problemas?

Até que ponto “reservar” a fatia do mercado aos diplomados em Ecologia irá melhorar o trabalho na preservação ambiental? Até que ponto se deve barrar os excelentes colunistas especialistas (em economia, direito, metereologia...) de revistas, telejornais e portais por não terem diploma em jornalismo? Até que ponto um turismólogo é melhor na administração de um empreendimento turístico do que um empresário empírico?
Afinal de contas: por que regulamentar?



O portal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS expõe os 2 pontos de defesa de ambas as partes e quase todas as defesas de regulamentação:

Os argumentos contra a regulamentação da profissão são:

• Corporativismo: o exercício da profissão é fiscalizado pela própria classe e não pela sociedade a quem cabe servir;
• Cartorialismo: para exercer a profissão é necessário o pagamento de taxas regulares;
• Reserva de mercado: somente os afiliados à classe podem exercer a profissão. Hoje em dia é difícil estabelecer a fronteira entre quem pode exercer a profissão e quem não pode exercê-la;
• Estabelecimento de um currículo mínimo: para a regulamentação da profissão é necessário o estabelecimento de um currículo mínimo que caracteriza os egressos dos cursos;
• Dinâmica das novas áreas não permite caracterizar as "atribuições" do profissional;
• A tendência é pela desregulamentação das profissões;

Os argumentos a favor da regulamentação são:

• Os serviços prestados seriam de melhor qualidade;
• Estabelecimento de uma ética profissional;
• Estabelecimento de normas técnicas;
• Denominação da profissão (proposta: Informata, Ecólogo, Turismólogo, etc);
• As principais profissões são regulamentadas;
• O desejo da profissão não ser controlada por conselhos de classes estranhos;

As discussões dos jornalistas, que não ficará sob nossa análise, e das várias profissões contemporâneas como a nossa é sobre o fato da regulamentação ser apenas para “assegurar” o trabalho no mercado, ou efetivamente melhorar os serviços? O que mudará com a regulamentação do Turismólogo? O que pensam os futuros turismólogos?



OBS: acabei de adicionar a nova palavra ao dicionário de meu editor de texto....

5 comentários:

Angélica Rodrigues disse...

Devo ressaltar que esse assunto é de grande valia para nós breves formandos. No mundo contemporâneo dos negócios,o mercado de trabalho é exigente e sempre espera inovações. Daí surgem os interessados em capacitação, e que estes esperam ser reconhecidos pela tal exigência, afinal se espera uma troca de favores, não é mesmo? Eu lhe dou o serviço qualificado, mas exijo que me recompense, e daí por diante. E custo a crer que há estudante hipócrita que diz: Ah não, estou estudando porque quero somente me informar melhor sobre a área de atuação, e que o meu salário como profissional tanto faz ser justo com a minha formação. Evidentemente que quando engressamos em uma Universidade,que seja 3, 4, 5, 6 anos de graduação, esperamos aprender sim, para aplicar ao mercado, mas também esperamos a recompensa financeira e o reconhecimento da profissão. Ou será que o mercado regrediu? Será que voltamos naquela época em que se dizia que o estudante tem que ser "doutor", ou seja, fazer medicina ou advocacia? Ai, ai, e quanto às outras profissões meus caros colegas? Além de termos concorrência dos próprios profissionais formados, temos que dividir a fatia do mercado com quem não tem nenhum embasamento teórico? Já não basta termos somente uma fatia pequena do bolo, ainda temos que preocupar com "intrusos". Me desculpem aqueles que trabalham em área ainda não regulamentada. Mas como futura formanda em turismo tenho sim o direito de brigar pela minha fatia. Ok ok, tem lá os que dizem que com esse tipo de método os graduados poderão ser melhor reconhecidos àqueles que não fizeram faculdade em determinada área. E sabe o que isso parece? Aquele jeitinho brasileiro que todos conhecem. Puxa , estica,encolhe, rasga e depois cola com super bonder. Muitas pessoas precisam verificar o significado no dicionário em relação a qualificação. Bom, eu já estou garantindo a minha e você?

Anônimo disse...

Só fica na faculdade quem consegue suportar os esforços da disciplina.
São 5 anos de estudos intensificados e de grande aperfeiçoamento.Para que a regulamentação da Profissional apresente efeitos positivos, seria recomendado um aprofudamento ainda maior nos cursos de Bachareis para que no término do curso,os profissionais formados sejam realmente capacitados e não apenas "diplomados" em suas áreas.
Que mais acontece hoje em dia é a formação de "atuantes" nas áreas e não a formação de verdadeiros profissionais.
Tornando os cursos mais seletivos tornaria a área de atuação mais qualificada, com normas de conduta.
A regulamentação da profissão sem fiscalização das empresas realizadoras de tal trabalho é um ato ineficaz de normatização da profissão.Seria então de vital importância a fiscalização do trabalho juntamente com a observação da exigência do item 1 para que isso faça o trabalho no Brasil se torne qualificado e com mão-de-obra especializada sendo,então, reconhecida não apenas no nosso país mas também no exterior.
PS: Concordo plenamente com a Angélica

CElSO EDUARDO FONTOURA BORGES JR

Anônimo disse...

A regulamentacao da profissao, daria uma maior segurando e icentivo para futuros interessados nessa profissao. criaria uma atmosfera etica e com servicos qualificado. Estudar 4 anos e nao ter a seguranca de uma carreira decente e um fator que de certa forma afasta o estudante dessa profissao e deixa inseguros recem formados.atualmente profissional ou nao de qquer area pode exercer funcoes e atividades turisticas, talves com a regulamentacao, o brasil ofereca um receptivo mais qualificado e explore o turismo de forma mais rentavel e sustentavel.


leo cruz


Passei em direitoooo!!!!!!!

Suzana Martins disse...

Acredito que a regulamentação do Turismólogo poderá contribuir significtivamente para a melhoria dos serviços e não somente para assegurar tal profissional no mercado, até mesmo porque só o fato de ser Turismólogo não é o suficiente para que se tenha segurança em um trabalho, mas sim um conjunto de fatores aos quais o este profissional deve esta apto, principalmente no que se refere ao domínio do conhecimento e seu engajamento no meio.
Uma vez que uma pessoa com outra formação ou até com nenhuma formação específica na área se ''infiltra'' nela, esta bate de frente com situações aos quais nós turismólogos fomos orientados e preparados por nossos mestres para saber lidar. E os que não estão preparados põe em prova o nosso segmento gerando críticas e efeitos por vezes permanentes.
Somos preparados para que tenhamos uma sensibilidade ao analisar o meio. Nosso olhar engloba elementos que nos faz ver muito além do que simplesmente um sistema composto por pessoas aonde essas se movimentam gerando lucro.
Nossa percepção é detalhista e faz a diferença desde o planejamento, passando pela execução, até sua finalização.
Carregamos em nós a essência do TUDO, e por mais que aos olhos dos leigos isso pareça pouco, os resultados mostram a diferença de SER da área e ESTAR na área.

Leo Melo disse...

Queridos amigos, acredito que aquele que se prepara, estuda, "rala", aprende sempre sairá na frente. E conosco que estamos fazendo um curso não regulamentado, também acho que é assim. Se formos disputar alguma vaga com um concorrente que somente tem boa experiência e nós que além desta mesma boa experiência é somada um diploma, com certeza se o gestor for bem capacitado escolherá um de nós, ou seja, passamos de um portador de diploma desregulamentado para que este faça uma bela diferença em diversos momentos em nossa vida. Isso sempre prevalecerá, um diploma não faz e nem nunca fez um cargo, quem o conquista é quem o porta, ou seja, nós, façamos essa diferença!